Pensando ter se livrado da tensão que sentia, Ana agora se concentrava apenas em sua tristeza. Pena que estava sozinha. Não havia ninguém com quem pudesse desabafar ou contar o que se passava na sua cabeça. Então, preferiu-se a si mesma, “vai ser assim daqui pra frente”, pensou ela. E naquele momento em que caminhava pela Boulevard Avenue, lugar muito movimentado por ser o centro comercial da cidade, Ana se deparou com uma vitrine, e parou. Não pense que ela observava alguma coisa dentro da loja; não, pelo contrário. O que chamou a atenção dela foi seu reflexo que resplandecia no vidro escuro. Ela observou-se a si mesma, cada parte do seu corpo. Não era uma garota bonita, daquelas que você olha e sente desejo. Não estava vestindo algo ilustre ou grã-fino, e nada nela passava algum resplendor ou exuberância. Nem maquiagem passou no rosto, e seu cabelo estava preso a um rabo de cavalo simples. “Realmente eu não pareço nada de mais”, pensou, e se distanciou de si mesma, ou, do seu reflexo a que se prendia. Não caminhou nem dez passos direito, ou pelo menos não percebeu o quanto tinha percorrido, e viu um casal de namorados sentados no silencioso e doce escuro da noite. Os dois se aqueciam em um abraço caloroso, apaixonado. O beijo saiu pouco antes que Ana desviasse o olhar.
– Eu não nasci pra ser desejada, nem muito menos pra se amada... – disse ela, mais para si mesma. E começou a lembrar do porque que estava pensando dessa forma. De todas as garotas que ela já vira, exceto ela, já tiveram algum de tipo de relacionamento com alguém, sério ou não, e até mais de um, enquanto que Ana nunca havia sabido o que era paixão recíproca.
Mas para ela, isto quase não importava mais, quase não fazia diferença alguma... não! Definitivamente não fazia! Talvez nem tivesse culpa por pensar assim, por ser assim. O mundo a havia construído daquela forma. Seus pais, por exemplos, nunca se entenderam, sua mãe vivia reclamando da vida a dois. Seu pai nem dera alguma consideração que fosse para ninguém, sem falar nos ostros parentes, e nos pais dos amigos era quase a mesma história. Tinham também algumas amigas que suas que nunca demonstraram um pingo de satisfação com seus namorados ou ficantes, sempre apareciam com algum caso de desamor pra contar. Os poucos amigos que Ana tinha, nem um ficava com uma menina por mais de uma semana.
– Creio que não estaria diferente deles se encontrasse alguém que me quisesse – sussurrou ela mais uma vez, enquanto prosseguia caminhando na escuridão da noite.
Uma franca neblina começara a se formar e Ana sentiu-se um pouco aflita. Pensou em correr um pouco, mas não precisava. Sua casa já estava próxima, muito próxima. Quase poderia vê-la se não fosse pela neblina que a cada segundo se tornava mais espessa.
Quando se posicionou em frente à porta de entrada, Ana ficou com medo se deveria ou não entrar. Continuou parada por alguns minutos, a mão na maçaneta. Abrir ou não abrir? Não. Ela deu meia volta.
– Tive uma idéia.
Lembrou-se de um pequeno comercio próximo a sua casa, daqueles vinte e quatro horas. Examinou os bolsos. Não tinha muito dinheiro, mas era o suficiente. Previu que sentiria fome de madrugada e comprou algo para comer... fez isso mesmo, mas só depois de comprar alguma outra coisa antes. Algo pessoal, secreto, importante. Logo em seguida pagou a conta e voltou para casa. Subiu logo para o seu quarto. Nem se preocupou de olhar se sua mãe e pai haviam chegado, ou se não, ou se estavam transando no banheiro, como sempre faziam depois de uma semana inteira de discussões desnecessárias. Nada, nada importava. Olhou para o relógio na parede, 23h05min. “Não é tarde”, pensou. Em seguida jogou a sacola de compras em cima da cama e tirou o que mais importava de dentro dela. Abriu-o, examinou-o; puxou a caneta que guardava no bolso e rabiscou algumas palavras: “A primeira de muitas crônicas que escreverei durante a minha vida”.
(...)
Era uma sexta-feira perfeita. Todo o trabalho prazeroso no estudo estava de bom à melhor. Hayley nunca aprendera tanto em tão pouco tempo. E de tudo o que viveu durante aqueles dias, lembrou-se das passagens mais cômicas e cabulosas, como a primeira vez que ouviu sua própria voz gravada. Nunca em toda a sua vida havia rido tanto de si mesma! Preferia dez mil vezes ouvir uma arara cantando no seu lugar. Isso sem falar no Bryan! Um cara “doido”, preguiçoso e comilão. Ele era o desastre em pessoa! O café cai em cima da mesa de som; a energia acaba devido a um curto circuito causado por um abajur da Madonna que ele tratava de manter aceso o dia inteiro; um gato que ninguém sabe como entrou lá se enrosca todo nos cabos do microfone; isso tudo sem falar nas dezenas de objetos que escapam das mãos dele e se espatifam pelo assoalho. Concluindo: nunca vira pessoa mais desastrada, e mais engraçada. E tudo era assim, só alegria, tirando, é claro, alguns contratempos, mas nada de tão preocupante.
À tarde, em meio a uma seção de violão com seu amigo Josh, o telefone toca e Hayley vai atender. Sorte que era pra ela.
– Hayley? É você minha filhinha?
– Sim. Sou eu mãe. Algum problema?
Já fazia quase uma semana que ela estava em Nashville e sua mãe ainda não havia ligado nem uma vez, por isso Hayley se assustou um pouco ao ouvi-la assim de repente, ainda com diminutivos. E estranhou mais ainda o fato dela ter respondido sua pergunta tão desconcertadamente.
– Não! Claro que não! Por que estaria com algum problema? De onde você tirou isso? O que andaram te contando?
– Ninguém me falou nada não – disse ela, e fez uma longuíssima pausa. Suficiente para que sua mãe contasse o que queria contar. Era simples assim, vencida pelo constrangimento.
– Não adianta, querida! – exclamou – Não quero que você tenha surpresa maior ao voltar para casa. Eu preciso contar tudo de uma vez, não podemos esconder nada uma da outra! – Era incrível como até por telefone sal mãe conseguia ser dramática. – Então vou falar, não posso deixar que você...
– Mãe! Fala logo de uma vez o que é, pelo amor de Deus, que eu já tô ficando irritada com essa ladainha!
– Pois então está bem, já que você insiste... o Shad vai morar conosco agora.
Hayley segurou-se ao cabo do telefone de uma forma que quase o arrancou!
– Como é que é?!
21 de nov. de 2008
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10 comentários:
olha gente, sem problema quem quiser imprimir os capitulos, eu não me incomodo =)
e outra coisa, não sei se voces perceberam, mas os capitulos tão saindo agora dia sim, dia não. Bem que eu queria mesmo postar todos os dias... mas fazer o que né :/
tempo, tempo, tempo
num vejo a hra de entrar de férias >.<, fiquei sabendo que vai ser só dia 20 de dezembro o.o
que drogaaaaa!!!
então aguentem aí, pelo amor de Deus, num vão morrer de abstinência!
shuashuahuahs
abração =D
Lembra de mim? acho que não o ultimo comentario que deixei foi há séculos atras ..
só queria dizer que to muito viciada.. amei o visual novo, a 3° temporada ta demaais.. concerteza eu vou grava cada capitulo no meu PC ;D
você escreve tão bem devia escreve maais publica um livro fazer um filme ... (ta parei)
AMO ESSA FIC s2
bjaoo
MUITO BOM !!!! *--*
=D
continua =D *-*-*-**-*-*-------**-*-**
nossa tá otimo tbm me amarrei no novo visual da 3ªt.
continue assim
visual novo fiko lindooooooo...
to viciada demais.....
visual novo fiko lindooooooo...
to viciada demais.....
hum... dia sim, dia não?
eh, asho q dá pra aguentar
q
férias soh dia 20? o_o
tadinho =3
esperando o cap.de hj...
hehe...........oh eu comentands!!!
pior ki todo mundo jah elogiou, comentou, naum reclamou por naum ter motivos,,......... e eh isso ae,muito boa a fic...........toh gostando, acompanhado sempre,,,,boa sorte para todoss, tanto o marcos kuanto o leitores e comentadoress...hehe..
...abreçs!!
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