30 de set. de 2008

Capitulo 28: Precisamos conversar

– Pronto. Estamos todos aqui. Vamos começar?
Josh foi claro eu preciso com as palavras. Todos realmente estavam ali: Hayley, Zac, e Jeremy estavam sentados olhando fixamente pra ele. Aquela reunião era extremamente necessária, pois muita coisa tinha acontecido e a banda estava tomando novos rumos. A brincadeira estava ficando mais séria e era necessário planejar. O ambiente em que estavam era o mais comum pra toda banda de rock iniciante: a famosa garagem, que Josh cuidava de manter sempre limpa e organizada. As paredes estavam cheias de bandas famosas como Jimmy Eat World, Chicago, Sunny Day Real Estate, Death Cab for Cutie, entre outras. O carpete azul marinho que sua mãe acabara de comprar, os instrumentos da banda, as almofadas no chão... podemos dizer que nem era mais uma garagem, mas sim uma aconchegante sala de ensaio. As paredes daquele lugar já tremeram muito com o som das guitarras e a batida da bateria, mas naquele dia tudo estava calmo e silencioso, pois o momento era de sentar e conversar.
Zac resolveu se pronunciar primeiro:
– Hayley, eu sei que aquele dia na festa do Bill, o negócio foi meio que por impulso, então a gente precisa saber se você está mesmo com a gente.
– Claro! E... eu queria até pedir desculpas pelos problemas que eu causei. Eu sei que fiz muita doideira... nunca devia ter saído da banda! Só de pensar nisso... – Seus olhos começaram a soltar lágrimas presas, sentiu muita saudade quando se separou dos seus amigos, mas logo acalmou-se consolada pelo Jeremy que estava bem do seu lado.
– Tudo bem Hayley – disse Josh olhando pra ela –, o importante é que você está de volta. E você Jeremy, ta com a gente também?
– Com certeza! – falou avidamente.
– Você sabe tocar baixo? – continuou Josh.
Jeremy coçou o queixo meio surpreso com a pergunta.
– Bem... não, mas posso aprender.
– Ótimo! A gente precisa de um baixista e você vai ter que quebrar esse galho pra gente – comentou Zac.
– Certo, vou tentar.
Ainda prosseguiram discutindo sobre um novo repertório, onde tocar, o que precisavam comprar... enfim, tudo foi resolvido.
– Olhe gente, só pra terminar...
– Pode falar, Josh.
– Vocês tem que colocar isso na cabeça: primeiro a banda, depois os outros compromissos. Vocês não podem priorizar nada acima dela, que não seja a escola, claro. Valeu?
– Valeu! – Concordaram todos.
– Ótimo. Tudo resolvido. Então até amanhã depois da aula.
– Thau meninos! Vejo vocês amanhã. Jeremy, você vai agora?
– Não, não. Vou ficar mais um pouco pra conversar mais com eles sobre esse lance de baixo.
– Tudo bem, então eu já vou.
O caminho da garagem da banda até a casa da Hayley não era muito longo. Cinco minutos de caminhada eram suficientes para completar o percurso. As ruas estavam quase desertas, mas ela não se importava. O clima estava frio como de costume e o vento também não ajudava, jogando correntes de ar pra tudo que era lado. O suéter que usava, mal conseguia protege-la do frio.
Ao dobrar a última esquina, ela já conseguia avistar sua casa. Andou mais depressa ao perceber a presença de alguém que acabara de dobrar a outra esquina, caminhando em sua direção. Hayley não olhou, só quando ouviu a pessoa chamar seu nome em um tom de voz bastante familiar.
– Hayley!
– Vá embora! Me deixe em paz!
– Precisamos conversar! Foi tudo um terrível engano...
– É William, realmente foi um engano sim. Um engano meu de ter acreditado tanto em você!
– Olha, eu sei que fiz muita besteira... quer me escutar?!
– Eu sinto muito, mas agora é tarde. Me deixe ir embora, por favor! É o melhor que você pode fazer pra mim!
– Hayley...
– Boa noite! E pare de me seguir, senão eu vou gritar.
– Quer dizer que acabou?
– William, vai logo embora, por favor.
E foram embora. Dois corações despedaçados seguindo direções opostas. William sentia mais uma vez a dor da perca por causa das suas mentiras. Mas engoliu o choro a tempo de entrar em seu quarto.
– Acho que... amava ela. Mas agora... agora acabou...

29 de set. de 2008

Capitulo 27: ...festa!

As noites sempre eram frias em Franklin naquela época do ano. Todo mundo saia de casa agasalhado, mesmo porque era quase impossível sair sem. Estava nublado aquele dia e as luzes da cidade refletia nas nuvens. Toda a moçada da cidade estava agitada, grupos de adolescentes estava por toda parte e sempre seguindo em uma só direção: para casa do Bill, quer dizer, casa não! A casa ficou mesmo só pra só pra guardar mantimentos e bebida. A festança ia ser na rua mesmo.
Bill era conhecido como o cara mais festeiro da região. De tanto montar festa legal em casa, o cara foi chamado para trabalhar em Nashville como organizador de eventos, e os seus sempre eram os melhores. Dizem que essa , digamos assim, “taração” por festas veio desde criança. Segundo boatos, o rapaz nasceu em pleno festival de música country CMA (Country Music Festival) que acontece todos os anos em Nashville. Pois bem, o parto foi normal, apesar do ambiente pra lá de anormal. E como ele sempre dizia: “eu nasci pra isso, baby!”
Então o aniversário desse grande festeiro era comemorado todos os anos em sua humilde, espaçosa e desmobiliada casa, porém, a fama de Bill já era tanta que mesmo que comprasse uma mansão não haveria espaço para tanta gente.
Em meio a essa “tanta gente” que se aprontava para a chamada BP (Bill’s Party) estava Hayley que, em frente ao espelho, reclamava do corpo e da altura que, segundo ela, não faziam jus ao vestido curtinho de cetim na cor bege, meia-calça de lã na cor bordô e botas plataforma de cano médio. Mas havia jurado a si mesma que não iria mais trocar de roupa, pois estava ficando com pena do Jeremy que estava esperando sentado no sofá a quase uma hora. Finalmente a garota apareceu.
– Hayley?! É você mesmo?!
– Eu acho que sim, né? Gostou da roupa?
– Você ta incrível!
– Sutiã com enchimento, querido. Agora fecha essa boca e vamos embora antes que eu mude de idéia.
Vestiram os casacos e saíram “desfilando” pelas ruas em direção a BP. Enquanto isso, Zac e Josh já estavam lá desde as seis horas montando a aparelhagem de som. Só deram um tempo para tomar banho e uma roupa mais apresentável. O mini-palco estava montado, os instrumentos afinados, estava tudo O.k. para começar a festa e, ás nove e meia já se ouviam solos de guitarra e bateria. Mas foi somente às dez que as palavras do consagrado aniversariante foram ouvidas.
– Senhoras e senhores, muito obrigado por virem marcar presença em mais uma BP. A verdade é que, eu sempre me emociono com a quantidade de amigos e irmãos que aparecem aqui, apesar de não conhecer nem metade de vocês. Mas, vamos prosseguir pra parte preferida pro Bill, hora de cantar parabéns!
Seguiu-se então o famoso hino:
– “Parabéns para o Bill, nessa data querida! Tenham muita ressaca, muita dor de barriga!”– “Parabéns para o Bill, esse filho da mãe! Parabéns para o Bill, esse filho da mãe!”
– Valeu Josh, eu também te amo! Então, como ninguém trouxe presente pra mim, daremos início a festa! Divirtam-se crianças!
Bill parecia um ex-membro dos Beatles pela maneira como se vestia. Era excêntrico, isso ninguém deixava de notar, além disso tinha um imenso carisma pra lidar com públicos... e falando em público, toda a galera naquele momento já se contorcia naquela ginga meio reumática que se tem quando se dança rock. Hayley também estava lá no meio tentando balançar com o Jeremy, que mais parecia uma muralha em meio a um terremoto.
– Só falta desabar.
– O quê?! Falou alguma coisa, Hayley? A música ta muito alta!
– Eu disse "olha quem ta lá"! Era de se esperar que aquele cretino do Wi... não consigo nem pronunciar esse nome! Tomara que não esteja olhando pra cá! Também se estiver, eu não tô nem aí! Eu sou mais eu, tá legal? Ninguém vai...
– Chega! A gente veio pra cá pra reclamar ou pra se divertir?
– Ta bom, ta bom! Eu vou parar... Ei! Olha lá quem ta tocando!
– Não conheço.
– Ah, Jeremy, claro que você não conhece! Como eu sou lesa, devia ter te apresentado à eles. Olha lá, aquele que tá tocando guitarra e cantando é o Josh, o da bateria é o Zac...
– E eu acho que eles estão ocupando pouquíssimo espaço ali, não é?
– Como assim?
– Quero dizer assim: "terra para Hayley", por que você não está lá com eles? Seu lugar é ali, garota! Pensa que eu não vi seus olhinhos brilhando desde que viu eles tocando? Vai, sobe no palco!
– Mas assim, sem mais nem menos?!
Não havia escapatória. Jeremy já puxava ela pelo braço em direção ao mini-palco. Quando se deu conta, o microfone já estava em suas mãos e a poesia cantada já saia de sua boca. Ao olhar para traz, a surpresa maior: Jeremy também estava lá com sua guitarra! "Mas o que está acontecendo aqui?!", ela se perguntava. Claro que suas duvidas tinham que esperar, e esperaram, até o final da apresentação, quase duas da madrugada, quando a polícia chegou. O plano foi esse: depois de saber que Hayley iria para a festa, nosso querido Josh teve a idéia de procurar o amigo que iria acompanhá-la e combinar com ele o "som de surpresa". E não é que deu certo! A Paramour se tornou ainda mais popular. Todo mundo adorou a entrada da vocalista que apareceu do meio da multidão e mandou ver.Naquele momento povo já se dispersava para suas casas. O Bill, apesar de estar ocupado conversando com os policiais, agradeceu todos os músicos e pagou uma gorjeta legal pra cada um. Todos estavam felizes com o novo membro da banda, quer dizer, quase novo membro. Era necessário planejar melhor e pensar mais a respeito desse assunto. A única verdade que pulsava no coração de todo mundo era que aquela noite, com certeza, ia ficar na história!

6 de set. de 2008

Capitulo 26: É dia de...

Era apenas mais uma manhã de quarta-feira, nada de novo. Só mesmo as mesmas coisas de sempre, as mesmas pessoas, as mesmas manias, os mesmos assuntos, nada de diferente. Escola acabando, férias se aproximando, um monte de trabalho pra fazer e pouca disposição. O tédio definitivamente é uma desgraça. O dia estava nublado o que deixava tudo duas vezes mais chato e Hayley estava apenas deitada no sofá da sua casa pensando, como costumava fazer sempre, quando de repente o telefone que estava na mesinha ao lado toca, assustando-a.
– Oi? – falou a voz masculina do outro lado.
– Oi. – bem, essa não era a maneira mais convencional de iniciar uma conversa por telefone.
– Ta a fim de sair hoje? – a voz falava pausadamente e Hayley estava sem paciência.
– Olha aqui meu filho, quem é você?
– Ah, pensei que você ia reconhecer a voz, é o Jeremy.
– Sim, sim, pensei que era o... ah, deixa pra lá. E pra onde vamos?
– Pô, você não sabe da festa na casa do Bill hoje? Todo mundo foi convidado, só não sei se vai caber todo mundo lá...
– É, realmente, mas eu não sei. Tenho que pedir primeiro à minha mãe – é uma das maneiras das meninas dizerem que não estão a fim de ir.
– Sei, mas era legal se você pudesse ir – havia algo meio que estranho na voz do Jeremy.
– Vou fazer o possível, beijo. – “Tu, tu, tu, tudo menos festa!”.
Era chato não ter nada pra fazer, mas uma festa... e ainda mais que todo mundo foi convidado, isso quer dizer que o William com certeza estaria.
– Hayley? – sua mãe tem dessas de chegar meio que de surpresa, e sempre aparece com alguma pergunta inusitada – Você está doente, querida?
– Não, mãe. Não estou doente.
– Você parece tão exausta, sei lá. Será que está com febre?
– Não, mãe. Não estou com febre.
– Então não vai se importar em ficar sozinha em casa hoje a noite, não é? – “Agora é a melhor, mamãe ta namorando. Era só o que faltava!”
– Não me diga que você está namorando!
– Não, filha. Não estou namorando - isso já estava ficando repetitivo demais.
– Porque você nunca sai de casa quanto mais a noite!
– Ah, Hayley, pensei que você tivesse a mente mais aberta. Quer dizer que eu não tenho mais direito de sair?
Ela tinha razão. Desde que se separou, nunca mais saiu pra lugar nenhum, a não ser para o supermercado.
– Ta bom, e pra onde você vai?
– Vou sair, ora essa, com minhas amigas.
– Não vá beber, viu? Pra se embriagar e depois...
– Que negócio é esse você me dando conselhos?!
– É porque você nunca mais, sei lá, pensei que tinha esquecido como é que... quer saber, deixa pra lá.
– E você, vai sair pra algum lugar?
– Acho que sim, é o jeito, não vou ficar aqui sozinha.
– O.k. Vou deixar comida na geladeira.
– Ta bom, você não vai contar, mas eu vou descobrir que é o fulano que você vai se encontrar.
Hayley ardia de ciúmes por dentro, mas se sentia bem pois nunca mais tinha visto sua mãe tão feliz, desde que se divorciou do seu pai. “E agora, o que fazer? Ficar em casa, sozinha em um tédio total ou ir pra uma festa super, paquerar um monte de gatinho e matar o William de raiva?”
– Vou ficar com a segunda opção.
Parecia bem menos preocupada. O bom humor da mãe tinha a contagiado. Mas, quem não estava tão despreocupado assim era o Josh, que resolveu marcar com Bill de animar a festa com um pouco de Jimmy Eat’s World, mas o equipamento estava meio ruim e ele precisava de um vocalista.
– Tem duas cordas sobrando aí, Zac?
– Josh, meu caro, eu não sei se você se lembra, mas eu sou baterista e não guitarrista.
– Cara, eu to ficando doido! Como é que eu fui fazer uma doidera dessa de me oferecer pra tocar na festa do Bill!
– É, mas agora é tarde, não tem mais como desmarcar. – Zac dizia isso enquanto caminhava até a porta da sua casa, onde alguém tocava a campainha incessantemente. E ao abrir a porta se deparou com uma presença muito inusitada.
– William?!
– É isso aí amigão, já passou da hora de eu vir acertar as contas com você.
Ao terminar de dizer isso os dois já rolavam pelo chão de madeira da casa dos Farro. A pancadaria dava pra se ouvir de todos os cômodos da casa. Ao ouvir todo o rebuliço, Josh correu para saber o que estava acontecendo e chegando até a sala só viu seu irmão se esmurrando com o coitado do William.
– Zac, pare agora – ordenou Josh ao mesmo instante que tentava separar os dois.
– Foi ele que começou. O cara vem na casa dos outros só pra apanhar! – e caiu na gargalhada. – Ta pensando o que meu filho?
– Você acabou com minha vida! – gritou William enquanto Josh o segurava e tentava entender o que estava se passando ali.
– Mas do que é que você ta falando? Fumou maconha, foi? Pelo que eu saiba é sempre você que estraga tudo com as suas mentiras, assim como ffez com a Niny e com a Hayley. Afinal, o que é que você tem contra mim William? Foi alguma coisa pessoal, alguma coisa que eu te fiz?
– Vai ver só Zac, eu sei que foi você que ligou pra Hayley naquele dia. Só você que sabia daquela história. Você pensa que eu sou idiota? Eu vi você naquele dia que eu falei com o Jeremy, mas quando eu te procurei você já tinha fugido. – Suas dores de cabeça estavam aumentando, devia ter pensado melhor antes de atacar Zac. Ele era bom de briga, sempre foi. “Esse marginal cretino!” – E agora por sua causa vou perdê-la!
– Por minha causa?! Que eu saiba foi você que mentiu pra ela, você que fez tudo para que ela não gostasse de você cara, será que não se toca?! Mais cedo ou mais tarde ela ia acabar descobrindo. Mais que espécie de trouxa é você que ainda vem todo cheio da razão pra “acertar contas”?!
– Dá pra alguém me explicar o que ta acontecendo aqui? – Falou Josh, enquanto empurrava o William para fora de casa.
– Esse imbecil aí, inventou uma mentira que amava a Hayley e tal só pra tirar ela da nossa banda e levar pra dele.
– É verdade isso, William?
– Bom... – Balbuciou enquanto se distanciava aos poucos, como um cão encurralado. – é... fui!
– Volta aqui seu...!
– Não, Zac! Deixa ele ir. A gente tem coisa mais importante pra resolver.
– É, você tem razão, vamos cuidar disso logo então que eu to morrendo de fome!
Josh então pensou um pouco e teve um idéia.
– Escuta Zac, liga pra Hayley e pergunta se ela vai.
– Pra onde?
– Pra festa, seu leso!
– Ah! Saquei o plano... ei, você me chamou de leso?!
– Liga logo!
– Ta, ta! Seu chato! Lá vai eu, 53... 27... – o telefone chamou, chamou... – Alô, Hayley? Vai pra festa hoje? ...ahã, e com quem? ... ah, Jeremy, sei... ahã... Não, era só pra saber se você ia mesmo... Sim, te vejo lá então. Thau!
– Ótimo! – Josh celebrava ao mesmo tempo que contava as moedas que encontrou em algumas de suas calças. – Vou comprar as cordas. Se liga, e vê se não se mete em nenhuma encrenca até eu voltar.
– Certo capitão! Mas compra algo pra mim quando vier, ta aqui a grana. Traz hambúrguer e uma porção de fritas.
Problema resolvido, agora Josh tinha dinheiro pra comprar as cordas que faltam na sua guitarra.
– Ta bom.
E assim o dia passou voando, como todos os outros dias.E enfim a noite chegou e com ela muitas surpresas.