Naquela mesma noite de sexta-feira, o céu em Franklin estava entre nuvens. Não estava muito tarde, ainda eram 9:00, mas muitas casas já estavam com as luzes apagadas, e outras se preparavam para isso. Zac e seus amigos adoravam andar por aquele lado da cidade, pois tudo sempre era mais quieto, o que dava a eles mais vontade de bagunçar. Dois grandes amigos seus estavam o acompanhando naquele momento: John e Blayke, ambos da mesma idade, e até uns anos mais velhos do que Zac, por mais que isso não parecesse. Zac sempre teve essa deixa de aparentar ser mais velho do que sua idade, coisa que nunca o incomodou, pelo contrário, só o ajudou. Na escola, ele sempre mentia a idade, o que parecia verossímil, e os outros garotos não ousavam em tocar um dedo nele, até os mais velhos.
Os três naquele momento planejavam mais uma de suas pichações, desta vez, e um muro próximo a um terreno baldio na Fair Street, próximo a 5ª Avenida.
– O que você vai pichar, Zac? – Perguntou Blayke, enquanto retirada da mochila os spray de tintas que ele tinha roubado do estoque de seu pai.
– Acho que... não sei. O nome da banda, que tal? Paramore, bem ali. Respondeu ele, pensando para ver se colocaria mais alguma coisa.
Blayke fez uma cara de deboche.
– E você sabe escrever por acaso? – Disse ele, soltando aquela risadinha macabra que lhe era típica.
– É claro que eu sei, seu babaca! – Exclamou Zac, e empurrou-o. – Só não sei se depois do “r” coloca um “e” ou um “i”.
Seu amigo riu mais uma vez.
– Cara, eu acho que você devia estudar mais, pelo menos terminar o colegial. Tua fama de burro já correu a escola toda, fala sério. Já faz uns tantos anos que você ta estacionado na mesma série.
– Você tá parecendo o meu irmão mais velho. Vê se cala essa boca! Eu não preciso estudar muito pra conseguir o que eu quero, e o que eu quero é ser um baterista famoso. Vocês vão ver, caras, qualquer dia desses eu vou estar na capa das revistas, ganhando uma grana preta, dando entrevistas, autógrafos, e viajando o mundo todo...
– Eu acredito em você, cara. Boto, fé, boto fé... – disse John, batendo o punho cerrado no peito esquerdo.
– Eu já acho que você deveria colocar os pés no chão. – Retrucou Blayke. – Tudo bem que é isso que você quer. Corra atrás, beleza. Mas também, tu tem que encarar as possibilidades. Vai que isso não dê certo... sem estudo, cara, o máximo que você vai conseguir é um emprego como zelador de alguma escola!... Ei, Zac! Você tá gastando toda a tinha, pô! Já errou ali, ó. Colocou um “t” no lugar do “r”!
– Ah, toma essa porcaria, também não quero mais! – Berrou Zac, e jogou as latas de tinta quase vazias no chão.
Enquanto Blayke apanhava tudo e continuava seu discurso moralista, eis que surgem três vultos vindo do final da rua. Os três vinham correndo e traziam consigo uma grande bolsa preta. Logo que se aproximaram, Zac e seus amigos reconheceram logo de quem se tratava: os três marginais mais fracotes da cidade, Thomas Black e seus dois irmãos. Thomas, por acaso, seria o garoto que supostamente apunhalou Zac em uma briga que aconteceu há muitos, muitos meses atrás.
– Olá, Zac. Vejo que já se recuperou do – pigarreou – ferimento. – Disse ele, sentando junto com seus irmãos em um meio-fio próximo de onde Zac estava.
Blayke e John seguraram no ombro do amigo.
– Zac não vale a pena, cara. Vamos embora. – Disse John.
– Eu não tenho medo desse idiota. – Disse ele ao seu amigo, e depois virou-se para onde Thomas estava. – Sim, já estou bem melhor. E você, vê se cai fora que eu não tô com paciência de ficar olhando pra essa sua cara feia hoje.
– Eu ia dizer o mesmo a você. – Bronqueou Thomas, já se levantando e caminhando para perto de Zac. – Sabe o que andam dizendo por aí?
– Cara, nem inventa de caçar briga, – retrucou Zac, começando a ficar irritado. – você sabe, que eu bato em você com uma mão nas costas.
Thomas nem se importou, e continuou com sua conversa fiada.
– Uns amigos meus me contaram que sua mãe faz programa agora, sabia? Tem como marcar um horário com ela depois lá na minha casa?
Em um segundo, Zac sentiu como se todo o sangue do seu corpo tivesse subido pra sua cabeça. Thomas continuou rindo e fazendo xacocas contra ele, de má vontade, pois os punhos de Zac vieram quase flamejando e esbofetearam-no até que seu rosto ficou quase todo ensangüentado. Nem um dos irmãos de Thomas, ou mesmo John e Blayke conseguiram fazer com que ele parasse de bater. Durante uma pausa que Zac fez para dar impulso ao soco, Thomas conseguiu empurrá-lo e derrubá-lo no chão, perto de onde ele já havia caído no primeiro golpe, e para a infelicidade de Zac, ele havia sacado um objeto metálico de debaixo da camisa.
– Thomas, guarda essa arma! – Gritou um de seus irmãos, mas Thomas não deu ouvidos e o primeiro tiro saiu.
Todas as luzes que até então estavam apagadas no imenso corredor de ruas acenderam de repente, e alguns gritos vindos de uma casa vizinha ecoaram largamente através da noite escura. Zac continuou estirado no chão, enquanto Thomas fugia, até sumir na mesma escuridão por onde tinha chegado.
– Zac! Zac! Oh, meu Deus! Não deixe que ele tenha morrido! Por favor! – Gritou Blayke de joelhos com as mãos erguidas para o alto.
– Deixe de drama! Eu estou bem. – Respondeu Zac, já se levantando. – O imbecil errou o tiro.
Brayke ficou olhando para ele com os olhos arregalados, ainda surpreso com o que tinha acontecido.
– Galera, eu acho melhor a gente correr. – Apressou-se John. – Daqui a pouco essa rua vai estar repleta de gente querendo saber o que foi esse barulho, e eu não quero estar aqui quando a policia chegar.
Difícil foi conseguir arrastar Blayke, que ficara atônito com toda aquela agitação. Nunca ele tinha visto uma pistola, a não ser nos filmes, e ainda mais sendo disparada contra seu melhor amigo.
O importante é que quando as pessoas começaram a chegar, os três já estavam a caminho de suas casas, e esperavam que nada pior acontecesse... nada pior do que o que já havia acontecido.
12 de dez. de 2008
10 de dez. de 2008
Capitulo 60: Katrina e paixonites
Ao chegarem de volta a sua cidade Natal, despacharam o equipamento e acertaram alguns gastos. Em seguida cada integrante da Paramore voltou para sua casa. Hayley ganhou uma carona do pai de Jeremy, que a trouxe até a porta de casa. Ela agradeceu, despediu-se e entrou. Sua mala estava pesadíssima e como estava muito cansada, não conseguiria, com certeza, subir com aquela mala às escadas até o seu quarto. Então colocou a mala sobre o sofá e sentou-se ao lado dela com os cotovelos apoiados nos joelhos. De longe ela ouviu o barulho do chuveiro. Sua mãe devia estar tomando banho, pois o outro novo habitante da casa, seu namorado, ou esposo, ou conjugue, sei lá, cruzou a sala, afrouxando a gravata. Ao passar por Hayley, ele deu um leve sorriso que ela retribuiu, mais por educação. Sua mãe apareceu pouco tempo depois enrolada em uma toalha branca.
– Que bom, querida, que você chegou. Eu senti tanto a sua falta... – “apesar de não demonstrar isso no tom de voz”, pensou Hayley, quando sua mãe falou isso. – Mas como eu pensei que você só viria mais tarde, não preparei um jantar. Então, se você estiver com fome pode pegar um dinheiro na minha bolsa e compre alguma coisa pra você.
Hayley ficou chocada. Sua mãe nunca em seu juízo perfeito deixaria de se arriscar em um fogão para deixar que ela comesse em um fast-food. Era totalmente contra que a filha comesse coisas gordurosas. Não que Hayley não gostasse, mas a atitude dela foi tão estranha que era como se ela quisesse que sua filha saísse de casa. Mas também, Hayley não fez objeções, pois estava muito faminta pra pensar em qualquer argumento para contrapô-la. Então, pegou o dinheiro e saiu.
No caminho, de súbito, ela lembrou-se de sua amiga Katrina e pensou em ir até a casa dela para convidá-la a ir também. Mas nem precisou. Katrina já vinha na sua direção de longe e correu até onde Hayley estava.
– Menina! Há quanto tempo! – Gritou Hayley ao ver sua amiga, e as duas se abraçaram.
– Também não exagera. Foram apenas duas semanas. – Reclamou Katrina, e depois fez seu famoso gesto com uma das mãos.
– E você está indo pra onde? – Perguntou Hayley
– Eu ia na sua casa. – Respondeu sua amiga.
– Mentira!
– Sério! – exclamou Katrina. – Mas não pense que adivinhei que você tinha chegado. Eu apenas deduzi, ao ver um de seus amigos da banda andando perto da minha casa. Acho que é o menino que toca bateria.
– Zac. Ai, ai, esse aí não perde tempo. Mal chegou e já sai por aí... Sim! – Exclamou Hayley, de súbito. – Mas você não pode ir para minha casa, porque eu estou indo para sua casa. Minha mãe praticamente me expulsou, e me deu dinheiro pra comer fora. Ela nunca me dá dinheiro pra comer fora! Eu acho que isso foi uma estratégia pra me despistar e eles ficarem lá fazendo você sabe o quê... com aquele mala sem alça.
– Quer dizer que eles estão morando junto agora? – perguntou sua amiga.
– Pois é. O que eu temia aconteceu. – Hayley fez o mesmo gesto Katrina costuma fazer, “abanando as idéias”. Não queria nem pensar sua vida daqui pra frente.
– E a minha mãe, como sempre, me obrigando a fazer tudo do jeito que ela quer. A gente também não pode ir pra minha casa agora porque eu discuti com ela denovo.
– Então, quer ir comigo lanchar?
– Vamos sim, amiga. E você aproveita pra me contar todos os babados dessa viagem.
– Nem tem tanta coisa pra contar. Foi mais trabalho, trabalho e trabalho. Não que eu não tenha gostado, mas é que não dava tempo pra fazer qualquer outra coisa.
As duas nesse instante já caminhavam até a lanchonete Soul Food, que ficava na Galleria Blvd, não muito distante. Katrina ainda não tinha percebido que estava indo para lá, e ao perceber ela protestou.
– Não, Hayley! Por favor, qualquer outro lugar, menos ali.
– Qual é o problema? Aqui é o melhor fast-food de Franklin. Sem falar que os preços são ótimos...
– Eu sei, eu sei... – desconcertou-se Katrina. – Mas é porque tem uma pessoa que trabalha aí que eu não estou a fim de ver...
– Ah! Vai me contar tudo agora! É o seu ex?
– É... é sim. Pronto, falei. Ele trabalha como garçom, aquele cretino, maldito. – Katrina cerrou o punho e sacudiu-o na direção da lanchonete.
– E por qual motivo vocês terminaram? – Disse Hayley, quase empurrando a amiga à continuar a tragetória.
– Nada. – Respondeu ela.
– Nada?!
– É, nada. Ele não fez nada. Esse é o problema, ele nunca faz nada.
– Explica esse negócio direito que eu não tô entendo mais nada! Por que vocês terminaram exatamente?
– É porque eu sou doida, Hayley. Por isso. Ele é todo certinho, arrumadinho, cheirozinho... igual a maldita da minha mãe! Eu e ele somos como óleo e água. Não tem como um relacionamento desses dar certo.
– Eu não acredito que você terminou com ele só por isso! Cadê a Katrina corajosa, que gosta de bater de frente com as regras? – Hayley já estava quase lá. Só precisou de dar mais alguns empurrões de incentivo, literalmente.
– Eu não posso gostar de alguém, Hayley. Eu sou uma escritora de crônicas desamorosas, se é que essa palavra existe. Seu eu estiver apaixonada como é que vou conseguir escrever? O Roger é muito certinho, ele nunca vai fazer nada pra me ferir... desse jeito não dá!
– Eu não acredito que você está me dizendo uma coisa dessas! Você só pode estar doida mesmo! – As duas já entravam na lanchonete, seguindo para uma mesa. Hayley circulava o olhar em todas as direções procurando o suspeito... quando viu alguém parecidíssimo com as características que sua amiga descrevera. Um garoto com cabelo preto e boxexas rosadas que atendia uma mesa próxima da que elas haviam acabado de sentar.
– Garçom! – Gritou Hayley, acenando para o garoto.
– Pois não. – Disse Roger, abrindo um triste sorriso em direção a Katrina.
– Por favor, me traga dois hamburgueres e dois refrigerantes... Ah! E não esqueça das batatas fritas! – Pediu Hayley.
– Pode deixar! – Respondeu ele, já todo animado. Seus olhos tinham um brilho opaco, se é que isso é possível!
– Ele tá sofrendo por você, sabia? Tá estampado na cara dele: "Katrina, eu te amo! Por favor volta pra mim!"
– Eu sei... mas não rola. E você, por favor, vê se não apronta nada, porque eu já notei sua cara desde que nós entramos...
Quando os hamburgueres finalmente chegaram, as duas devoraram tudo em pouquíssimo tempo. Por isso, encheram-se logo, e não quiseram provar das batatas fritas.
– Trás a conta! – Gritou Hayley, e Roger apareceu rapidamente.
– Foram séte dólares tudo.
– Olha só, se nós negociarmos um reencontro, dá pra dar um abatimento?
– Hayley! – Gritou Katrina, foi a primeira vez que Hayley a vira envergonhada.
– Roger? Essa garota aqui quer bater um papo com você, então senta aí e escuta tudo bem direitinho. Amiga, você ainda vai me agradecer por isso.
Katrina ficou sem saber o que fazer.
– Hayley, você vai pra onde? – Perguntou ela.
– Vou deixar vocês a sós. Se cuidem, ein? Ah, e, Katrina, você encontrou uma louca mais louca do que você.
Hayley deu um sorisso, saiu da lanchonete e ficou olhando pra eles de fora. Não deu nem três minutos de conversa e os dois já estavam se beijando, lá mesmo, na mesa.
"Meu trabalho aqui tá feito", pensou ela, e saiu a caminho de sua casa. "Mas enquanto a mim?", pensou ainda, enquanto retornava para sua casa. Fez aquele gesto com a mão de novo e falou espalhafatosamente:
– Ah, sei lá! Deixe acontecer. Não vou pensar nisso.
E assim fez.
– Que bom, querida, que você chegou. Eu senti tanto a sua falta... – “apesar de não demonstrar isso no tom de voz”, pensou Hayley, quando sua mãe falou isso. – Mas como eu pensei que você só viria mais tarde, não preparei um jantar. Então, se você estiver com fome pode pegar um dinheiro na minha bolsa e compre alguma coisa pra você.
Hayley ficou chocada. Sua mãe nunca em seu juízo perfeito deixaria de se arriscar em um fogão para deixar que ela comesse em um fast-food. Era totalmente contra que a filha comesse coisas gordurosas. Não que Hayley não gostasse, mas a atitude dela foi tão estranha que era como se ela quisesse que sua filha saísse de casa. Mas também, Hayley não fez objeções, pois estava muito faminta pra pensar em qualquer argumento para contrapô-la. Então, pegou o dinheiro e saiu.
No caminho, de súbito, ela lembrou-se de sua amiga Katrina e pensou em ir até a casa dela para convidá-la a ir também. Mas nem precisou. Katrina já vinha na sua direção de longe e correu até onde Hayley estava.
– Menina! Há quanto tempo! – Gritou Hayley ao ver sua amiga, e as duas se abraçaram.
– Também não exagera. Foram apenas duas semanas. – Reclamou Katrina, e depois fez seu famoso gesto com uma das mãos.
– E você está indo pra onde? – Perguntou Hayley
– Eu ia na sua casa. – Respondeu sua amiga.
– Mentira!
– Sério! – exclamou Katrina. – Mas não pense que adivinhei que você tinha chegado. Eu apenas deduzi, ao ver um de seus amigos da banda andando perto da minha casa. Acho que é o menino que toca bateria.
– Zac. Ai, ai, esse aí não perde tempo. Mal chegou e já sai por aí... Sim! – Exclamou Hayley, de súbito. – Mas você não pode ir para minha casa, porque eu estou indo para sua casa. Minha mãe praticamente me expulsou, e me deu dinheiro pra comer fora. Ela nunca me dá dinheiro pra comer fora! Eu acho que isso foi uma estratégia pra me despistar e eles ficarem lá fazendo você sabe o quê... com aquele mala sem alça.
– Quer dizer que eles estão morando junto agora? – perguntou sua amiga.
– Pois é. O que eu temia aconteceu. – Hayley fez o mesmo gesto Katrina costuma fazer, “abanando as idéias”. Não queria nem pensar sua vida daqui pra frente.
– E a minha mãe, como sempre, me obrigando a fazer tudo do jeito que ela quer. A gente também não pode ir pra minha casa agora porque eu discuti com ela denovo.
– Então, quer ir comigo lanchar?
– Vamos sim, amiga. E você aproveita pra me contar todos os babados dessa viagem.
– Nem tem tanta coisa pra contar. Foi mais trabalho, trabalho e trabalho. Não que eu não tenha gostado, mas é que não dava tempo pra fazer qualquer outra coisa.
As duas nesse instante já caminhavam até a lanchonete Soul Food, que ficava na Galleria Blvd, não muito distante. Katrina ainda não tinha percebido que estava indo para lá, e ao perceber ela protestou.
– Não, Hayley! Por favor, qualquer outro lugar, menos ali.
– Qual é o problema? Aqui é o melhor fast-food de Franklin. Sem falar que os preços são ótimos...
– Eu sei, eu sei... – desconcertou-se Katrina. – Mas é porque tem uma pessoa que trabalha aí que eu não estou a fim de ver...
– Ah! Vai me contar tudo agora! É o seu ex?
– É... é sim. Pronto, falei. Ele trabalha como garçom, aquele cretino, maldito. – Katrina cerrou o punho e sacudiu-o na direção da lanchonete.
– E por qual motivo vocês terminaram? – Disse Hayley, quase empurrando a amiga à continuar a tragetória.
– Nada. – Respondeu ela.
– Nada?!
– É, nada. Ele não fez nada. Esse é o problema, ele nunca faz nada.
– Explica esse negócio direito que eu não tô entendo mais nada! Por que vocês terminaram exatamente?
– É porque eu sou doida, Hayley. Por isso. Ele é todo certinho, arrumadinho, cheirozinho... igual a maldita da minha mãe! Eu e ele somos como óleo e água. Não tem como um relacionamento desses dar certo.
– Eu não acredito que você terminou com ele só por isso! Cadê a Katrina corajosa, que gosta de bater de frente com as regras? – Hayley já estava quase lá. Só precisou de dar mais alguns empurrões de incentivo, literalmente.
– Eu não posso gostar de alguém, Hayley. Eu sou uma escritora de crônicas desamorosas, se é que essa palavra existe. Seu eu estiver apaixonada como é que vou conseguir escrever? O Roger é muito certinho, ele nunca vai fazer nada pra me ferir... desse jeito não dá!
– Eu não acredito que você está me dizendo uma coisa dessas! Você só pode estar doida mesmo! – As duas já entravam na lanchonete, seguindo para uma mesa. Hayley circulava o olhar em todas as direções procurando o suspeito... quando viu alguém parecidíssimo com as características que sua amiga descrevera. Um garoto com cabelo preto e boxexas rosadas que atendia uma mesa próxima da que elas haviam acabado de sentar.
– Garçom! – Gritou Hayley, acenando para o garoto.
– Pois não. – Disse Roger, abrindo um triste sorriso em direção a Katrina.
– Por favor, me traga dois hamburgueres e dois refrigerantes... Ah! E não esqueça das batatas fritas! – Pediu Hayley.
– Pode deixar! – Respondeu ele, já todo animado. Seus olhos tinham um brilho opaco, se é que isso é possível!
– Ele tá sofrendo por você, sabia? Tá estampado na cara dele: "Katrina, eu te amo! Por favor volta pra mim!"
– Eu sei... mas não rola. E você, por favor, vê se não apronta nada, porque eu já notei sua cara desde que nós entramos...
Quando os hamburgueres finalmente chegaram, as duas devoraram tudo em pouquíssimo tempo. Por isso, encheram-se logo, e não quiseram provar das batatas fritas.
– Trás a conta! – Gritou Hayley, e Roger apareceu rapidamente.
– Foram séte dólares tudo.
– Olha só, se nós negociarmos um reencontro, dá pra dar um abatimento?
– Hayley! – Gritou Katrina, foi a primeira vez que Hayley a vira envergonhada.
– Roger? Essa garota aqui quer bater um papo com você, então senta aí e escuta tudo bem direitinho. Amiga, você ainda vai me agradecer por isso.
Katrina ficou sem saber o que fazer.
– Hayley, você vai pra onde? – Perguntou ela.
– Vou deixar vocês a sós. Se cuidem, ein? Ah, e, Katrina, você encontrou uma louca mais louca do que você.
Hayley deu um sorisso, saiu da lanchonete e ficou olhando pra eles de fora. Não deu nem três minutos de conversa e os dois já estavam se beijando, lá mesmo, na mesa.
"Meu trabalho aqui tá feito", pensou ela, e saiu a caminho de sua casa. "Mas enquanto a mim?", pensou ainda, enquanto retornava para sua casa. Fez aquele gesto com a mão de novo e falou espalhafatosamente:
– Ah, sei lá! Deixe acontecer. Não vou pensar nisso.
E assim fez.
9 de dez. de 2008
Capitulo 59: Ultimo dia em Nashville
“Não há nada de mal em uma visitinha de surpresa”, falou Coll ao ver que todos os seus “pupilos” estavam bem alarmados com a sua presença. De fato, ele sempre gostou de surpresas, mas aquilo já se tornara quase constrangedor para si mesmo. Qualquer ser humano normal avisaria antes quando fosse visitar alguém. Ainda bem que ele não era normal, pelo contrário! Até gostava de ver aqueles tantos olhos grandes e sonhadores o encarando curiosos, como sempre, sobre que notícia havia de contar. Antes, é claro, como um perfeito cavalheiro que era, cumprimentou a todos os presentes, só depois sentou-se e pôs-se também a falar sobre o motivo pelo qual havia sido levado a ter com eles.
– Primeiramente gostaria de elogiar o trabalho de vocês, muito bom. Já ouvi todas as músicas e gostei de todas. Em conseguinte, vim informar a vocês duas coisas. – Coll fez um gesto solene com a mão direita, e em seguida prosseguiu. – Vocês tem uma apresentação na inauguração da boate Rock’s Club em Franklin, então espero que todos já estejam afiados, porque vocês vão cantar suas músicas, creio eu. A organização da festa vai ficar toda com o Bill. E além disso, tenho algo muito melhor a lhes oferecer...
O clima de expectativa e ansiedade tomou de conta de todos os que se encontravam presentes na sala de estar da Srta. Greenway, que a propósito, estava na cozinha organizando a mesa para o almoço. E pareceu não se incomodar nem um pouco com a presença do estranho baixinho e careca galante que a galanteara a pouco. Jonnatan e Jason também ouviam tudo, e até eles ficaram um pouco ansiosos com a notícia que iria ser anunciada.
– Bom, a segunda coisa que eu queria anunciar, na verdade, não é nem tanto um aviso, e sim um convite. Eu estava conversando sobre vocês com alguns amigos meus que costumam visitar a Rock’s Club daqui de Nashville e um deles comentou: “Coll, eu acho que essa banda, a Paramore, é muito boa. Quem sabe você não poderia incentiva-los a fazer uma mini-turnê pelo estado do Tenneesse?” Então essa é a proposta. Mas, claro, não será algo de muito peso, pois vocês ainda estão iniciando. Porém, contará muitos pontos para vocês, mais pela divulgação... e também pelo dinheiro que vocês vão ganhar, claro.
– Que a gente aceita, isso sem dúvida. – Declarou Josh, em nome de toda a banda. – Mas precisamos conversar sobre como serão os detalhes e tal. – A vontade dele naquele instante era de pular e saltitar de alegria. “Uma turnê, cara!!”, gritava ele dentro de si. Entretanto, conteve-se e permaneceu parado e sentado no imenso sofá estampado de flores na sala da Srta. Greenway.
– Naturalmente que tudo isso vai ser acertado. Eu só precisava mais da confirmação de vocês todos. Como já obtive, agora pode deixar tudo comigo.
Hayley que chegara da cozinha a pouco, mas ouvira toda a conversa, estava em pé ao lado do sofá que Josh estava sentado, junto com os outros garotos da banda. Coll estava na poltrona e o primo de Jeremy e seu amigo conversavam entre si, em pé, mas ainda no mesmo cômodo.
E depois de conversarem, e conversarem, Coll saiu, mas não antes de Aurora convida-lo para almoçar com eles.
– Não gosto de ser intrometido, se me permite o palavreado – respondeu ele, ao mesmo tempo que cumprimentava todos os presentes com um solene gesto de despedida.
– É um homenzinho muito do encantador mesmo esse Collins. – Declarou Aurora, pouco tempo depois dele sair.
Hayley abraçou-a de leve e depois cochichou no ouvido dela.
– E é solteiro viu?
Aurora ficou vermelha, em seguida deu um baita riso com sua nova amiga. Os outros garotos ficaram sem entender nada, mas também nem perguntaram. Foram direto para mesa e sentaram-se todos ao redor, com um banquete os esperando. Nem lembraram de agradecer, só no final, e também elogiaram a cozinheira pela excelente comida.
Há tarde, quase noite, o carro do pai de Jeremy, que já era esperado por eles, chegou. Todos já estavam com seus pertences arrumados. Na hora da despedida, Aurora conteu suas lágrimas e se despediu de todos. Jason e Jonnatan marcaram de aparecer qualquer dia em Franklin para visitar seus novos amigos. E eles já estavam a caminho de casa... “duas semanas rápidas essas”, pensou Hayley, “algo é chegar em casa e ter de enfrentar a minha mãe com aquele cara”. Josh, Zac e Jeremy estavam ansiosos para voltar, sempre ficam; mesmo quando passamos pouco tempo longe de casa, quando voltamos sempre há aquele clima de mudança. O que eles não sabiam era o quanto tudo pode mudar quando se está longe.
– Primeiramente gostaria de elogiar o trabalho de vocês, muito bom. Já ouvi todas as músicas e gostei de todas. Em conseguinte, vim informar a vocês duas coisas. – Coll fez um gesto solene com a mão direita, e em seguida prosseguiu. – Vocês tem uma apresentação na inauguração da boate Rock’s Club em Franklin, então espero que todos já estejam afiados, porque vocês vão cantar suas músicas, creio eu. A organização da festa vai ficar toda com o Bill. E além disso, tenho algo muito melhor a lhes oferecer...
O clima de expectativa e ansiedade tomou de conta de todos os que se encontravam presentes na sala de estar da Srta. Greenway, que a propósito, estava na cozinha organizando a mesa para o almoço. E pareceu não se incomodar nem um pouco com a presença do estranho baixinho e careca galante que a galanteara a pouco. Jonnatan e Jason também ouviam tudo, e até eles ficaram um pouco ansiosos com a notícia que iria ser anunciada.
– Bom, a segunda coisa que eu queria anunciar, na verdade, não é nem tanto um aviso, e sim um convite. Eu estava conversando sobre vocês com alguns amigos meus que costumam visitar a Rock’s Club daqui de Nashville e um deles comentou: “Coll, eu acho que essa banda, a Paramore, é muito boa. Quem sabe você não poderia incentiva-los a fazer uma mini-turnê pelo estado do Tenneesse?” Então essa é a proposta. Mas, claro, não será algo de muito peso, pois vocês ainda estão iniciando. Porém, contará muitos pontos para vocês, mais pela divulgação... e também pelo dinheiro que vocês vão ganhar, claro.
– Que a gente aceita, isso sem dúvida. – Declarou Josh, em nome de toda a banda. – Mas precisamos conversar sobre como serão os detalhes e tal. – A vontade dele naquele instante era de pular e saltitar de alegria. “Uma turnê, cara!!”, gritava ele dentro de si. Entretanto, conteve-se e permaneceu parado e sentado no imenso sofá estampado de flores na sala da Srta. Greenway.
– Naturalmente que tudo isso vai ser acertado. Eu só precisava mais da confirmação de vocês todos. Como já obtive, agora pode deixar tudo comigo.
Hayley que chegara da cozinha a pouco, mas ouvira toda a conversa, estava em pé ao lado do sofá que Josh estava sentado, junto com os outros garotos da banda. Coll estava na poltrona e o primo de Jeremy e seu amigo conversavam entre si, em pé, mas ainda no mesmo cômodo.
E depois de conversarem, e conversarem, Coll saiu, mas não antes de Aurora convida-lo para almoçar com eles.
– Não gosto de ser intrometido, se me permite o palavreado – respondeu ele, ao mesmo tempo que cumprimentava todos os presentes com um solene gesto de despedida.
– É um homenzinho muito do encantador mesmo esse Collins. – Declarou Aurora, pouco tempo depois dele sair.
Hayley abraçou-a de leve e depois cochichou no ouvido dela.
– E é solteiro viu?
Aurora ficou vermelha, em seguida deu um baita riso com sua nova amiga. Os outros garotos ficaram sem entender nada, mas também nem perguntaram. Foram direto para mesa e sentaram-se todos ao redor, com um banquete os esperando. Nem lembraram de agradecer, só no final, e também elogiaram a cozinheira pela excelente comida.
Há tarde, quase noite, o carro do pai de Jeremy, que já era esperado por eles, chegou. Todos já estavam com seus pertences arrumados. Na hora da despedida, Aurora conteu suas lágrimas e se despediu de todos. Jason e Jonnatan marcaram de aparecer qualquer dia em Franklin para visitar seus novos amigos. E eles já estavam a caminho de casa... “duas semanas rápidas essas”, pensou Hayley, “algo é chegar em casa e ter de enfrentar a minha mãe com aquele cara”. Josh, Zac e Jeremy estavam ansiosos para voltar, sempre ficam; mesmo quando passamos pouco tempo longe de casa, quando voltamos sempre há aquele clima de mudança. O que eles não sabiam era o quanto tudo pode mudar quando se está longe.
3 de dez. de 2008
Capitulo 58: O primo Jonnatan
Aurora estava sozinha em sua casa, e o silêncio dos cômodos só era cortado pelo vento forte que passava pelas frestas da janela. Sentada na sua cadeira, ela pensava na vida enquanto tricotava algumas meias que estava pensando em dar para Hayley. Seu pensamento estava fixo no relógio na parede a sua frente. Os garotos e a garota estavam perto de chegar, pensou, e logo foi até a cozinha preparar algo para eles comerem. Sua felicidade maior, desde que passou a última temporada de verão na casa de sua irmã, em Franklin, era a de ver tanta alegria dentro da sua casa. Aquelas paredes quase nunca receberam tanta vibração quanto agora, e ela gostava disso. No fundo, sempre invejou um pouco a irmã, por ela ter tido dois filhos tão alegres e saudáveis. Ela mesma já perdera o sonho de se casar algum dia, mesmo porque sua idade não a permitia mais que fizesse isso, pensava. Enquanto mexia uma panela, e fritava alguns bifes, o barulho de adolescentes entrando pelos cômodos tomou de conta da casa, mas Aurora sentiu que dessa vez as paredes vibravam mais do que o normal. E ao conferi-los na sala de estar, realmente havia mais gente lá.
– Tia Aurora! Quanto tempo! – gritou um dos adolescentes, e correu ao encontro dos braços da sua tia querida.
– Jonnatan, meu querido! Que surpresa ver você aqui! – gritou ela, retribuindo o abraço caloroso que seu sobrinho preferido dera.
Jonnatan, desde criança sempre fora um garoto excepcional, e tudo o que resolvia fazer, não só conseguia, mas também se destacava naquilo. De uns anos pra cá ele decidiu que se dedicaria à música. Foi quase um exemplo pra Jeremy, que na época era bem mais novo que ele. Os dois na verdade viviam juntos quando Jonnatan morava em Franklin, até que os pais dele foram morar noutro estado, Oklahoma especificamente, por causa de um emprego que o pai dele havia conseguido lá. Nada de muito grandioso. Não é a toa que Jonnatan continuou trabalhando com música para ajudar os pais na despesa de casa. Ele tocava em uma banda chamada Funny Helly, guitarra base, o que orgulhou seu primo que, por influência e ajuda dele, passou a gostar de guitarra e a tocar também.
– Gente, – disse Jonnatan – esse é meu amigo Jason, toca na Funny Helly também e é um grande guitarrista, cara. Ele arrebenta.
– Ah, também não exagera... – desconsertou-se Jason.
– Cara, você sumiu completamente! O que andou fazendo?
– Ah Jeremy, – desconversou Jonnatan – Tava por aí... a gente comprou um ônibus e saímos de viajem pelo Tenneesse. – E contou inúmeras histórias de aventuras e dificuldades que teve que passar junto com a banda em suas viagens pelo interior do estado. Aurora ouvia toda a conversa, impressionada com a coragem do sobrinho, em seus, apenas, 18 anos de idade. Zac e Josh também se encontravam na sala.
– Então priminho, o que têm feito também durante esse tempo? Eu ouvi dizer que você agora está gravando umas demos. Progrediu muito cara, muito mesmo. Ainda tá na Factory? – Perguntou, ele ao terminar de contar suas aventuras.
– Não, não. Eu saí faz tempo... agora tô na Paramore... nossa, nem acredito que esqueci de apresentar o pessoal! Olha, esse menorzinho é o Zac, nosso baterista. Josh, irmão dele, nosso guitarrista.
– Prazer caras. – cumprimentou ele a ambos.
– Tem também Hayley a nossa vocalista... ué? Ela tava aqui com a gente agora a pouco. Onde será que ela foi?
Hayley, naquele instante estava a caminho de um comércio próximo.
– Bom, ela deve ter saído. – Terminou Jeremy.
– Então galera, vamos dar uma volta por aí? Tem um bar ali mais a diante que tem um totó... a gente pode fazer um mini-campeonato. – Sugeriu Jonnatan.
E os garotos foram até o brinquedo de garotos fazer uma competição de garotos. Hayley passou bem em frente a onde eles estavam quando vinha do supermercado, e ficou indecisa se iria lá ou não. Na verdade tinha acordado toda confusa...
– Hayley! Hayley! Vem cá! – gritou Zac assim que a viu do outro lado da rua.
E ela foi, mas pra quê?
– Ah! Eu não vou ficar aqui vendo vocês jogando... se na vão me deixar jogar, eu vou pra casa. – Reivindicou ela.
– Hayley, você é menina... não vai querer jogar isso. – Contrapôs ainda Zac, já tomando o lugar de Jeremy que perdeu na partida passada. Jonnatan e Jason formavam uma equipe ótima, estavam ganhando todas as partidas.
– Ah, é assim?! Então vão à merda com seu joguinho machista, seus idiotas!
– Nossa, também não é pra tanto né?
– Cale a boca Josh! Você é o pior de todos...! Na verdade eu nem seu quem é o pior!
E saiu correndo de volta a casa da Aurora. Odiava quando os garotos excluíam-na de qualquer coisa... na verdade eles sempre a excluíam de tudo!
– Menino é tudo igual, tudo igual! – chegou ela, gritando isso ao entrar na casa. – Ainda bem que já terminamos de gravar as músicas e vamos finalmente para casa... – E jogou sua jaqueta em cima do sofá. Por sorte Aurora estava por perto para acalmá-la.
– O que aconteceu, querida?
Por um instante, Hayley lembrou-se da sua mãe, e notou também o quanto sentia saudades dela. Essas duas semanas passaram voando, e devagar ao mesmo tempo, muito devagar... principalmente quando sentia saudades de alguém.
– Aqueles garotos idiotas... ficam dizendo “ah, Hayley, você é menina, nanananá”. Isso me irrita! Tô cansada de me tratarem como uma garotinha.
– Bom, então pelo menos você tem que começar a agir como tal se quiser sobressair esses meninos. Sabe que quando eu tinha a sua idade eu pensava exatamente como você? Principalmente quando eu estava naqueles dias especiais para as meninas.
– É verdade, sempre quando chega aqueles dias eu fico um pouco revoltada.
As duas riram alto.
– Eu vou sentir muita falta de vocês quando forem embora. – Entristeceu-se Greenway. Era tudo tão alegre aquelas semanas. Como se sua juventude aflorasse novamente...
Hayley apenas mordeu o lábio superior, e depois perguntou.
– Aurora, você nunca pensou em casar não? Ter filhos, e tal?
Depois de perguntar isso, ela se arrependeu ao ver que os olhos de Aurora encheram-se de lágrimas que ameaçavam cair a qualquer instante... mas não caíram. Por algum motivo ela permaneceu forte.
– Eu acho que os meninos nunca me deram muita importância , nem eu a eles. Homens não me fazem falta... sem dúvidas que não. Mas filhos... sempre sonhei com uma casa repleta de crianças correndo pra todo lado e bagunçando tudo! – Aurora deu um sorriso meio de lado. Seria incrível uma vida daquela, mas ela nunca teve tempo... pelo menos quando era mais nova, para cuidar de um lar. – Sempre fui muito preguiçosa, não acho que seria uma boa mãe para ninguém.
Naquele instante, os garotos novamente entraram na casa, e pareciam mais eufóricos do que o normal. Isso deveu-se ao fato, não só de Jonnatan e Jason terem vencido todas as partidas do totó. Mas foi a presença de alguém que os deixou assim. Quem podia ser então? É claro!
– Sr. Coll!!
– Tia Aurora! Quanto tempo! – gritou um dos adolescentes, e correu ao encontro dos braços da sua tia querida.
– Jonnatan, meu querido! Que surpresa ver você aqui! – gritou ela, retribuindo o abraço caloroso que seu sobrinho preferido dera.
Jonnatan, desde criança sempre fora um garoto excepcional, e tudo o que resolvia fazer, não só conseguia, mas também se destacava naquilo. De uns anos pra cá ele decidiu que se dedicaria à música. Foi quase um exemplo pra Jeremy, que na época era bem mais novo que ele. Os dois na verdade viviam juntos quando Jonnatan morava em Franklin, até que os pais dele foram morar noutro estado, Oklahoma especificamente, por causa de um emprego que o pai dele havia conseguido lá. Nada de muito grandioso. Não é a toa que Jonnatan continuou trabalhando com música para ajudar os pais na despesa de casa. Ele tocava em uma banda chamada Funny Helly, guitarra base, o que orgulhou seu primo que, por influência e ajuda dele, passou a gostar de guitarra e a tocar também.
– Gente, – disse Jonnatan – esse é meu amigo Jason, toca na Funny Helly também e é um grande guitarrista, cara. Ele arrebenta.
– Ah, também não exagera... – desconsertou-se Jason.
– Cara, você sumiu completamente! O que andou fazendo?
– Ah Jeremy, – desconversou Jonnatan – Tava por aí... a gente comprou um ônibus e saímos de viajem pelo Tenneesse. – E contou inúmeras histórias de aventuras e dificuldades que teve que passar junto com a banda em suas viagens pelo interior do estado. Aurora ouvia toda a conversa, impressionada com a coragem do sobrinho, em seus, apenas, 18 anos de idade. Zac e Josh também se encontravam na sala.
– Então priminho, o que têm feito também durante esse tempo? Eu ouvi dizer que você agora está gravando umas demos. Progrediu muito cara, muito mesmo. Ainda tá na Factory? – Perguntou, ele ao terminar de contar suas aventuras.
– Não, não. Eu saí faz tempo... agora tô na Paramore... nossa, nem acredito que esqueci de apresentar o pessoal! Olha, esse menorzinho é o Zac, nosso baterista. Josh, irmão dele, nosso guitarrista.
– Prazer caras. – cumprimentou ele a ambos.
– Tem também Hayley a nossa vocalista... ué? Ela tava aqui com a gente agora a pouco. Onde será que ela foi?
Hayley, naquele instante estava a caminho de um comércio próximo.
– Bom, ela deve ter saído. – Terminou Jeremy.
– Então galera, vamos dar uma volta por aí? Tem um bar ali mais a diante que tem um totó... a gente pode fazer um mini-campeonato. – Sugeriu Jonnatan.
E os garotos foram até o brinquedo de garotos fazer uma competição de garotos. Hayley passou bem em frente a onde eles estavam quando vinha do supermercado, e ficou indecisa se iria lá ou não. Na verdade tinha acordado toda confusa...
– Hayley! Hayley! Vem cá! – gritou Zac assim que a viu do outro lado da rua.
E ela foi, mas pra quê?
– Ah! Eu não vou ficar aqui vendo vocês jogando... se na vão me deixar jogar, eu vou pra casa. – Reivindicou ela.
– Hayley, você é menina... não vai querer jogar isso. – Contrapôs ainda Zac, já tomando o lugar de Jeremy que perdeu na partida passada. Jonnatan e Jason formavam uma equipe ótima, estavam ganhando todas as partidas.
– Ah, é assim?! Então vão à merda com seu joguinho machista, seus idiotas!
– Nossa, também não é pra tanto né?
– Cale a boca Josh! Você é o pior de todos...! Na verdade eu nem seu quem é o pior!
E saiu correndo de volta a casa da Aurora. Odiava quando os garotos excluíam-na de qualquer coisa... na verdade eles sempre a excluíam de tudo!
– Menino é tudo igual, tudo igual! – chegou ela, gritando isso ao entrar na casa. – Ainda bem que já terminamos de gravar as músicas e vamos finalmente para casa... – E jogou sua jaqueta em cima do sofá. Por sorte Aurora estava por perto para acalmá-la.
– O que aconteceu, querida?
Por um instante, Hayley lembrou-se da sua mãe, e notou também o quanto sentia saudades dela. Essas duas semanas passaram voando, e devagar ao mesmo tempo, muito devagar... principalmente quando sentia saudades de alguém.
– Aqueles garotos idiotas... ficam dizendo “ah, Hayley, você é menina, nanananá”. Isso me irrita! Tô cansada de me tratarem como uma garotinha.
– Bom, então pelo menos você tem que começar a agir como tal se quiser sobressair esses meninos. Sabe que quando eu tinha a sua idade eu pensava exatamente como você? Principalmente quando eu estava naqueles dias especiais para as meninas.
– É verdade, sempre quando chega aqueles dias eu fico um pouco revoltada.
As duas riram alto.
– Eu vou sentir muita falta de vocês quando forem embora. – Entristeceu-se Greenway. Era tudo tão alegre aquelas semanas. Como se sua juventude aflorasse novamente...
Hayley apenas mordeu o lábio superior, e depois perguntou.
– Aurora, você nunca pensou em casar não? Ter filhos, e tal?
Depois de perguntar isso, ela se arrependeu ao ver que os olhos de Aurora encheram-se de lágrimas que ameaçavam cair a qualquer instante... mas não caíram. Por algum motivo ela permaneceu forte.
– Eu acho que os meninos nunca me deram muita importância , nem eu a eles. Homens não me fazem falta... sem dúvidas que não. Mas filhos... sempre sonhei com uma casa repleta de crianças correndo pra todo lado e bagunçando tudo! – Aurora deu um sorriso meio de lado. Seria incrível uma vida daquela, mas ela nunca teve tempo... pelo menos quando era mais nova, para cuidar de um lar. – Sempre fui muito preguiçosa, não acho que seria uma boa mãe para ninguém.
Naquele instante, os garotos novamente entraram na casa, e pareciam mais eufóricos do que o normal. Isso deveu-se ao fato, não só de Jonnatan e Jason terem vencido todas as partidas do totó. Mas foi a presença de alguém que os deixou assim. Quem podia ser então? É claro!
– Sr. Coll!!
23 de nov. de 2008
Capitulo 57: "Eu decido a minha vida"
– Aquele homem não vai morar conosco! Não vai! E eu não quero saber mais de conversas sobre isso! Não confio nele! Ele não presta, não presta! Eu vejo isso quando olho no olho dele! Mãe, por favor, não me faça uma coisa dessas!
Os garotos, que estavam assistindo televisão na casa de Greenway, pararam imediatamente assim que ouviram os berros de Hayley vindos da cozinha. Eles vieram para onde ela estava e sentaram-se ao redor da mesa da mesa de jantar, espectando a conversa pelo telefone. Ela pedia, implorava, mas parecia que suas palavras não surtiam efeito, pois a mesma ladainha perdurava.
– Você está com ciúmes de mim! – Retrucou sua mãe, sem dar o mínimo de atenção ao que Hayley dizia. – E além do mais, eu sou sua mãe, caso você tenha esquecido, não é você que é a minha, então pare de gritar desse jeito! E também, toda a minha vida eu criei você sozinha, praticamente. Seu pai, aquele irresponsável, nunca serviu pra nada! Maldito! – Fez uma pausa. – Escute aqui: – continuou ela, alterando bruscamente o tom da voz. – eu liguei pra te avisar, não para pedir sua opinião! Eu sou adulta e eu decido a minha vida!
Hayley ficou muda com as últimas palavras de sua mãe. Não tinha argumentos contra aquilo. Percebeu também um outro lado de sua mãe que não via a muito tempo. O relacionamento entre as duas estava tão equilibrado, e a Sra. Jonas estava tão humilde em suas ações, nunca mais havia tomado nenhuma decisão antes de consultá-la. Era difícil pra Hayley vê-la com essa postura tão autoritária... e de imediato entendeu o recado. Sentiu-se tão pequena que nem ao menos quis terminar a conversa, e pôs o telefone lentamente no gancho. Nem mesmo um “tchau” ela disse, nem alguma palavra de despedida. Jeremy, Zac e Josh começaram a perguntar o que havia acontecido, quem havia ligado pra ela... mas o silêncio pairou no ar e ela não respondeu nenhuma das perguntas. Caminhou até a sala de estar sentou-se no sofá com a cabeça levemente reclinada sobre o encosto. Logo uma lágrima desceu, seguida de outra e mais outra... Jeremy ainda quis ir até onde ela estava para tentar consolá-la, mas os outros dois o impediram.
– Ela vai ficar bem, – assentiu Josh – deixe apenas que fique um tempo a sós com seus pensamentos.
E realmente era isso que ela queria: ficar sozinha.
Hayley estava em um conflito interno. Não queria que sua mãe aceitasse aquele homem na casa, mas sentia que ao mesmo tempo que não concordava com a decisão dela estava sendo injusta com os sentimentos dela. Então, o que poderia fazer? Que decisão tomaria? Por enquanto, nenhuma. Não havia nada a ser feito. Foi como sua mãe disse: aquilo foi apenas um comunicado, a decisão já foi tomada. Mas uma coisa a deixava extremamente inquieta! Seu sexto sentido apitava mais do que nunca.
Bem longe dali, sentada também no sofá da sua casa estava a Sra. Myle Lee Jonas, e, não parecia menos deprimida do que sua filha. Sentia-se um pouco arrependida por ter dito coisas tão severas a ela, e ainda mais por telefone. Ela ficou imaginando como Hayley tinha reagido, como estava se sentindo naquele instante, depois daquela discussão. Pensou em ligar de novo. Até discou o número, mas não deixou que chamasse, e pôs o telefone novamente onde ele estava. Shad Oliver estava na casa, lá em cima, se arrumando para ir ao trabalho. Uma boa parte de suas roupas e objetos pessoais já estavam lá, teria os trazido no mesmo dia em que Myle declarara sua postura de aprovação quanto a morarem juntos. Já ela continuava sentada, e pensava agora na sorte que teve por ter encontrado um homem tão bom pra ela e, com certeza, sua filha veria isso nele também assim que o conhecesse melhor. No instante em que ela pensava nisso, Shad descia as escadas. Ela levantou-se, e os dois cruzaram a porta da cozinha juntos. Ele até a surpreendeu com um abraço por trás e um beijo na sua nuca. Ambos sorriram alegremente.
– Ai, querido. Eu acabei de falar com a Hayley sobre sua vinda para cá e ela reagiu tão mal... então não ligue pra qualquer besteira que ela disser quando voltar para casa – disse voltando a sua expressão de preocupação habitual.
– Isso é perfeitamente normal – respondeu ele. – Geralmente isso sempre acontece com as crianças quando sua mãe ou pai decidem morar com outra pessoa. Comigo mesmo isso já aconteceu. Meu pai se divorciou e eu fiquei morando com ele. Depois de um tempo ele se casou novamente e eu fiquei com muitos ciúmes. Mas depois de um tempo eu me acostumei e acabei até gostando dela.
– Eu também penso da mesma forma... mas ao mesmo tempo, acho tão estranho vê-la assim, porque nunca foi seu gênio agir dessa forma. – Myle punha a comida no prato do seu novo companheiro, que já se encontrava sentado na mesa esperando-a.
– Para tudo tem a sua primeira vez, não é? – E engoliu uma colherada. – Hum! Isso está muito bom!
Shad não se preocupava nem um pouco se a filhinha mimada de Myle estava com “dor de cotovelo” ou não. Seria até melhor que ela ficasse aborrecida e, quem sabe, resolvesse “dar o fora”... nunca tinha gostado dela mesmo, desde a primeira vez que a vira... aqueles olhos castanho e enormes... malditos olhos... fitavam-no com tanta desconfiança, como se pudessem ver sua alma e tudo o que era por dentro. “Malditos olhos”, repetia ele consigo mesmo, enquanto abria um fingido sorriso à Myle. Ela sempre gostou de sorrisos e elogios e ele nunca se importou de compartilhar isso. Sabia que seria feliz com ela. A amava, não tinha dúvidas quanto a isso. Mas Haia uma coisa naquela casa que o impelia: a presença daqueles olhos, o encarando, o expulsando. Realmente, aquilo seria um problema, e ela faria de tudo para solucioná-lo.
Os garotos, que estavam assistindo televisão na casa de Greenway, pararam imediatamente assim que ouviram os berros de Hayley vindos da cozinha. Eles vieram para onde ela estava e sentaram-se ao redor da mesa da mesa de jantar, espectando a conversa pelo telefone. Ela pedia, implorava, mas parecia que suas palavras não surtiam efeito, pois a mesma ladainha perdurava.
– Você está com ciúmes de mim! – Retrucou sua mãe, sem dar o mínimo de atenção ao que Hayley dizia. – E além do mais, eu sou sua mãe, caso você tenha esquecido, não é você que é a minha, então pare de gritar desse jeito! E também, toda a minha vida eu criei você sozinha, praticamente. Seu pai, aquele irresponsável, nunca serviu pra nada! Maldito! – Fez uma pausa. – Escute aqui: – continuou ela, alterando bruscamente o tom da voz. – eu liguei pra te avisar, não para pedir sua opinião! Eu sou adulta e eu decido a minha vida!
Hayley ficou muda com as últimas palavras de sua mãe. Não tinha argumentos contra aquilo. Percebeu também um outro lado de sua mãe que não via a muito tempo. O relacionamento entre as duas estava tão equilibrado, e a Sra. Jonas estava tão humilde em suas ações, nunca mais havia tomado nenhuma decisão antes de consultá-la. Era difícil pra Hayley vê-la com essa postura tão autoritária... e de imediato entendeu o recado. Sentiu-se tão pequena que nem ao menos quis terminar a conversa, e pôs o telefone lentamente no gancho. Nem mesmo um “tchau” ela disse, nem alguma palavra de despedida. Jeremy, Zac e Josh começaram a perguntar o que havia acontecido, quem havia ligado pra ela... mas o silêncio pairou no ar e ela não respondeu nenhuma das perguntas. Caminhou até a sala de estar sentou-se no sofá com a cabeça levemente reclinada sobre o encosto. Logo uma lágrima desceu, seguida de outra e mais outra... Jeremy ainda quis ir até onde ela estava para tentar consolá-la, mas os outros dois o impediram.
– Ela vai ficar bem, – assentiu Josh – deixe apenas que fique um tempo a sós com seus pensamentos.
E realmente era isso que ela queria: ficar sozinha.
Hayley estava em um conflito interno. Não queria que sua mãe aceitasse aquele homem na casa, mas sentia que ao mesmo tempo que não concordava com a decisão dela estava sendo injusta com os sentimentos dela. Então, o que poderia fazer? Que decisão tomaria? Por enquanto, nenhuma. Não havia nada a ser feito. Foi como sua mãe disse: aquilo foi apenas um comunicado, a decisão já foi tomada. Mas uma coisa a deixava extremamente inquieta! Seu sexto sentido apitava mais do que nunca.
Bem longe dali, sentada também no sofá da sua casa estava a Sra. Myle Lee Jonas, e, não parecia menos deprimida do que sua filha. Sentia-se um pouco arrependida por ter dito coisas tão severas a ela, e ainda mais por telefone. Ela ficou imaginando como Hayley tinha reagido, como estava se sentindo naquele instante, depois daquela discussão. Pensou em ligar de novo. Até discou o número, mas não deixou que chamasse, e pôs o telefone novamente onde ele estava. Shad Oliver estava na casa, lá em cima, se arrumando para ir ao trabalho. Uma boa parte de suas roupas e objetos pessoais já estavam lá, teria os trazido no mesmo dia em que Myle declarara sua postura de aprovação quanto a morarem juntos. Já ela continuava sentada, e pensava agora na sorte que teve por ter encontrado um homem tão bom pra ela e, com certeza, sua filha veria isso nele também assim que o conhecesse melhor. No instante em que ela pensava nisso, Shad descia as escadas. Ela levantou-se, e os dois cruzaram a porta da cozinha juntos. Ele até a surpreendeu com um abraço por trás e um beijo na sua nuca. Ambos sorriram alegremente.
– Ai, querido. Eu acabei de falar com a Hayley sobre sua vinda para cá e ela reagiu tão mal... então não ligue pra qualquer besteira que ela disser quando voltar para casa – disse voltando a sua expressão de preocupação habitual.
– Isso é perfeitamente normal – respondeu ele. – Geralmente isso sempre acontece com as crianças quando sua mãe ou pai decidem morar com outra pessoa. Comigo mesmo isso já aconteceu. Meu pai se divorciou e eu fiquei morando com ele. Depois de um tempo ele se casou novamente e eu fiquei com muitos ciúmes. Mas depois de um tempo eu me acostumei e acabei até gostando dela.
– Eu também penso da mesma forma... mas ao mesmo tempo, acho tão estranho vê-la assim, porque nunca foi seu gênio agir dessa forma. – Myle punha a comida no prato do seu novo companheiro, que já se encontrava sentado na mesa esperando-a.
– Para tudo tem a sua primeira vez, não é? – E engoliu uma colherada. – Hum! Isso está muito bom!
Shad não se preocupava nem um pouco se a filhinha mimada de Myle estava com “dor de cotovelo” ou não. Seria até melhor que ela ficasse aborrecida e, quem sabe, resolvesse “dar o fora”... nunca tinha gostado dela mesmo, desde a primeira vez que a vira... aqueles olhos castanho e enormes... malditos olhos... fitavam-no com tanta desconfiança, como se pudessem ver sua alma e tudo o que era por dentro. “Malditos olhos”, repetia ele consigo mesmo, enquanto abria um fingido sorriso à Myle. Ela sempre gostou de sorrisos e elogios e ele nunca se importou de compartilhar isso. Sabia que seria feliz com ela. A amava, não tinha dúvidas quanto a isso. Mas Haia uma coisa naquela casa que o impelia: a presença daqueles olhos, o encarando, o expulsando. Realmente, aquilo seria um problema, e ela faria de tudo para solucioná-lo.
21 de nov. de 2008
Capitulo 56: As peripécias de Ana, final.
Pensando ter se livrado da tensão que sentia, Ana agora se concentrava apenas em sua tristeza. Pena que estava sozinha. Não havia ninguém com quem pudesse desabafar ou contar o que se passava na sua cabeça. Então, preferiu-se a si mesma, “vai ser assim daqui pra frente”, pensou ela. E naquele momento em que caminhava pela Boulevard Avenue, lugar muito movimentado por ser o centro comercial da cidade, Ana se deparou com uma vitrine, e parou. Não pense que ela observava alguma coisa dentro da loja; não, pelo contrário. O que chamou a atenção dela foi seu reflexo que resplandecia no vidro escuro. Ela observou-se a si mesma, cada parte do seu corpo. Não era uma garota bonita, daquelas que você olha e sente desejo. Não estava vestindo algo ilustre ou grã-fino, e nada nela passava algum resplendor ou exuberância. Nem maquiagem passou no rosto, e seu cabelo estava preso a um rabo de cavalo simples. “Realmente eu não pareço nada de mais”, pensou, e se distanciou de si mesma, ou, do seu reflexo a que se prendia. Não caminhou nem dez passos direito, ou pelo menos não percebeu o quanto tinha percorrido, e viu um casal de namorados sentados no silencioso e doce escuro da noite. Os dois se aqueciam em um abraço caloroso, apaixonado. O beijo saiu pouco antes que Ana desviasse o olhar.
– Eu não nasci pra ser desejada, nem muito menos pra se amada... – disse ela, mais para si mesma. E começou a lembrar do porque que estava pensando dessa forma. De todas as garotas que ela já vira, exceto ela, já tiveram algum de tipo de relacionamento com alguém, sério ou não, e até mais de um, enquanto que Ana nunca havia sabido o que era paixão recíproca.
Mas para ela, isto quase não importava mais, quase não fazia diferença alguma... não! Definitivamente não fazia! Talvez nem tivesse culpa por pensar assim, por ser assim. O mundo a havia construído daquela forma. Seus pais, por exemplos, nunca se entenderam, sua mãe vivia reclamando da vida a dois. Seu pai nem dera alguma consideração que fosse para ninguém, sem falar nos ostros parentes, e nos pais dos amigos era quase a mesma história. Tinham também algumas amigas que suas que nunca demonstraram um pingo de satisfação com seus namorados ou ficantes, sempre apareciam com algum caso de desamor pra contar. Os poucos amigos que Ana tinha, nem um ficava com uma menina por mais de uma semana.
– Creio que não estaria diferente deles se encontrasse alguém que me quisesse – sussurrou ela mais uma vez, enquanto prosseguia caminhando na escuridão da noite.
Uma franca neblina começara a se formar e Ana sentiu-se um pouco aflita. Pensou em correr um pouco, mas não precisava. Sua casa já estava próxima, muito próxima. Quase poderia vê-la se não fosse pela neblina que a cada segundo se tornava mais espessa.
Quando se posicionou em frente à porta de entrada, Ana ficou com medo se deveria ou não entrar. Continuou parada por alguns minutos, a mão na maçaneta. Abrir ou não abrir? Não. Ela deu meia volta.
– Tive uma idéia.
Lembrou-se de um pequeno comercio próximo a sua casa, daqueles vinte e quatro horas. Examinou os bolsos. Não tinha muito dinheiro, mas era o suficiente. Previu que sentiria fome de madrugada e comprou algo para comer... fez isso mesmo, mas só depois de comprar alguma outra coisa antes. Algo pessoal, secreto, importante. Logo em seguida pagou a conta e voltou para casa. Subiu logo para o seu quarto. Nem se preocupou de olhar se sua mãe e pai haviam chegado, ou se não, ou se estavam transando no banheiro, como sempre faziam depois de uma semana inteira de discussões desnecessárias. Nada, nada importava. Olhou para o relógio na parede, 23h05min. “Não é tarde”, pensou. Em seguida jogou a sacola de compras em cima da cama e tirou o que mais importava de dentro dela. Abriu-o, examinou-o; puxou a caneta que guardava no bolso e rabiscou algumas palavras: “A primeira de muitas crônicas que escreverei durante a minha vida”.
(...)
Era uma sexta-feira perfeita. Todo o trabalho prazeroso no estudo estava de bom à melhor. Hayley nunca aprendera tanto em tão pouco tempo. E de tudo o que viveu durante aqueles dias, lembrou-se das passagens mais cômicas e cabulosas, como a primeira vez que ouviu sua própria voz gravada. Nunca em toda a sua vida havia rido tanto de si mesma! Preferia dez mil vezes ouvir uma arara cantando no seu lugar. Isso sem falar no Bryan! Um cara “doido”, preguiçoso e comilão. Ele era o desastre em pessoa! O café cai em cima da mesa de som; a energia acaba devido a um curto circuito causado por um abajur da Madonna que ele tratava de manter aceso o dia inteiro; um gato que ninguém sabe como entrou lá se enrosca todo nos cabos do microfone; isso tudo sem falar nas dezenas de objetos que escapam das mãos dele e se espatifam pelo assoalho. Concluindo: nunca vira pessoa mais desastrada, e mais engraçada. E tudo era assim, só alegria, tirando, é claro, alguns contratempos, mas nada de tão preocupante.
À tarde, em meio a uma seção de violão com seu amigo Josh, o telefone toca e Hayley vai atender. Sorte que era pra ela.
– Hayley? É você minha filhinha?
– Sim. Sou eu mãe. Algum problema?
Já fazia quase uma semana que ela estava em Nashville e sua mãe ainda não havia ligado nem uma vez, por isso Hayley se assustou um pouco ao ouvi-la assim de repente, ainda com diminutivos. E estranhou mais ainda o fato dela ter respondido sua pergunta tão desconcertadamente.
– Não! Claro que não! Por que estaria com algum problema? De onde você tirou isso? O que andaram te contando?
– Ninguém me falou nada não – disse ela, e fez uma longuíssima pausa. Suficiente para que sua mãe contasse o que queria contar. Era simples assim, vencida pelo constrangimento.
– Não adianta, querida! – exclamou – Não quero que você tenha surpresa maior ao voltar para casa. Eu preciso contar tudo de uma vez, não podemos esconder nada uma da outra! – Era incrível como até por telefone sal mãe conseguia ser dramática. – Então vou falar, não posso deixar que você...
– Mãe! Fala logo de uma vez o que é, pelo amor de Deus, que eu já tô ficando irritada com essa ladainha!
– Pois então está bem, já que você insiste... o Shad vai morar conosco agora.
Hayley segurou-se ao cabo do telefone de uma forma que quase o arrancou!
– Como é que é?!
– Eu não nasci pra ser desejada, nem muito menos pra se amada... – disse ela, mais para si mesma. E começou a lembrar do porque que estava pensando dessa forma. De todas as garotas que ela já vira, exceto ela, já tiveram algum de tipo de relacionamento com alguém, sério ou não, e até mais de um, enquanto que Ana nunca havia sabido o que era paixão recíproca.
Mas para ela, isto quase não importava mais, quase não fazia diferença alguma... não! Definitivamente não fazia! Talvez nem tivesse culpa por pensar assim, por ser assim. O mundo a havia construído daquela forma. Seus pais, por exemplos, nunca se entenderam, sua mãe vivia reclamando da vida a dois. Seu pai nem dera alguma consideração que fosse para ninguém, sem falar nos ostros parentes, e nos pais dos amigos era quase a mesma história. Tinham também algumas amigas que suas que nunca demonstraram um pingo de satisfação com seus namorados ou ficantes, sempre apareciam com algum caso de desamor pra contar. Os poucos amigos que Ana tinha, nem um ficava com uma menina por mais de uma semana.
– Creio que não estaria diferente deles se encontrasse alguém que me quisesse – sussurrou ela mais uma vez, enquanto prosseguia caminhando na escuridão da noite.
Uma franca neblina começara a se formar e Ana sentiu-se um pouco aflita. Pensou em correr um pouco, mas não precisava. Sua casa já estava próxima, muito próxima. Quase poderia vê-la se não fosse pela neblina que a cada segundo se tornava mais espessa.
Quando se posicionou em frente à porta de entrada, Ana ficou com medo se deveria ou não entrar. Continuou parada por alguns minutos, a mão na maçaneta. Abrir ou não abrir? Não. Ela deu meia volta.
– Tive uma idéia.
Lembrou-se de um pequeno comercio próximo a sua casa, daqueles vinte e quatro horas. Examinou os bolsos. Não tinha muito dinheiro, mas era o suficiente. Previu que sentiria fome de madrugada e comprou algo para comer... fez isso mesmo, mas só depois de comprar alguma outra coisa antes. Algo pessoal, secreto, importante. Logo em seguida pagou a conta e voltou para casa. Subiu logo para o seu quarto. Nem se preocupou de olhar se sua mãe e pai haviam chegado, ou se não, ou se estavam transando no banheiro, como sempre faziam depois de uma semana inteira de discussões desnecessárias. Nada, nada importava. Olhou para o relógio na parede, 23h05min. “Não é tarde”, pensou. Em seguida jogou a sacola de compras em cima da cama e tirou o que mais importava de dentro dela. Abriu-o, examinou-o; puxou a caneta que guardava no bolso e rabiscou algumas palavras: “A primeira de muitas crônicas que escreverei durante a minha vida”.
(...)
Era uma sexta-feira perfeita. Todo o trabalho prazeroso no estudo estava de bom à melhor. Hayley nunca aprendera tanto em tão pouco tempo. E de tudo o que viveu durante aqueles dias, lembrou-se das passagens mais cômicas e cabulosas, como a primeira vez que ouviu sua própria voz gravada. Nunca em toda a sua vida havia rido tanto de si mesma! Preferia dez mil vezes ouvir uma arara cantando no seu lugar. Isso sem falar no Bryan! Um cara “doido”, preguiçoso e comilão. Ele era o desastre em pessoa! O café cai em cima da mesa de som; a energia acaba devido a um curto circuito causado por um abajur da Madonna que ele tratava de manter aceso o dia inteiro; um gato que ninguém sabe como entrou lá se enrosca todo nos cabos do microfone; isso tudo sem falar nas dezenas de objetos que escapam das mãos dele e se espatifam pelo assoalho. Concluindo: nunca vira pessoa mais desastrada, e mais engraçada. E tudo era assim, só alegria, tirando, é claro, alguns contratempos, mas nada de tão preocupante.
À tarde, em meio a uma seção de violão com seu amigo Josh, o telefone toca e Hayley vai atender. Sorte que era pra ela.
– Hayley? É você minha filhinha?
– Sim. Sou eu mãe. Algum problema?
Já fazia quase uma semana que ela estava em Nashville e sua mãe ainda não havia ligado nem uma vez, por isso Hayley se assustou um pouco ao ouvi-la assim de repente, ainda com diminutivos. E estranhou mais ainda o fato dela ter respondido sua pergunta tão desconcertadamente.
– Não! Claro que não! Por que estaria com algum problema? De onde você tirou isso? O que andaram te contando?
– Ninguém me falou nada não – disse ela, e fez uma longuíssima pausa. Suficiente para que sua mãe contasse o que queria contar. Era simples assim, vencida pelo constrangimento.
– Não adianta, querida! – exclamou – Não quero que você tenha surpresa maior ao voltar para casa. Eu preciso contar tudo de uma vez, não podemos esconder nada uma da outra! – Era incrível como até por telefone sal mãe conseguia ser dramática. – Então vou falar, não posso deixar que você...
– Mãe! Fala logo de uma vez o que é, pelo amor de Deus, que eu já tô ficando irritada com essa ladainha!
– Pois então está bem, já que você insiste... o Shad vai morar conosco agora.
Hayley segurou-se ao cabo do telefone de uma forma que quase o arrancou!
– Como é que é?!
19 de nov. de 2008
Capitulo 55: O peladinho, quer dizer, caderninho
– Quer me explicar o que significa isso, Josh?!
Hayley estava aparentemente zangada. Ela exibia o caderninho preto, erguendo-o sobre o ombro. Em sua mente, mesmo antes de seu amigo falar qualquer coisa, ela visualizara toda uma cena: ele, de alguma forma, descobriu que sua namorada (ou ex-namorada) Janet escrevia poesia e resolveu saqueá-la para usar sua arte em benefício próprio. Ou pior! Janet, coitada, iludida, achou que tinha encontrado o homem da sua vida e deu de presente a ele toda a criação de uma vida inteira. Como os homens são totalmente insensíveis e não tem um pingo de respeito pelos sentimentos de ninguém, Josh resolveu que iria usar as músicas que ela criou para incorporá-las ao repertório da banda, afinal “deu, tá dado”.
O irmão dele, Zac, estava do lado de Hayley e também esperava uma resposta imediata! Não deixaram nem que ele vestisse uma roupa e tirasse a toalha molhada. Tinha de ser agora! E ele parecia muito aturdido, coitado. Não sabia se contava a verdade ou não. Se contasse, achariam que ele estava louco, se não, pensariam que ele era um cretino que só queria se aproveitar da criatividade da menina. Por fim, resolveu abrir o jogo de uma vez por todas e contar tudo. Mesmo que talvez eles não entendessem.
– Tudo bem, eu vou contar – disse Josh, com voz trêmula. – Eu não fiz isso por querer, gente. Alguém me obrigou.
– Te obrigou, te obrigou... como assim “te obrigou”?! Eu pensei que você gostasse da garota, daí você faz uma coisa dessas e vem dizer que alguém te obrigou?! Como você pode ser tão cínico?! – Bem que Hayley queria um vaso de flores bem grande pra jogar na cabeça do Josh! – É melhor você explicar essa história direito, meu querido. Sem rodeios, por favor. Diga de uma vez quem foi que te obrigou a fazer uma coisa dessas?
Josh pensou. Deveria mesmo falar? Hayley com certeza não iria entender quando ele dissesse quem o obrigara, mas seu irmão veria na hora!
– Quem me obrigou – disse ele – foi a Any.
– Any, Any... quem diáboa é essa Any?! Quer dizer que além de trair sua namorada com essa tal de Any, ela ainda te obriga a roubar coisas? Que espécie de monstro ela é?! – Hayley parou para respirar um pouco e olhou a cara de espanto com que Zac estava. Os dois irmão estavam calados e pareciam entender tudo o que estava acontecendo, logo, elqa exigiu uma explicação. Dessa vez foi Zac que se pronunciou.
– Hayley... Any faleceu há cinco anos.
Ela riu rispidamente.
– Vocês só podem estar brincando, né? Não vão me dizer que acreditam nessa história de vida após a morte! Fui cristã durante a minha vida toda e sei muito bem que esse negócio não existe. Josh – disse ela, já mudando o tom de voz irritado para um calmo e atencioso – de que forma você acha que essa Any te obrigou a fazer isso?
– Eu vou ser franco em dizer, Hayley – disse ele encostando-se na parede ao seu lado com o ar muito deprimido – ultimamente tenho tido muitos pesadelos, quase toda noite, e em todos eles Any aparece. De alguma forma ela tenta me obrigar a fazer certas coisas, dizendo que se eu não assentir com sua vontade, fará com que tudo dê errado na minha vida! E o pior é que ela e Janet se parecem muito! Eu simplesmente não consigo mais olhar nos olhos da minha namorada, Hayley, eu tenho medo!
– Calma, calma... também não é preciso se desesperar – disse ela, ao ver que seu amigo realmente estava passando por algo muito complicado e seu desespero era aparente. – Olha Josh, presta atenção ao que eu vou te dizer: pessoas mortas não se comunicam com os vivos. O corpo e o espírito estão juntos, mas quando se separam o “eu” deixa de existir. Como você disse que Any e sua namorada são muito parecidas fisicamente, ao vê-la todos os dias, você deve estar fazendo uma imagem mental de Any e isso deve estar se refletindo em seu subconsciente. O que você precisa fazer é se livrar dessa memória intrusa que você criou procurando lutar contra isso. Você vai ver que em pouco tempo vai deixar de ter esses pesadelos. – Hayley sempre gostou muito de psicologia e pensou que se a Carrera de cantora não desse certo, com certeza tentaria seguir como psicóloga.
– Eu sei, Hayley. Você tem toda razão – concordou Zac, que até então era apenas expectador do diálogo. – Você – disse, se dirigindo para Josh – tem que se libertar dessa lembrança. Eu sei que não é fácil resolver esse tipo de problema, mas você sabe que nós estamos aqui para te ajudar no que precisar.
Os três ainda estavam conversando quando Aurora entrou no quarto para chamá-los ao café da manhã e não gostou nem um pouco de ver um de seus hóspedes circulando só de toalha pelo cômodo. Josh que estava tão concentrado na conversa, provavelmente assustou-se quando Aurora apareceu e por acidente, soltou um pouco a toalha que caiu até sua canela! Os três só conseguiram ouvir o grito feminino que se estendeu pelo menos por dois quarteirões! E ela saiu correndo pela casa toda depois disso.
Hayley e Zac passaram a manhã quase toda rindo! Era incrível como uma conversa poderia começar com um assunto tão sério e terminar com uma situação tão cômica e constrangedora!
Meia hora depois de tudo isso, Aurora ainda estava pálida, mas com os nervos muito mais controlados. Todos tomavam café agora... todos calmos, e o mais importante: todos vestidos! Jeremy não entendeu nada do por que daquele estresse todo, mas nem tocou no assunto. E ao terminarem de lanchar, o clima tornou-se mais harmonioso e antes de sair pra o estúdio, tudo mundo resolveu dar um abraço em Greenway. Todo mundo, menos o Josh.
Hayley estava aparentemente zangada. Ela exibia o caderninho preto, erguendo-o sobre o ombro. Em sua mente, mesmo antes de seu amigo falar qualquer coisa, ela visualizara toda uma cena: ele, de alguma forma, descobriu que sua namorada (ou ex-namorada) Janet escrevia poesia e resolveu saqueá-la para usar sua arte em benefício próprio. Ou pior! Janet, coitada, iludida, achou que tinha encontrado o homem da sua vida e deu de presente a ele toda a criação de uma vida inteira. Como os homens são totalmente insensíveis e não tem um pingo de respeito pelos sentimentos de ninguém, Josh resolveu que iria usar as músicas que ela criou para incorporá-las ao repertório da banda, afinal “deu, tá dado”.
O irmão dele, Zac, estava do lado de Hayley e também esperava uma resposta imediata! Não deixaram nem que ele vestisse uma roupa e tirasse a toalha molhada. Tinha de ser agora! E ele parecia muito aturdido, coitado. Não sabia se contava a verdade ou não. Se contasse, achariam que ele estava louco, se não, pensariam que ele era um cretino que só queria se aproveitar da criatividade da menina. Por fim, resolveu abrir o jogo de uma vez por todas e contar tudo. Mesmo que talvez eles não entendessem.
– Tudo bem, eu vou contar – disse Josh, com voz trêmula. – Eu não fiz isso por querer, gente. Alguém me obrigou.
– Te obrigou, te obrigou... como assim “te obrigou”?! Eu pensei que você gostasse da garota, daí você faz uma coisa dessas e vem dizer que alguém te obrigou?! Como você pode ser tão cínico?! – Bem que Hayley queria um vaso de flores bem grande pra jogar na cabeça do Josh! – É melhor você explicar essa história direito, meu querido. Sem rodeios, por favor. Diga de uma vez quem foi que te obrigou a fazer uma coisa dessas?
Josh pensou. Deveria mesmo falar? Hayley com certeza não iria entender quando ele dissesse quem o obrigara, mas seu irmão veria na hora!
– Quem me obrigou – disse ele – foi a Any.
– Any, Any... quem diáboa é essa Any?! Quer dizer que além de trair sua namorada com essa tal de Any, ela ainda te obriga a roubar coisas? Que espécie de monstro ela é?! – Hayley parou para respirar um pouco e olhou a cara de espanto com que Zac estava. Os dois irmão estavam calados e pareciam entender tudo o que estava acontecendo, logo, elqa exigiu uma explicação. Dessa vez foi Zac que se pronunciou.
– Hayley... Any faleceu há cinco anos.
Ela riu rispidamente.
– Vocês só podem estar brincando, né? Não vão me dizer que acreditam nessa história de vida após a morte! Fui cristã durante a minha vida toda e sei muito bem que esse negócio não existe. Josh – disse ela, já mudando o tom de voz irritado para um calmo e atencioso – de que forma você acha que essa Any te obrigou a fazer isso?
– Eu vou ser franco em dizer, Hayley – disse ele encostando-se na parede ao seu lado com o ar muito deprimido – ultimamente tenho tido muitos pesadelos, quase toda noite, e em todos eles Any aparece. De alguma forma ela tenta me obrigar a fazer certas coisas, dizendo que se eu não assentir com sua vontade, fará com que tudo dê errado na minha vida! E o pior é que ela e Janet se parecem muito! Eu simplesmente não consigo mais olhar nos olhos da minha namorada, Hayley, eu tenho medo!
– Calma, calma... também não é preciso se desesperar – disse ela, ao ver que seu amigo realmente estava passando por algo muito complicado e seu desespero era aparente. – Olha Josh, presta atenção ao que eu vou te dizer: pessoas mortas não se comunicam com os vivos. O corpo e o espírito estão juntos, mas quando se separam o “eu” deixa de existir. Como você disse que Any e sua namorada são muito parecidas fisicamente, ao vê-la todos os dias, você deve estar fazendo uma imagem mental de Any e isso deve estar se refletindo em seu subconsciente. O que você precisa fazer é se livrar dessa memória intrusa que você criou procurando lutar contra isso. Você vai ver que em pouco tempo vai deixar de ter esses pesadelos. – Hayley sempre gostou muito de psicologia e pensou que se a Carrera de cantora não desse certo, com certeza tentaria seguir como psicóloga.
– Eu sei, Hayley. Você tem toda razão – concordou Zac, que até então era apenas expectador do diálogo. – Você – disse, se dirigindo para Josh – tem que se libertar dessa lembrança. Eu sei que não é fácil resolver esse tipo de problema, mas você sabe que nós estamos aqui para te ajudar no que precisar.
Os três ainda estavam conversando quando Aurora entrou no quarto para chamá-los ao café da manhã e não gostou nem um pouco de ver um de seus hóspedes circulando só de toalha pelo cômodo. Josh que estava tão concentrado na conversa, provavelmente assustou-se quando Aurora apareceu e por acidente, soltou um pouco a toalha que caiu até sua canela! Os três só conseguiram ouvir o grito feminino que se estendeu pelo menos por dois quarteirões! E ela saiu correndo pela casa toda depois disso.
Hayley e Zac passaram a manhã quase toda rindo! Era incrível como uma conversa poderia começar com um assunto tão sério e terminar com uma situação tão cômica e constrangedora!
Meia hora depois de tudo isso, Aurora ainda estava pálida, mas com os nervos muito mais controlados. Todos tomavam café agora... todos calmos, e o mais importante: todos vestidos! Jeremy não entendeu nada do por que daquele estresse todo, mas nem tocou no assunto. E ao terminarem de lanchar, o clima tornou-se mais harmonioso e antes de sair pra o estúdio, tudo mundo resolveu dar um abraço em Greenway. Todo mundo, menos o Josh.
17 de nov. de 2008
Capitulo 54: As peripécias de Ana [Zac e Hayley], 2ª Parte
Já faziam dois dia que os quatro amigos estavam em Nashville e desde que chegaram lá passaram pouquíssimo tempo descansando na casa da Srta. Greenway. E quando tinham tempo para ficar um pouco na casa, simplesmente dedicaram-se ao máximo a escrever e cantar. Jeremy e Josh se tornaram mais íntimos durante esse tempo, pois antes os dois quase não se falavam. Agora, ficavam o tempo todo discutindo sobre os arranjos, combinando os solos do baixo e da guitarra. Já Hayley se preocupava mais com os vocais, e Bryan ajudava muito na questão dos efeitos, equalização e edição. Nesses e em alguns outros quesitos ele era quem mandava e os outros só obedeciam.
Todos os dias, durante duas semanas, Zac, Josh, Hayley e Jeremy tinham que ir até o estúdio de 8:00 da manhã, e voltavam para casa às 12:00. Quando se encontravam dispostos, o que acontecia sempre, ainda voltavam lá às 15:00 para sair só de 19:00! Nenhum deles se sentia cansado ou achavam o trabalho penoso, pelo contrário. Quanto mais se empenhavam, mais tinham vontade de sobra e energia para dar tudo de si.
A primeira música que gravaram foi Conspiracy e ficou pronta em apenas dois dias! Um tempo recorde devido a todos já terem uma certa prática com ela, e também por terem tocado várias vezes nos ensaios e apresentações.
Naquele dia, uma segunda-feira de manhã, Hayley acordou cedo. Pulou da cama, tomou banho, se arrumou, mas nem tomou café da manhã. Tudo para continuar lendo “As peripécias de Ana”. Em todos os aspectos essa leitura era viciante e envolvente. Achou totalmente inusitada a reação de Ana quando leu a parte em que ela jogou um jarro na televisão. Realmente atrina tinha caprichado na história. Então, Hayley, como não podia perder mais tempo, ajeitou-se em sua cama, pegou o caderninho e tornou a sua leitura.
(...)
Ana calçou suas botas, vestiu sua calça jeans e blusa, pôs um casaco e saiu de casa. Nem se deu ao trabalho de limpar a bagunça que fizera na sala. E nem muito menos se deu ao luxo de ficar mais pensando na vida. Simplesmente saiu de casa. Eram 21:00 horas e o clima da sua cidade estava muito, muito frio. Quase abaixo de zero. Foi o que viu ao dar uma rápida olhada para o termômetro que ficava pendurado perto da porta da frente. “Que se dane, eu gosto do frio”, pensou ela, e depois saiu.
Durantes a sua caminhada solitária, Ana não pode evitar de olhar para trás várias vezes. Estava sozinha na rua e sabia o quanto isso era perigoso. “Não quero perder minha virgindade com nenhum estuprador”, pensou ela e acelerou o passo. Andou tão depressa que quando se tocou, já havia caminhado dois quarteirões. Não estava tão longe do seu destino, pois de onde estava já conseguia ouvir o barulho alto do som.
Um pouco mais adiante encontrou o lugar. Ficava em um prédio na rua Brooklin com a Mells Street, num bairro nada sofisticado e o lugar, pelo visto, era muito menos. Um casal conversava do lado de fora avistou Ana. Ambos estavam bêbados e ficaram rindo dela, porque... bem, pelo mesmo motivo de estarem bêbados: nenhum. Mas ela não deu ouvidos e entrou no lugar, que mais parecia um chiqueiro humano.
Sua amiga Bella a esperava bem perto do balcão. Estava acompanhada de outras duas garotas.
– Mas que diabo essas duas estão fazendo aqui?! – protestou Ana enquanto arrebatava os copos de bebida das mãos de Ruth e Beatrize. Ana as conhecia de vista, mas sabia que elas não poderiam ficar alí.
– Elas disseram que queriam vir, então eu as trouxe – respondeu Bella.– Nada de mais. – e puxou para si outro copo de cerveja.
– Nada de mais?! Essas duas são crianças ainda, acabaram de descobrir o que é menstruação e você diz “nada de mais”?! Pra fora meninas, eu vou chamar um táxi pra levar vocês.
Ana puxou as duas pelo braço, arrastando-as em direção à saída.
– Você não pode fazer isso com a gente! Nossas mãe vão nos matar! – imploravam as duas, enquanto Ana as levava para fora do prédio.
– Não só posso como devo. Táxi!
– Poxa – falou Bella –, elas só queriam se divertir um p...
Infelizmente Bella não conseguiu concluir a frase pôs o punho cerrado de Ana atirou-lhe um soco muito apoiado em seu queixo, e por já ter bebido algumas não conseguiu se equilibrar para revidar e caiu no chão frio da calçada. O casal que estava do lado de fora da festa antes, vibravam com o espetáculo.
– Sua vadia, traiçoeira! – gemia Bella com a mão no rosto e ainda estendida na calçada.
– Isso é pra você aprender a nunca mais trazer crianças a festas. – completou Ana – Eu devia ter acertado um bem no seu olho, mas tive pena de você. E olha... eu sempre quis fazer isso com você!
– Aonde vai sua cadela?! Tá fugindo?! – gritou Bella enquanto sua ex-amiga se distanciava.
– Não vou ficar aqui olhando pra sua cara deformada. – e saiu.
(...)
– Hayley! Hayley! Hayley! – chegou Zac em seu quarto, interrompendo mais uma vez sua leitura.
– Já está tudo O.k.? – perguntou ela, já sabendo do que se tratava.
– Sim! Ele foi tomar banho e deixou o caderno em cima da cama. É a oportunidade perfeita! – disse ele, estalando os dedos várias vezes.
– Fique na porta do banheiro vigiando ele que eu pego o caderno.
Hayley jogou “As peripécias de Ana” em cima da cama em que estava deitada e foi até o quarto onde os garotos dormiam. Na parte de cima da beliche que ele e Zac dormiam estava o caderninho preto, amontoado entre alguns lençóis. Ela puxou-o sorrateiramente. Havia uma porta daquele quarto que dava pro banheiro onde Josh se banhava naquele instante e Zac cumpriu sua parte do trato segurando-a caso ele saísse, mas isso nem foi tão necessário. Josh sempre tomava banhos demorados, ou seja, deu tempo de sobra para tirar o caderno, fugir com ele para o quintal e ainda ler algumas páginas. Eram quase 7:00 da manhã quando eles abriram o caderninho. Ambos não sabiam o que dizer, nem o que pensar. Lá havia escrito algumas poesias, muito bonitas por sinal, e até canções que Josh os mostrara alguns dias atrás.
- Não sabia que o Josh escrevia a tanto tempo.- comentou Hayley. - olha só as datas: 08/07/91, 15/12/94...
- E não escreve. Veja, - Zac apontou para o rodapé da página - tudo está assinado com o nome de Janet Macbridge.
Todos os dias, durante duas semanas, Zac, Josh, Hayley e Jeremy tinham que ir até o estúdio de 8:00 da manhã, e voltavam para casa às 12:00. Quando se encontravam dispostos, o que acontecia sempre, ainda voltavam lá às 15:00 para sair só de 19:00! Nenhum deles se sentia cansado ou achavam o trabalho penoso, pelo contrário. Quanto mais se empenhavam, mais tinham vontade de sobra e energia para dar tudo de si.
A primeira música que gravaram foi Conspiracy e ficou pronta em apenas dois dias! Um tempo recorde devido a todos já terem uma certa prática com ela, e também por terem tocado várias vezes nos ensaios e apresentações.
Naquele dia, uma segunda-feira de manhã, Hayley acordou cedo. Pulou da cama, tomou banho, se arrumou, mas nem tomou café da manhã. Tudo para continuar lendo “As peripécias de Ana”. Em todos os aspectos essa leitura era viciante e envolvente. Achou totalmente inusitada a reação de Ana quando leu a parte em que ela jogou um jarro na televisão. Realmente atrina tinha caprichado na história. Então, Hayley, como não podia perder mais tempo, ajeitou-se em sua cama, pegou o caderninho e tornou a sua leitura.
(...)
Ana calçou suas botas, vestiu sua calça jeans e blusa, pôs um casaco e saiu de casa. Nem se deu ao trabalho de limpar a bagunça que fizera na sala. E nem muito menos se deu ao luxo de ficar mais pensando na vida. Simplesmente saiu de casa. Eram 21:00 horas e o clima da sua cidade estava muito, muito frio. Quase abaixo de zero. Foi o que viu ao dar uma rápida olhada para o termômetro que ficava pendurado perto da porta da frente. “Que se dane, eu gosto do frio”, pensou ela, e depois saiu.
Durantes a sua caminhada solitária, Ana não pode evitar de olhar para trás várias vezes. Estava sozinha na rua e sabia o quanto isso era perigoso. “Não quero perder minha virgindade com nenhum estuprador”, pensou ela e acelerou o passo. Andou tão depressa que quando se tocou, já havia caminhado dois quarteirões. Não estava tão longe do seu destino, pois de onde estava já conseguia ouvir o barulho alto do som.
Um pouco mais adiante encontrou o lugar. Ficava em um prédio na rua Brooklin com a Mells Street, num bairro nada sofisticado e o lugar, pelo visto, era muito menos. Um casal conversava do lado de fora avistou Ana. Ambos estavam bêbados e ficaram rindo dela, porque... bem, pelo mesmo motivo de estarem bêbados: nenhum. Mas ela não deu ouvidos e entrou no lugar, que mais parecia um chiqueiro humano.
Sua amiga Bella a esperava bem perto do balcão. Estava acompanhada de outras duas garotas.
– Mas que diabo essas duas estão fazendo aqui?! – protestou Ana enquanto arrebatava os copos de bebida das mãos de Ruth e Beatrize. Ana as conhecia de vista, mas sabia que elas não poderiam ficar alí.
– Elas disseram que queriam vir, então eu as trouxe – respondeu Bella.– Nada de mais. – e puxou para si outro copo de cerveja.
– Nada de mais?! Essas duas são crianças ainda, acabaram de descobrir o que é menstruação e você diz “nada de mais”?! Pra fora meninas, eu vou chamar um táxi pra levar vocês.
Ana puxou as duas pelo braço, arrastando-as em direção à saída.
– Você não pode fazer isso com a gente! Nossas mãe vão nos matar! – imploravam as duas, enquanto Ana as levava para fora do prédio.
– Não só posso como devo. Táxi!
– Poxa – falou Bella –, elas só queriam se divertir um p...
Infelizmente Bella não conseguiu concluir a frase pôs o punho cerrado de Ana atirou-lhe um soco muito apoiado em seu queixo, e por já ter bebido algumas não conseguiu se equilibrar para revidar e caiu no chão frio da calçada. O casal que estava do lado de fora da festa antes, vibravam com o espetáculo.
– Sua vadia, traiçoeira! – gemia Bella com a mão no rosto e ainda estendida na calçada.
– Isso é pra você aprender a nunca mais trazer crianças a festas. – completou Ana – Eu devia ter acertado um bem no seu olho, mas tive pena de você. E olha... eu sempre quis fazer isso com você!
– Aonde vai sua cadela?! Tá fugindo?! – gritou Bella enquanto sua ex-amiga se distanciava.
– Não vou ficar aqui olhando pra sua cara deformada. – e saiu.
(...)
– Hayley! Hayley! Hayley! – chegou Zac em seu quarto, interrompendo mais uma vez sua leitura.
– Já está tudo O.k.? – perguntou ela, já sabendo do que se tratava.
– Sim! Ele foi tomar banho e deixou o caderno em cima da cama. É a oportunidade perfeita! – disse ele, estalando os dedos várias vezes.
– Fique na porta do banheiro vigiando ele que eu pego o caderno.
Hayley jogou “As peripécias de Ana” em cima da cama em que estava deitada e foi até o quarto onde os garotos dormiam. Na parte de cima da beliche que ele e Zac dormiam estava o caderninho preto, amontoado entre alguns lençóis. Ela puxou-o sorrateiramente. Havia uma porta daquele quarto que dava pro banheiro onde Josh se banhava naquele instante e Zac cumpriu sua parte do trato segurando-a caso ele saísse, mas isso nem foi tão necessário. Josh sempre tomava banhos demorados, ou seja, deu tempo de sobra para tirar o caderno, fugir com ele para o quintal e ainda ler algumas páginas. Eram quase 7:00 da manhã quando eles abriram o caderninho. Ambos não sabiam o que dizer, nem o que pensar. Lá havia escrito algumas poesias, muito bonitas por sinal, e até canções que Josh os mostrara alguns dias atrás.
- Não sabia que o Josh escrevia a tanto tempo.- comentou Hayley. - olha só as datas: 08/07/91, 15/12/94...
- E não escreve. Veja, - Zac apontou para o rodapé da página - tudo está assinado com o nome de Janet Macbridge.
14 de nov. de 2008
Capitulo 53: As peripécias de Ana, parte 1
Ana parou de olhar para o nada. Ela não tinha mais medo algum de afundar-se e, lágrimas e fazia isso enquanto assistia sua novela mexicana favorita. Sua vontade era incompatível com o mundo ao seu redor. Seus desejos, a figura de um homem perfeito que instalara-se em sua mente de uma forma tal, mas que em poucos minutos de conversa com sua suporta “alma gêmea” descobriu que ele não era nada daquilo que ela imaginava. “Nada” no sentido mais forte que essa palavra pode exprimir. Pobre garota iludida, mergulhada em tantos rodeios de sua mente, a si mesma enganou. Mas Ana nunca veria de fora da situação, nunca se julgaria se não tivesse se decepcionado assim. Em teoria, pelo menos, ela descobriu um dos significados da palavra “amor”... e ela fazia tanto sentido para Ana antigamente, tudo era tão lindo, tão colorido, tão perfeito... agora ela chorava, soluçava, esmurrava o sofá e continuava a assistir sua novela. Deveria sentir grata por ter aprendido algo novo? Aquela coisa de cinco letras começada com a letra “a” pra ela não era mais uma palavra, e nem tinham sentido algum ao ser proferida. Será que seu amado nunca se apaixonara por alguém na vida? Será que se decepcionou assim como ela? Mil e uma perguntas vinham a sua cabeça inexperiente. “Essa maldita adolescência”, pensava ela, e não passava disso. Era uma tarde de quarta-feira, daquelas em que você não tem nada melhor pra fazer. Ana estava sozinha em casa, sentada em seu sofá, até que ouve um barulho vago e distante, que até a assusta um pouco e a desperta também daquele transe profundo em que se encontrava. O telefone. Indisposta, ela caminha até a mesa, que é de onde o barulho vem, e atende o telefone de uma vez por todas. Sua amiga. Fala, fala, fala, fala, fala... Ana só escuta. Uma festa? Quando? Onde? Por quê? Realmente, por que haveria ela de ir a uma festa? Onde garotos e garotas se apaixonam, se iludem, se separam, brigam, discutem? Mas sua amiga insistia tanto, tanto, tanto... Ana aceitou. Não porque quisesse ir, e sim por não suportar mais ficar ouvindo aquela ladainha em seu ouvido: vamos, vamos, vamos, vamos, qué que custa? “Qué que custa que você não está na minha pele”, pensou. Então desligou o bendito telefone e voltou a remoer seus sentimentos traiçoeiros, sentando-se novamente em seu sofá para assistir a sua novela. A cena que naquele instante passava na tela de vidro era a clássica despedida. Dois apaixonados, o casal perfeito. O “chavo” e a “chica” que vão se despedir na estação de trem. Como era patético ver aquilo... e como se sentia patética por estar ali sentada ali assistindo aquilo enquanto um mundo todo girava ao seu redor, enquanto a vida passava... mas toda a sua lógica não encobriria de maneira alguma aquele triste momento. Triste e horrível. Voltou a sentir raiva, uma raiva incontrolável. Não, definitivamente não ficaria mais ali assistindo aquilo! Pegou um jarro que estava no canto da sala e o atirou contra a televisão. Em seguida... silêncio. “Meu Deus! O que eu fiz?!” Os pedaços do jarro e as flores, junto com um pouco de areia que as sustentava, espalhavam-se por toda a sala e a própria televisão com o impacto caiu no chão também, mas permaneceu inteira. Ana observava toda a cena, ainda pasma, estática, mas tranqüila, aliviada.
– Hayley, posso te fazer uma pergunta? – disse Zac, interrompendo sua leitura.
– Bem, você acabou de fazer uma. Pode falar, do que se trata? – respondeu ela, escanteando o caderno da amiga.
– É sobre o Josh... desde aquele dia, você sabe, do... acidente, ele anda tão esquisito, tão sombrio. Fica calado pelos cantos pensando na vida. Você não acha que ele está ficando biruta, né?
– Com certeza não. Na verdade eu nem percebi que ele estava assim.Ando tão distraída ultimamente...
Aquele dia em Nashville era tão relaxante e ao mesmo tempo tão tenso. A tia de Jeremy, Srta. Aurora Greenway, a pouco preparou um belo café da manhã para seus “hospedes”. Ela dedicava um carinho todo especial por todos, mas principalmente pelo garoto mais novo, no caso, Zac. Contudo, ela não sabia por qual motivo exatamente estariam eles hospedados em sua casa. Suponha que eles estavam fazendo um trabalho de férias, uma excursão, ou qualquer outra coisa, mas não imaginou que era para gravar demos, mesmo porque todo o equipamento que eles haviam trazido estava guardado no estúdio, a não ser o inseparável violão de Josh.
– Mas Zac, – disse Hayley, retomando o fio da meada. – tem uma coisa que está me intrigando nele também. Antigamente ele ficava o tempo todo falando na namorada... agora ele simplesmente não oca mais no assunto. – E calou-se por alguns instantes, tentando lembrar-se de algum detalhe que lhe escapara a memória.
– Agora – prosseguiu Zac, baixando o tom da voz. – eu percebi também que ele vive andando pra cima e pra baixo com um caderninho de capa preta. E fica um tempão sentado olhando praquele caderninho... se eu pudesse saber o que tem escrito lá...
– Se você acha que o caderninho é a raiz de todos os males então vamos atrás dele, ora essa!
– Mas ele passa o dia inteiro com aquele troço debaixo do braço! É quase impossível fazer ele desgrudar daquilo.
– Querido, – disse Hayley , olhando para seu amigo com aquele olhar sacana – essa palavra, “impossível”, não existe no meu vocabulário. Apenas o distraia e me deixe fazer o meu trabalho.
– Hayley, posso te fazer uma pergunta? – disse Zac, interrompendo sua leitura.
– Bem, você acabou de fazer uma. Pode falar, do que se trata? – respondeu ela, escanteando o caderno da amiga.
– É sobre o Josh... desde aquele dia, você sabe, do... acidente, ele anda tão esquisito, tão sombrio. Fica calado pelos cantos pensando na vida. Você não acha que ele está ficando biruta, né?
– Com certeza não. Na verdade eu nem percebi que ele estava assim.Ando tão distraída ultimamente...
Aquele dia em Nashville era tão relaxante e ao mesmo tempo tão tenso. A tia de Jeremy, Srta. Aurora Greenway, a pouco preparou um belo café da manhã para seus “hospedes”. Ela dedicava um carinho todo especial por todos, mas principalmente pelo garoto mais novo, no caso, Zac. Contudo, ela não sabia por qual motivo exatamente estariam eles hospedados em sua casa. Suponha que eles estavam fazendo um trabalho de férias, uma excursão, ou qualquer outra coisa, mas não imaginou que era para gravar demos, mesmo porque todo o equipamento que eles haviam trazido estava guardado no estúdio, a não ser o inseparável violão de Josh.
– Mas Zac, – disse Hayley, retomando o fio da meada. – tem uma coisa que está me intrigando nele também. Antigamente ele ficava o tempo todo falando na namorada... agora ele simplesmente não oca mais no assunto. – E calou-se por alguns instantes, tentando lembrar-se de algum detalhe que lhe escapara a memória.
– Agora – prosseguiu Zac, baixando o tom da voz. – eu percebi também que ele vive andando pra cima e pra baixo com um caderninho de capa preta. E fica um tempão sentado olhando praquele caderninho... se eu pudesse saber o que tem escrito lá...
– Se você acha que o caderninho é a raiz de todos os males então vamos atrás dele, ora essa!
– Mas ele passa o dia inteiro com aquele troço debaixo do braço! É quase impossível fazer ele desgrudar daquilo.
– Querido, – disse Hayley , olhando para seu amigo com aquele olhar sacana – essa palavra, “impossível”, não existe no meu vocabulário. Apenas o distraia e me deixe fazer o meu trabalho.
12 de nov. de 2008
(3ª temporada!)Capítulo 52: Que coincidência!
O tempo frio que a muitas semanas não dava aparecia, agora, início do mês de dezembro, aparecera de uma forma que era como se uma calota polar tivesse, de alguma forma, encoberto a cidade, pois estava tão frio que era difícil até caminhar pela rua. Mesmo ainda sendo meio-dia os termômetros marcavam 9,5°C. Essa atmosfera fria trazia um clima de tranqüilidade e serenidade... era assim que Hayley gostava de ficar naqueles dias importantes em que a gente quer mais aconchego. Sua mãe mandou que ela comprasse... alguma coisa no supermercado. “Macarrão? Ou será açúcar?”, ela olhava as prateleiras a sua frente procurando lembrar o que comprar quando viu um indivíduo conhecido no final do corredor e que vinha se aproximando, até parar bem ao seu lado.
– Olá Hayley! Que coincidência te encontrar aqui. – disse ele, cumprimentando-a.
– Oi William! Pois é... que frio hoje, não?
– É verdade.
– O que veio comprar? – perguntou ela, tentando puxar assunto e quebrar o clima de constrangimento que pairava entre os dois.
– Açúcar, café, cereal e leite. O de sempre. – respondeu ele, levantando um dedo para cada coisa.
– Café!
– É isso aí, café.
– Não, café! Foi isso que minha mãe me mandou vir comprar. Ai, como eu sou esquecida!
Os dois riram.
– Vai fazer o que nessas férias? – perguntou ela, já caminhando para a prateleira onde estava o café.
– Não sei, estou sem planos, – pensou um pouco. – e você? Vai fazer o quê?
– Eu estou indo hoje pra Nashville, vou passar uns dias lá com os garotos – respondeu.
– Os da banda?
– Sim. A gente ta gravando umas demos e tá dando um trabalhão. Nunca pensei que o trabalho em estúdio em estúdio fosse tão difícil! Ainda mais que eu não conheço nada sobre isso... Você sabia que tem todo um negócio de acústica? Eu achei isso tão complicado, mas... – e começou a tagarelar até que parou quando William segurou sua mão de leve. Um lapso de memória lhe ocorreu, lembrando desde a primeira vez que se encontraram e de tantos momentos que passaram juntos... era difícil aceitar que tudo tivesse acabado daquele jeito.
– Eu sinto falta de você às vezes, sabia? – disse ele encarando aqueles grandes olhos arregalados e inquietos que a muito ele tanto admirava.
Hayley agitou-se um pouco. Olhou para os lados, e quando finalmente respirou para dizer alguma coisa, foi interrompida pela voz feminina que chamava por ela.
– Hayley! Que coincidência te encontrar aqui!
– Acho que já ouvi isso hoje. – respondeu ela, retirando sua mão de debaixo da de William para cumprimentar sua amiga.
– William, essa é minha amiga Katrina. Katrina, William.
Os dois trocaram “ois”, “tudo bens” e apertos de mão.
– Eu sei o que você deve estar pensando – disse Katrina. – “Meu Deus, a doida da árvore!”, mas não se preocupe, eu não mordo... sempre.
Os três riram.
– Bom, eu acho que já vou indo... – disse William, já se despedindo. – Tchau meninas, e boa viajem Hayley.
Depois que ele saiu as duas continuaram conversando ao mesmo tempo em que procuravam uma barra de chocolate grande para fazer chocolate quente.
– Seu “ex”? – perguntou Katrina, nem um pouco discreta, mas muito da adivinha.
– Como você sabia?! – disse Hayley arregalando os olhos.
– Simples: eu não sabia. Mas agora você entregou.
As duas pegaram os chocolates e foram para o balcão.
– Nem vou perguntar – continuou Katrina – porquê vocês terminaram, mas vou chutar: ele mentiu pra você.
– Eu tô ficando com medo de você já.
Katrina riu alto, depois falou:
– Isso nem e tão difícil de adivinhar. Eles sempre fazem isso com a gente... – e suspirou.
– É verdade... pura verdade. – concordou Hayley.
Depois de pagar, elas pegaram suas sacolinhas e saíram do supermercado.
– Vai fazer o que agora? – perguntou Katrina, acompanhando a amiga.
– Não sei...
– Vamos lá em minha casa pra eu te mostrar uma coisa?
– O livro! – exclamou Hayley. – Eu quero ver!
– Tá bom. Minha casa não fica muito longe da sua... na verdade, não fica nada longe.
Elas dobraram uma esquina, passaram pelo semáforo descendo na Bridge Street, e seguiram direto até pararem de frente a uma casa branca, com um lindo gramado e um jardim muito bonito. O que mais chamou a atenção de Hayley foi o fato da casa possuir duas caixas de correio. Uma delas parecia entalhada em madeira.
– Por que vocês têm duas caixas de correio? – perguntou Hayley, curiosíssima.
– É pra não contaminar minhas correspondências com aqueles perfumes horrorosos que minha mãe compra todos os meses!
Ambas entraram na casa ao mesmo tempo, e lá dentro, Hayley percebeu logo o cheiro agradável que parecia vir todos os objetos. Tudo era tão arrumadinho, limpinho, cheirosinho... nada fora do lugar. Já sua amiga mantinha uma postura indiferente quanto a aquilo. Sua vontade era de bagunçar toda aquela “maldita casa limpa e idiota”. Elas subiram logo as escadas e entraram numa porta à direita. Nela havia uma placa vermelha dependurada com o anúncio de “mantenha distância”.
– Eu queria uma dessas o meu quarto. – disse Hayley, olhando para a placa.
Quando a porta do quarto da sua amiga se abriu, Hayley teve a impressão de estar entrando em um cômodo de outra casa. Não havia nada ali que parecesse nem um pouco com o perfume e organização extrema que aquele lar aparentava ter. Pôsteres de todos os tipos estavam presos em todas as paredes, as duas pequenas estantes estavam totalmente ocupadas por livros e cadernos. O quarto não tinha “tema”, era como uma espécie de caos pessoal, algo que só poderia vir da mente de uma pessoa: Katrina. E Hayley ainda não tinha entrado. Havia uma linha vermelha no chão como que impedindo a passagem, e nela existia uma mensagem escrita em letras de imprensa: “Não passe daqui sem minha autorização”. Era quase hipnótico. Não é a toa que ela só entrou mesmo quando sua amiga pediu que ela o fizesse.
– Poxa vida, Katrina! Seu quarto é tão...
– ...diferente? – completou ela.
– Em todos os sentidos! Ainda estamos na mesma casa?
– Nossa, também não exagera. – respondeu a amiga, enquanto procurava um caderno em uma das estantes. Quando o achou, entregou logo a Hayley que, até então, ficara parada olhando os pôsteres de filmes de suspense que cobria a parede a sua direita. Na capa havia escrito “As peripécias de Ana, a boa menina doida”.
– Ué, mas o nome livro não era “Menina dos olhos seus, não meus”? – perguntou.
– Esse eu ainda estou escrevendo. Não gosto de mostrar trabalhos inacabados.
– Mas você disse...
– Tá bom, depois eu te mostro. Mas leia esse primeiro, acho que tem mais a ver com você. – respondeu Katrina, fazendo aquele gesto com a mão que lhe era muito comum.
– Está bem... posso levar ele comigo pra Nashville? É que eu vou ter que passar uns dias lá e...
– Sem problema, amiga! – disse Katrina sorrindo.
– Bom, agora eu tenho que ir para minha casa selecionar o que eu vou levar e começar a arrumar a bagagem. Ah! E as compras! Nossa, esqueci de entregar pra mamãe... pois é. Adorei seu quarto, muito legal! E gostei mais daquele pôster ali – e apontou para um do Nsync que estava bem escondidinho, por trás da estante.
Depois disso, as duas desceram as brilhantes e lustrosas escadas da cheirosíssima casa e Hayley já ia saindo pela porta da frente. Antes, deu um abraço na amiga e se despediu.
Agora era ir pra casa, se arrumar, juntar as “tralhas” e “se mandar”. Iria para a casa da tia solteirona do Jeremy em Nashville e eles sairiam daqui a duas horas mais ou menos. Enquanto caminhava, ela apertava o caderninho debaixo do braço. Que tipo de história a sua amiga escrevia? Estava curiosíssima, mas guardou sua leitura para uma hora mais oportuna. “Por hoje, pelo menos, nada de distrações”.
– Olá Hayley! Que coincidência te encontrar aqui. – disse ele, cumprimentando-a.
– Oi William! Pois é... que frio hoje, não?
– É verdade.
– O que veio comprar? – perguntou ela, tentando puxar assunto e quebrar o clima de constrangimento que pairava entre os dois.
– Açúcar, café, cereal e leite. O de sempre. – respondeu ele, levantando um dedo para cada coisa.
– Café!
– É isso aí, café.
– Não, café! Foi isso que minha mãe me mandou vir comprar. Ai, como eu sou esquecida!
Os dois riram.
– Vai fazer o que nessas férias? – perguntou ela, já caminhando para a prateleira onde estava o café.
– Não sei, estou sem planos, – pensou um pouco. – e você? Vai fazer o quê?
– Eu estou indo hoje pra Nashville, vou passar uns dias lá com os garotos – respondeu.
– Os da banda?
– Sim. A gente ta gravando umas demos e tá dando um trabalhão. Nunca pensei que o trabalho em estúdio em estúdio fosse tão difícil! Ainda mais que eu não conheço nada sobre isso... Você sabia que tem todo um negócio de acústica? Eu achei isso tão complicado, mas... – e começou a tagarelar até que parou quando William segurou sua mão de leve. Um lapso de memória lhe ocorreu, lembrando desde a primeira vez que se encontraram e de tantos momentos que passaram juntos... era difícil aceitar que tudo tivesse acabado daquele jeito.
– Eu sinto falta de você às vezes, sabia? – disse ele encarando aqueles grandes olhos arregalados e inquietos que a muito ele tanto admirava.
Hayley agitou-se um pouco. Olhou para os lados, e quando finalmente respirou para dizer alguma coisa, foi interrompida pela voz feminina que chamava por ela.
– Hayley! Que coincidência te encontrar aqui!
– Acho que já ouvi isso hoje. – respondeu ela, retirando sua mão de debaixo da de William para cumprimentar sua amiga.
– William, essa é minha amiga Katrina. Katrina, William.
Os dois trocaram “ois”, “tudo bens” e apertos de mão.
– Eu sei o que você deve estar pensando – disse Katrina. – “Meu Deus, a doida da árvore!”, mas não se preocupe, eu não mordo... sempre.
Os três riram.
– Bom, eu acho que já vou indo... – disse William, já se despedindo. – Tchau meninas, e boa viajem Hayley.
Depois que ele saiu as duas continuaram conversando ao mesmo tempo em que procuravam uma barra de chocolate grande para fazer chocolate quente.
– Seu “ex”? – perguntou Katrina, nem um pouco discreta, mas muito da adivinha.
– Como você sabia?! – disse Hayley arregalando os olhos.
– Simples: eu não sabia. Mas agora você entregou.
As duas pegaram os chocolates e foram para o balcão.
– Nem vou perguntar – continuou Katrina – porquê vocês terminaram, mas vou chutar: ele mentiu pra você.
– Eu tô ficando com medo de você já.
Katrina riu alto, depois falou:
– Isso nem e tão difícil de adivinhar. Eles sempre fazem isso com a gente... – e suspirou.
– É verdade... pura verdade. – concordou Hayley.
Depois de pagar, elas pegaram suas sacolinhas e saíram do supermercado.
– Vai fazer o que agora? – perguntou Katrina, acompanhando a amiga.
– Não sei...
– Vamos lá em minha casa pra eu te mostrar uma coisa?
– O livro! – exclamou Hayley. – Eu quero ver!
– Tá bom. Minha casa não fica muito longe da sua... na verdade, não fica nada longe.
Elas dobraram uma esquina, passaram pelo semáforo descendo na Bridge Street, e seguiram direto até pararem de frente a uma casa branca, com um lindo gramado e um jardim muito bonito. O que mais chamou a atenção de Hayley foi o fato da casa possuir duas caixas de correio. Uma delas parecia entalhada em madeira.
– Por que vocês têm duas caixas de correio? – perguntou Hayley, curiosíssima.
– É pra não contaminar minhas correspondências com aqueles perfumes horrorosos que minha mãe compra todos os meses!
Ambas entraram na casa ao mesmo tempo, e lá dentro, Hayley percebeu logo o cheiro agradável que parecia vir todos os objetos. Tudo era tão arrumadinho, limpinho, cheirosinho... nada fora do lugar. Já sua amiga mantinha uma postura indiferente quanto a aquilo. Sua vontade era de bagunçar toda aquela “maldita casa limpa e idiota”. Elas subiram logo as escadas e entraram numa porta à direita. Nela havia uma placa vermelha dependurada com o anúncio de “mantenha distância”.
– Eu queria uma dessas o meu quarto. – disse Hayley, olhando para a placa.
Quando a porta do quarto da sua amiga se abriu, Hayley teve a impressão de estar entrando em um cômodo de outra casa. Não havia nada ali que parecesse nem um pouco com o perfume e organização extrema que aquele lar aparentava ter. Pôsteres de todos os tipos estavam presos em todas as paredes, as duas pequenas estantes estavam totalmente ocupadas por livros e cadernos. O quarto não tinha “tema”, era como uma espécie de caos pessoal, algo que só poderia vir da mente de uma pessoa: Katrina. E Hayley ainda não tinha entrado. Havia uma linha vermelha no chão como que impedindo a passagem, e nela existia uma mensagem escrita em letras de imprensa: “Não passe daqui sem minha autorização”. Era quase hipnótico. Não é a toa que ela só entrou mesmo quando sua amiga pediu que ela o fizesse.
– Poxa vida, Katrina! Seu quarto é tão...
– ...diferente? – completou ela.
– Em todos os sentidos! Ainda estamos na mesma casa?
– Nossa, também não exagera. – respondeu a amiga, enquanto procurava um caderno em uma das estantes. Quando o achou, entregou logo a Hayley que, até então, ficara parada olhando os pôsteres de filmes de suspense que cobria a parede a sua direita. Na capa havia escrito “As peripécias de Ana, a boa menina doida”.
– Ué, mas o nome livro não era “Menina dos olhos seus, não meus”? – perguntou.
– Esse eu ainda estou escrevendo. Não gosto de mostrar trabalhos inacabados.
– Mas você disse...
– Tá bom, depois eu te mostro. Mas leia esse primeiro, acho que tem mais a ver com você. – respondeu Katrina, fazendo aquele gesto com a mão que lhe era muito comum.
– Está bem... posso levar ele comigo pra Nashville? É que eu vou ter que passar uns dias lá e...
– Sem problema, amiga! – disse Katrina sorrindo.
– Bom, agora eu tenho que ir para minha casa selecionar o que eu vou levar e começar a arrumar a bagagem. Ah! E as compras! Nossa, esqueci de entregar pra mamãe... pois é. Adorei seu quarto, muito legal! E gostei mais daquele pôster ali – e apontou para um do Nsync que estava bem escondidinho, por trás da estante.
Depois disso, as duas desceram as brilhantes e lustrosas escadas da cheirosíssima casa e Hayley já ia saindo pela porta da frente. Antes, deu um abraço na amiga e se despediu.
Agora era ir pra casa, se arrumar, juntar as “tralhas” e “se mandar”. Iria para a casa da tia solteirona do Jeremy em Nashville e eles sairiam daqui a duas horas mais ou menos. Enquanto caminhava, ela apertava o caderninho debaixo do braço. Que tipo de história a sua amiga escrevia? Estava curiosíssima, mas guardou sua leitura para uma hora mais oportuna. “Por hoje, pelo menos, nada de distrações”.
11 de nov. de 2008
Sobre a 3ª temporada
Bom, essa será a terceira e última temporada, então aproveitem bastante cada capitulo! Ah, e também será a maior. Nessa eu não estabeleci um limite máximo de postagens. Vou continuando até terminar a história. A probabilidade é de que eu termine ainda esse ano, isso se minha mãe não inventar aquelas viagens de ano novo pra casa da minha vó, porque em dezembro (graças a Deus!) eu entro de férias de novo da faculdade e vou ter muito tempo livre para escrever.
Sobre divulgação, eu já coloquei o link da fanfic em quase todos os sites do Paramore que eu conheço, principalmente em comunidades do Orkut. Queria pedia uma ajuda a todos vocês que gostam de ler essas histórias a me ajudar nessa parte de alguma forma: contando para um amigo(a) que gosta da banda e tal... mas estou muito feliz pela quantidade de leitores! Muito obrigado a todos e continuem acompanhando a história!
PS: Ah, e desculpe-me por ainda não ter postando. A culpa não é minha gente, é do tempo. Quem teve a idéia de fazer o dia só com 24 horas?!
Sobre divulgação, eu já coloquei o link da fanfic em quase todos os sites do Paramore que eu conheço, principalmente em comunidades do Orkut. Queria pedia uma ajuda a todos vocês que gostam de ler essas histórias a me ajudar nessa parte de alguma forma: contando para um amigo(a) que gosta da banda e tal... mas estou muito feliz pela quantidade de leitores! Muito obrigado a todos e continuem acompanhando a história!
PS: Ah, e desculpe-me por ainda não ter postando. A culpa não é minha gente, é do tempo. Quem teve a idéia de fazer o dia só com 24 horas?!
6 de nov. de 2008
Capitulo 51: Passado, Presente e Futuro
– Mãe, abre a porta! – gritava Hayley, enquanto chutava-a com toda a força que tinha.
“Ainda bem que pus um tênis antes de sair de casa, senão teria quebrado o pé! Nunca imaginei que essa porta fosse tão dura!”, pensou ela, e trocou o pé pela mão. “Eu acho que não tem ninguém em casa... poxa mais que sorte! Uma vez na vida que eu me esqueço de levar a chave acontece isso. Agora foi ficar aqui trancada do lado de fora?”. Ainda insistiu mais um pouco, mas parou e decidiu esperar sentada no pequeno degrau, a um metro de distância da porta. Descansou sua mochila no chão, tirou o cabelo do rosto, pôs a mão no queixo e ficou parada olhando para o nada. Já era tardezinha, mas o sol ainda aparecia longe, quase se pondo. Ela olhou para o céu. “Poucas núvens, ainda bem”. Seu pensamento, diferente do seu corpo, percorria o passado, as lembranças que ainda restavam em sua mente do tempo que vivia em Meridian. Alguns amigos, sua ex-escola, alguns parentes e vizinhos... tudo fazia falta quando ela tinha esses surtos de memória, e tentou rever o seu dia para saber por que sentiu tanta falta do seu passado.
Lembrou-se de seus “amigos” (as aspas, no caso, colocadas por ela) e de como se sentiu sozinha, apesar de estar em companhia de pessoas o tempo todo. Seus olhos faiscaram, ameaçando cair uma lágrima; ela piscou umas três vezes bem forte. “É incrível como pequenas coisas podem nos machucar tanto... quando estamos deprimidos. Todo mundo parece que tapa os ouvidos e você não consegue desabafar. Você se sente... como uma folha que fica de um lado para outro sendo empurrada pelo vento, até que cai no chão...” Seus olhos focalizaram uma árvore na frente da casa do vizinho da esquerda, e conseguiu ver no exato instante que uma folha, aparentemente seca, caía lentamente acompanhada pela brisa. Segundos depois de sair do seu transe, percebeu que uma figura já conhecida se dirigia lentamente em seu vestido longo, cor de outono, e seus cabelos escuros que voavam também caminhando de um lado para o outro, também carregados pelo vento. E de uma forma inusitada, a garota continuava se aproximando, até que parou em frente à casa de Hayley, bem perto de onde ela estava, e abriu um sorriso estranho. Era a mesma pessoa que Hayley vira antes em cima de uma árvore?
– Olá, como vai? – disse, educadamente antes de se apresentar. – Sou Katrina, acho que estuda... estudávamos na mesma escola.
– Sim, eu me lembro de você. – respondeu, “também, como esquecê-la?!” – Meu nome é Hayley, muito prazer. – E deu um breve sorriso de retribuição.
– E que você faz sentada aqui a essa hora da tarde, Hayley?
– Tô de castigo. Minha mãe saiu e me deixou trancada do lado de fora. – “Se bem que a culpa foi toda minha por ter esquecido a chave”.
– Nossa... e por que não vai atrás dela agora? Se quiser eu posso ir com você. Acho que vi ela saindo naquela direção... – e apontou para o final da rua, que dava para a Ralson Street. – Talvez ela e seu pai tenham ido fazer compras...
– Não, não. Você deve estar confundindo. Eu na moro com meu pai.
– Então seu padrasto... não sei. – fez um gesto com a mão direita passando perto do rosto, como que abanando as idéias. Depois de um tempo em sua companhia, Hayley percebeu que ela sempre fazia aquilo quando dizia alguma coisa que considerava embaraçosa.
– É... eu acho que tenho de fazer isso mesmo, senão vou passar o resto do dia aqui sentada... e daqui a pouco eu tenho que ir à casa do Jeremy. A gente pra Nashville, poxa, eu já tinha até esquecido! Meu Deus, e eu tô uma porca!
As duas agora já caminhavam para “lugar nenhum”, mas o papo estava tão bom que nem se importaram tanto com o destino.
– Sabe, Katrina... eu acho que papai do céu me ouviu quando disse que estava me sentindo sozinha e ele me mandou você para me fazer companhia.
– Eu quem o diga... depois daquele papelão na escola ninguém quer mais andar comigo... até me chamam de louca, mas o que eu posso fazer? É só cheirar um copo de bebida e eu fico daquele jeito.
As duas conversaram muito durante esse tempo e Hayley descobriu muitas coisas sobre a vida de sua nova amiga. Katrina tinha vindo da Califórnia, seus pais já eram divorciados há dois anos e ela morava com seu pai e sua madrasta. Era filha única. Seus hobbys eram viajar, coisa que fazia o tempo inteiro, e escrever histórias, dentre elas, contos e romances. Um deles seria sobre uma garota chamada Ana e se chamaria “Menina dos Olhos Seus, Não Meus”. Hayley achou interessantíssimo uma garota que acabara de terminar o colegial escrever tanto, e ficou também muito curiosa respeito da história, mas Katrina disse que não se preocupasse, pois outro dia mostraria alguns capítulos a ela. Por fim, após rodearem o quarteirão uma quatro vezes, resolveram parar. Todas as duas estavam exaustas e a noite já havia caído. Já estavam sentadas no mesmo local em que se encontraram primeiro, quando de repente, de repente, o carro do namorado de sua mãe pára e os dois saem rapidamente. Sua mãe praticamente correu do carro quando viu sua filha do lado de fora de casa.
– Não levou a chave, não foi? Eu encontrei ela no chão do seu quarto. – disse ela, estendendo-a de volta para a dona. – Escuta, você não devia estar arrumada agora? Seus amigos já falaram comigo e pediram para que eu te apresasse.
– Tem razão! Eu vou correndo tomar banho! Tchau Katrina, foi um prazer te conhecer.
– Tchau, Hayley. Você é muito legal! A gente se vê depois.
Hayley correu desesperada até o banheiro e parecia tão apressada que era como se tivesse tomado banho e se trocado ao mesmo tempo! Em poucos minutos estava pronta. Deu um beijo e um braço em sua mãe e depois se despediu de longe. O carro do pai do Jeremy já buzinava em frente a sua casa e ela abriu a porta de trás, sentando-se ao lado de Zac e Jeremy. Josh etava no banco da frente ao lado do motorista. Era impossível não perceber o nervosismo deles.
– Pô, Hayley! – exclamou Zac. – Você fez a gente esperar um tempão!
– Um tempão?! Eu me arrumei igual a um menino, tá legal?! Tomei o banho mais rápido da minha vida! E você só estão aqui a no máximo cinco minutos, eu acho. Nem vi quando o carro parou aqui. Então não me venha com “um tempão”!
– Tá bom, tá bom! – disse ele, acalmando-a – É que eu tô muito nervoso...
– Então você é a Hayley? – perguntou o homem que dirigia. – Eu sou Jonas Davis, pai do Jeremy.
Ela ficou enantada, assim como todo mundo fica ao olhar o Sr. Davis nos olhos.
– O prazer é todo meu... – respondeu.
– Então gente, vamos nessa? – disse ele já dando a partida no carro.
Quando o carro começou a rodar os primeiros metros, todos sentiram um calafrio ao lembrar da última vez que saíram de viajem. Mas aos poucos foram se esquecendo do perigo à medida que se distanciavam mais e mais de Franklin. O percurso foi tranqüilo e em menos de uma hora eles chegaram a Nashville. Mas para achar o lugar em que ficava o estúdio foram quase meia hora de rodeios e paradas para pedir informação. Finalmente encontraram o lugar, depois de muita luta. O prédio ficava em uma rua pequena, mas muito charmosa e enfeitada com inúmeras artes em grafite. Pararam o carro e desceram todos de uma vez. Zac foi o primeiro a correr e tocar a campainha do prédio que eles achavam que ficava o estúdio. Bryan apareceu pouco tempo depois.
– E aí, meus amigos! Como vocês estão? Fico muito feliz em receber você aqui. Vamos entrando! – Normalmente ele não era tão receptivo assim. O motivo de estar sendo tão cordial era o simples fato de ter gostado muito do som dos garotos. Ele os ouviu pela primeira vez na festa do Bill e outra vez na batalha das bandas, onde ele mesmo fora juiz. – Então, não vamos perder um segundo de tempo. – disse ele já correndo de um lado para o outro com o açúcar fluindo e agitando em sua corrente sanguínea.
Conversaram muito sobre assuntos gerais que envolvem o trabalho em estúdio e como as músicas são gravadas. Falou sobre a importância do músico conhecer um pouco sobre acústica, a importância dos instrumentos, colocação, microfonação, fluxo de sinal, estrutura de ganho... e outros muitos assuntos importantes que seus “pupilos” precisavam aprender antes de começar a gravarem as músicas. Perguntou sobre as idéias deles, leu algumas letras, ouviu algumas músicas, estudou seus antecedentes e a experiência que tinham no meio musical... e se encantou mais ao saber o quanto eles eram jovens.
Já a Paramore ouvia tudo atentamente e faziam tudo com o maior cuidado possível para não decepcionar seu “professor”. Era outro nível, outros passos. Depois daquilo eles tinham certeza que novas portas se abririam para eles. O sonho de gravar o primeiro CD já não era algo tão distante. Pelo menos com essas demos, seria muito mais fácil mandar o material já pronto para uma gravadora e apostar a sorte. Realmente tudo estava dando certo, e eles estavam felizes. “Ontem estávamos numa garagem e hoje em um estúdio. Quem sabe onde estaremos no futuro?!”
“Ainda bem que pus um tênis antes de sair de casa, senão teria quebrado o pé! Nunca imaginei que essa porta fosse tão dura!”, pensou ela, e trocou o pé pela mão. “Eu acho que não tem ninguém em casa... poxa mais que sorte! Uma vez na vida que eu me esqueço de levar a chave acontece isso. Agora foi ficar aqui trancada do lado de fora?”. Ainda insistiu mais um pouco, mas parou e decidiu esperar sentada no pequeno degrau, a um metro de distância da porta. Descansou sua mochila no chão, tirou o cabelo do rosto, pôs a mão no queixo e ficou parada olhando para o nada. Já era tardezinha, mas o sol ainda aparecia longe, quase se pondo. Ela olhou para o céu. “Poucas núvens, ainda bem”. Seu pensamento, diferente do seu corpo, percorria o passado, as lembranças que ainda restavam em sua mente do tempo que vivia em Meridian. Alguns amigos, sua ex-escola, alguns parentes e vizinhos... tudo fazia falta quando ela tinha esses surtos de memória, e tentou rever o seu dia para saber por que sentiu tanta falta do seu passado.
Lembrou-se de seus “amigos” (as aspas, no caso, colocadas por ela) e de como se sentiu sozinha, apesar de estar em companhia de pessoas o tempo todo. Seus olhos faiscaram, ameaçando cair uma lágrima; ela piscou umas três vezes bem forte. “É incrível como pequenas coisas podem nos machucar tanto... quando estamos deprimidos. Todo mundo parece que tapa os ouvidos e você não consegue desabafar. Você se sente... como uma folha que fica de um lado para outro sendo empurrada pelo vento, até que cai no chão...” Seus olhos focalizaram uma árvore na frente da casa do vizinho da esquerda, e conseguiu ver no exato instante que uma folha, aparentemente seca, caía lentamente acompanhada pela brisa. Segundos depois de sair do seu transe, percebeu que uma figura já conhecida se dirigia lentamente em seu vestido longo, cor de outono, e seus cabelos escuros que voavam também caminhando de um lado para o outro, também carregados pelo vento. E de uma forma inusitada, a garota continuava se aproximando, até que parou em frente à casa de Hayley, bem perto de onde ela estava, e abriu um sorriso estranho. Era a mesma pessoa que Hayley vira antes em cima de uma árvore?
– Olá, como vai? – disse, educadamente antes de se apresentar. – Sou Katrina, acho que estuda... estudávamos na mesma escola.
– Sim, eu me lembro de você. – respondeu, “também, como esquecê-la?!” – Meu nome é Hayley, muito prazer. – E deu um breve sorriso de retribuição.
– E que você faz sentada aqui a essa hora da tarde, Hayley?
– Tô de castigo. Minha mãe saiu e me deixou trancada do lado de fora. – “Se bem que a culpa foi toda minha por ter esquecido a chave”.
– Nossa... e por que não vai atrás dela agora? Se quiser eu posso ir com você. Acho que vi ela saindo naquela direção... – e apontou para o final da rua, que dava para a Ralson Street. – Talvez ela e seu pai tenham ido fazer compras...
– Não, não. Você deve estar confundindo. Eu na moro com meu pai.
– Então seu padrasto... não sei. – fez um gesto com a mão direita passando perto do rosto, como que abanando as idéias. Depois de um tempo em sua companhia, Hayley percebeu que ela sempre fazia aquilo quando dizia alguma coisa que considerava embaraçosa.
– É... eu acho que tenho de fazer isso mesmo, senão vou passar o resto do dia aqui sentada... e daqui a pouco eu tenho que ir à casa do Jeremy. A gente pra Nashville, poxa, eu já tinha até esquecido! Meu Deus, e eu tô uma porca!
As duas agora já caminhavam para “lugar nenhum”, mas o papo estava tão bom que nem se importaram tanto com o destino.
– Sabe, Katrina... eu acho que papai do céu me ouviu quando disse que estava me sentindo sozinha e ele me mandou você para me fazer companhia.
– Eu quem o diga... depois daquele papelão na escola ninguém quer mais andar comigo... até me chamam de louca, mas o que eu posso fazer? É só cheirar um copo de bebida e eu fico daquele jeito.
As duas conversaram muito durante esse tempo e Hayley descobriu muitas coisas sobre a vida de sua nova amiga. Katrina tinha vindo da Califórnia, seus pais já eram divorciados há dois anos e ela morava com seu pai e sua madrasta. Era filha única. Seus hobbys eram viajar, coisa que fazia o tempo inteiro, e escrever histórias, dentre elas, contos e romances. Um deles seria sobre uma garota chamada Ana e se chamaria “Menina dos Olhos Seus, Não Meus”. Hayley achou interessantíssimo uma garota que acabara de terminar o colegial escrever tanto, e ficou também muito curiosa respeito da história, mas Katrina disse que não se preocupasse, pois outro dia mostraria alguns capítulos a ela. Por fim, após rodearem o quarteirão uma quatro vezes, resolveram parar. Todas as duas estavam exaustas e a noite já havia caído. Já estavam sentadas no mesmo local em que se encontraram primeiro, quando de repente, de repente, o carro do namorado de sua mãe pára e os dois saem rapidamente. Sua mãe praticamente correu do carro quando viu sua filha do lado de fora de casa.
– Não levou a chave, não foi? Eu encontrei ela no chão do seu quarto. – disse ela, estendendo-a de volta para a dona. – Escuta, você não devia estar arrumada agora? Seus amigos já falaram comigo e pediram para que eu te apresasse.
– Tem razão! Eu vou correndo tomar banho! Tchau Katrina, foi um prazer te conhecer.
– Tchau, Hayley. Você é muito legal! A gente se vê depois.
Hayley correu desesperada até o banheiro e parecia tão apressada que era como se tivesse tomado banho e se trocado ao mesmo tempo! Em poucos minutos estava pronta. Deu um beijo e um braço em sua mãe e depois se despediu de longe. O carro do pai do Jeremy já buzinava em frente a sua casa e ela abriu a porta de trás, sentando-se ao lado de Zac e Jeremy. Josh etava no banco da frente ao lado do motorista. Era impossível não perceber o nervosismo deles.
– Pô, Hayley! – exclamou Zac. – Você fez a gente esperar um tempão!
– Um tempão?! Eu me arrumei igual a um menino, tá legal?! Tomei o banho mais rápido da minha vida! E você só estão aqui a no máximo cinco minutos, eu acho. Nem vi quando o carro parou aqui. Então não me venha com “um tempão”!
– Tá bom, tá bom! – disse ele, acalmando-a – É que eu tô muito nervoso...
– Então você é a Hayley? – perguntou o homem que dirigia. – Eu sou Jonas Davis, pai do Jeremy.
Ela ficou enantada, assim como todo mundo fica ao olhar o Sr. Davis nos olhos.
– O prazer é todo meu... – respondeu.
– Então gente, vamos nessa? – disse ele já dando a partida no carro.
Quando o carro começou a rodar os primeiros metros, todos sentiram um calafrio ao lembrar da última vez que saíram de viajem. Mas aos poucos foram se esquecendo do perigo à medida que se distanciavam mais e mais de Franklin. O percurso foi tranqüilo e em menos de uma hora eles chegaram a Nashville. Mas para achar o lugar em que ficava o estúdio foram quase meia hora de rodeios e paradas para pedir informação. Finalmente encontraram o lugar, depois de muita luta. O prédio ficava em uma rua pequena, mas muito charmosa e enfeitada com inúmeras artes em grafite. Pararam o carro e desceram todos de uma vez. Zac foi o primeiro a correr e tocar a campainha do prédio que eles achavam que ficava o estúdio. Bryan apareceu pouco tempo depois.
– E aí, meus amigos! Como vocês estão? Fico muito feliz em receber você aqui. Vamos entrando! – Normalmente ele não era tão receptivo assim. O motivo de estar sendo tão cordial era o simples fato de ter gostado muito do som dos garotos. Ele os ouviu pela primeira vez na festa do Bill e outra vez na batalha das bandas, onde ele mesmo fora juiz. – Então, não vamos perder um segundo de tempo. – disse ele já correndo de um lado para o outro com o açúcar fluindo e agitando em sua corrente sanguínea.
Conversaram muito sobre assuntos gerais que envolvem o trabalho em estúdio e como as músicas são gravadas. Falou sobre a importância do músico conhecer um pouco sobre acústica, a importância dos instrumentos, colocação, microfonação, fluxo de sinal, estrutura de ganho... e outros muitos assuntos importantes que seus “pupilos” precisavam aprender antes de começar a gravarem as músicas. Perguntou sobre as idéias deles, leu algumas letras, ouviu algumas músicas, estudou seus antecedentes e a experiência que tinham no meio musical... e se encantou mais ao saber o quanto eles eram jovens.
Já a Paramore ouvia tudo atentamente e faziam tudo com o maior cuidado possível para não decepcionar seu “professor”. Era outro nível, outros passos. Depois daquilo eles tinham certeza que novas portas se abririam para eles. O sonho de gravar o primeiro CD já não era algo tão distante. Pelo menos com essas demos, seria muito mais fácil mandar o material já pronto para uma gravadora e apostar a sorte. Realmente tudo estava dando certo, e eles estavam felizes. “Ontem estávamos numa garagem e hoje em um estúdio. Quem sabe onde estaremos no futuro?!”
2 de nov. de 2008
Capitulo 50: O novo/velho Bryan
Algumas semanas se passaram depois do trágico acidente que envolveu a Paramore em uma triste história, algo que os abalara tanto. Agora tudo aquilo já havia passado e a calma voltara a suas vidas. Sempre que tinham uma oportunidade, eles se reuniam fora do horário dos ensaios para conversar e discutir coisas importantes, com relação às músicas que já estavam “prontas” e o fogo de experimentar pela primeira vez um estúdio os entusiasmava cada vez mais. Depois de tanto pensar e refletir decidiram finalmente começar a gravar. Ligaram para o Sr. Coll que logo notificou seu amigo dono do pequeno estúdio em Nashville de que seus “pupilos” estavam prontos para a “seara”. Seu nome era Bryan Lumber, e, apesar de ser muito jovem, qualquer um ao vê-lo diria que ele não tinha menos de trinta anos. Era viciado em música, sempre foi, desde criança. Seu pai fora músico e tentou de todas as formas fazer com que seu filho aprendesse música também. Mas o dom de Bryan nunca fora cantar ou tocar qualquer coisa que fosse, e sim controlar a música em sua mesa de som, onde, segundo ele, era onde toda magia acontecia. Sentia-se como um maestro que comanda uma grande orquestra de sons e acordes compassados. Ele era o rei de seu mundo musical e era assim que ele gostava de se sentir. Seu hobby e sua paixão tomara todos os espaços de sua vida e por isso ele nunca se casou, nem namorou muito. A última vez que resolvera sair da solidão da sua casa/estúdio conheceu uma garota chamada Sabrina, mas Bryan nunca conseguiu ser inteiramente fiel a sua parceira e era tragado constantemente pela sua amante, a música. Como ele, evidentemente, vivia sozinho e nunca aprendera a cozinhar, sua única alternativa era dedicar-se a dieta do fastfood. Isso, porém quase o matou a um ano atrás quando teve um grave problema de saúde causado pelo excesso de peso e açúcar no sangue. E pouco depois de conseguir se recuperar, voltou a sua trágica rotina.
Já eram praticamente três horas da tarde quando Bryan acordou pelo telefone da sala/quarto/cozinha e como não parava de tocar, ele teve de levantar de sua cama/sofá/espreguiçadeira para atendê-lo mesmo sem um pingo de disposição.
– Que espécie de monstro você é?! Me acordando a essa hora! – gritou ele profundamente irritado.
A pessoa que estava do outro lado da linha ficou com muito medo, pois exitou bastante antes de responder.
– Me desculpe, mas o senhor é Bryan Lumber?
– Sim, sou eu. E quem é você “senhor”? – ele enfatizou essa última palavra em um tom pra lá de pejorativo. Odiava ser chamado de senhor em qualquer circunstância.
– Eu me chamo Josh Farro, da banda Paramore e eu gostaria de saber se...
– Ah! Claro amigo! – interrompeu ele bruscamente. – Não precisa falar mais nada! Vai ser um prazer ter vocês aqui em meu estúdio. Pode vir amanhã, ele fica na 26th Avenida número 2626, não tem erro,é um prédio bem na esquina. Mas se não conseguir encontrar o lugar, ligue para o Collins que ele lhe dirá como chegar aqui.
Josh ficou sem saber o que dizer.
– Bom, então está bem. Amanhã nós estamos aí.
Bryam desligou o telefone feliz da vida. Fazia muito tempo que não gravava e já estava sentindo falta disso. Muita falta.
– Finalmente! – disse ele consigo mesmo e voltou a sua cama/sofá/espreguiçadeira para descansar mais um pouco, afinal estava muito “cedo” e o dia de amanhã seria muito trabalhoso.
Já eram praticamente três horas da tarde quando Bryan acordou pelo telefone da sala/quarto/cozinha e como não parava de tocar, ele teve de levantar de sua cama/sofá/espreguiçadeira para atendê-lo mesmo sem um pingo de disposição.
– Que espécie de monstro você é?! Me acordando a essa hora! – gritou ele profundamente irritado.
A pessoa que estava do outro lado da linha ficou com muito medo, pois exitou bastante antes de responder.
– Me desculpe, mas o senhor é Bryan Lumber?
– Sim, sou eu. E quem é você “senhor”? – ele enfatizou essa última palavra em um tom pra lá de pejorativo. Odiava ser chamado de senhor em qualquer circunstância.
– Eu me chamo Josh Farro, da banda Paramore e eu gostaria de saber se...
– Ah! Claro amigo! – interrompeu ele bruscamente. – Não precisa falar mais nada! Vai ser um prazer ter vocês aqui em meu estúdio. Pode vir amanhã, ele fica na 26th Avenida número 2626, não tem erro,é um prédio bem na esquina. Mas se não conseguir encontrar o lugar, ligue para o Collins que ele lhe dirá como chegar aqui.
Josh ficou sem saber o que dizer.
– Bom, então está bem. Amanhã nós estamos aí.
Bryam desligou o telefone feliz da vida. Fazia muito tempo que não gravava e já estava sentindo falta disso. Muita falta.
– Finalmente! – disse ele consigo mesmo e voltou a sua cama/sofá/espreguiçadeira para descansar mais um pouco, afinal estava muito “cedo” e o dia de amanhã seria muito trabalhoso.
31 de out. de 2008
Capitulo 49: Mentiras, olhos castanhos e mãe
– Por que você está tão nervosa, querida? É só me contar o que aconteceu e de onde tirou esses arranhões e galos enormes.
“Só?!”
– Tá bem mãe, como eu sei que você vai descobrir tudo de qualquer jeito, eu vou contar logo toda a verdade... – “Pronto, lá vai!” – Eu caí do palco! Me espatifei no chão, me estatelei na frente de um monte de gente e paguei o maior mico da minha vida! Tá feliz agora em saber que eu sou um fracasso ambulante?
– Querida, todo mundo cai de vez em quando, é normal. Mas você tem que ser mais cuidadosa. Você sempre foi meio desequilibrada, no sentido literal da palavra, claro. Se lembra quando você foi andar de bicicleta pela primeira vez? Eu quase a vendi de tanta frustração! Você caia o tempo todo, meu Deus! Eu até te levei a um ortopedista pra saber se era algum problema nas suas pernas...
– Tá bom mãe. Já entendi.
– E teve aquela vez também que...
– Mãe, chega!
“Ai, que bom que ela caiu nessa. Tomara que não descubra tudo, como sempre faz. Pais são muito fáceis de enganar quando estão namorando, parece que ficam nas núvens! Bom, eu espero que os outros garotos tenham se saído tão bem quanto eu...”
Naquela manhã o tempo estava nublado e o clima encontrava-se como que abafado, naquele “calor sufocante”, que nada tem de quente se comparado a outros lugares mais distantes. Hayley que estava na sala, voltou ao seu quarto e pegou um livro, Laços de Ternura. Deitou-se na cama e foi ler um pouco.
...
Na casa de Jeremy, a coisa não estava tão calma assim e a mesma desculpa que sua amiga usou não colou nem um pouco, então a única alternativa seria contar a verdade. Sua mãe ficou extremamente furiosa, quase podia ver as baforadas de fumaça saindo das suas ventas!
– Mas que idéia essa! – disse ela. – Você não tem jeito, nunca me escuta! Eu devia dar uns bofetes em você, mas já está machucado o suficiente.
Jeremy não dizia uma palavra. Apenas ouvia sentado em uma poltrona na sala, enquanto sua mãe limpava a casa e gritava sermões. Seu pai também ouvira toda a conversa, ou pelo menos se suponha que tenha ouvido, pois sua atenção estava totalmente voltada para a televisão à sua frente. De vez em quando ele erguia o controle remoto para trocar de canal e aproveitava para olhar um pouco seu filho, com aqueles brilhantes olhos castanhos,deu uma piscadela e um sorriso meio que de lado. Sua mãe, que passava agora a espanar os móveis da sala olhava-o fixamente, como se fosse explodir a qualquer momento.
– A culpa foi toda sua, Jonas! – esse era o nome de seu pai. – Você poderia ter dado qualquer coisa de presente ao nosso filho, mas não! Tinha que ser um baixo! E se nosso filho tivesse morrido?! Você parece que não se importa nem um pouco... está me ouvindo, Jonas?!
– Claro que estou, você não pára e tagarelar um segundo. – reclamou ele. – Esse acidente não foi culpa de ninguém e também não há motivos para ficar tão desesperada. Nosso filho está aqui vivo, nós devíamos estar felizes com isso e não discutindo.
Jeremy sempre admirou a maneira com que seu pai falava, mesmo quando estava profundamente irritado, ele nunca alterava a voz e sempre falava a coisa certa na hora certa. Quem o visse pela primeira vez, julgaria ele como sendo um homem rude por causa de sua aparência. Era alto e gordo, meio careca, sua barba sempre mal tirada cobria uma cicatriz em seu queixo. Mas o que mais chamava atenção nele eram seus grades olhos castanhos, quase hipnotizantes. Foram eles que atraíram sua mãe quando eles se conheceram. Sempre conservava um ar sonhador e tinha uma paixão exacerbada por instrumentos de cordas, mesmo nunca tendo aprendido a tocar coisa alguma.
– Podemos parar com isso agora? – sugeriu ele
Sua mãe, como não tinha argumentos para contrapô-lo, continuou a limpar a casa, mas desta vez estava quieta e parecia distante em seus pensamentos. Olhou uma ou duas vezes para o marido talvez pensando em algo para dizer, mas preferiu não falar.
Jeremy continuava calado e sentado na poltrona tamborilando com os dedos na mesinha do telefone à sua direita. Ele prestava atenção a cada gesto que sua mãe fazia com o espanador. “De fato, – pensou ele. – se pudesse, faria meu pai engolir aquele espanador.”
...
Josh e Zac não tiveram muitos problemas em casa. Sua mãe que naquele momento acabara de acordar, não perguntou nada à eles, nem por que estavam tão machucados ou por que haviam chegado tão tarde na noite passada. Apenas tomou um pouco de leite que ainda havia na geladeira e jogou alguns dólares sobre a mesa.
– Comprem algo para comer. – foi o que ela disse antes de trocar de roupa e se despedir.
– Pra onde você está indo, mãe? – perguntou Zac ao mesmo tempo em que tentava acompanhá-la. Josh ficou sentado na cadeira junto à mesa.
– Não é da sua conta. Fique com seu irmão e diga a ele que leve a roupa suja pra lavanderia.
Quando ela saiu, Zac ficou parado atrás da porta de tela observando-a, em seguida voltou à cozinha e sentou em uma cadeira ao lado da que seu irmão estava.
– Ainda bem que tenho você. – disse ele.
“Só?!”
– Tá bem mãe, como eu sei que você vai descobrir tudo de qualquer jeito, eu vou contar logo toda a verdade... – “Pronto, lá vai!” – Eu caí do palco! Me espatifei no chão, me estatelei na frente de um monte de gente e paguei o maior mico da minha vida! Tá feliz agora em saber que eu sou um fracasso ambulante?
– Querida, todo mundo cai de vez em quando, é normal. Mas você tem que ser mais cuidadosa. Você sempre foi meio desequilibrada, no sentido literal da palavra, claro. Se lembra quando você foi andar de bicicleta pela primeira vez? Eu quase a vendi de tanta frustração! Você caia o tempo todo, meu Deus! Eu até te levei a um ortopedista pra saber se era algum problema nas suas pernas...
– Tá bom mãe. Já entendi.
– E teve aquela vez também que...
– Mãe, chega!
“Ai, que bom que ela caiu nessa. Tomara que não descubra tudo, como sempre faz. Pais são muito fáceis de enganar quando estão namorando, parece que ficam nas núvens! Bom, eu espero que os outros garotos tenham se saído tão bem quanto eu...”
Naquela manhã o tempo estava nublado e o clima encontrava-se como que abafado, naquele “calor sufocante”, que nada tem de quente se comparado a outros lugares mais distantes. Hayley que estava na sala, voltou ao seu quarto e pegou um livro, Laços de Ternura. Deitou-se na cama e foi ler um pouco.
...
Na casa de Jeremy, a coisa não estava tão calma assim e a mesma desculpa que sua amiga usou não colou nem um pouco, então a única alternativa seria contar a verdade. Sua mãe ficou extremamente furiosa, quase podia ver as baforadas de fumaça saindo das suas ventas!
– Mas que idéia essa! – disse ela. – Você não tem jeito, nunca me escuta! Eu devia dar uns bofetes em você, mas já está machucado o suficiente.
Jeremy não dizia uma palavra. Apenas ouvia sentado em uma poltrona na sala, enquanto sua mãe limpava a casa e gritava sermões. Seu pai também ouvira toda a conversa, ou pelo menos se suponha que tenha ouvido, pois sua atenção estava totalmente voltada para a televisão à sua frente. De vez em quando ele erguia o controle remoto para trocar de canal e aproveitava para olhar um pouco seu filho, com aqueles brilhantes olhos castanhos,deu uma piscadela e um sorriso meio que de lado. Sua mãe, que passava agora a espanar os móveis da sala olhava-o fixamente, como se fosse explodir a qualquer momento.
– A culpa foi toda sua, Jonas! – esse era o nome de seu pai. – Você poderia ter dado qualquer coisa de presente ao nosso filho, mas não! Tinha que ser um baixo! E se nosso filho tivesse morrido?! Você parece que não se importa nem um pouco... está me ouvindo, Jonas?!
– Claro que estou, você não pára e tagarelar um segundo. – reclamou ele. – Esse acidente não foi culpa de ninguém e também não há motivos para ficar tão desesperada. Nosso filho está aqui vivo, nós devíamos estar felizes com isso e não discutindo.
Jeremy sempre admirou a maneira com que seu pai falava, mesmo quando estava profundamente irritado, ele nunca alterava a voz e sempre falava a coisa certa na hora certa. Quem o visse pela primeira vez, julgaria ele como sendo um homem rude por causa de sua aparência. Era alto e gordo, meio careca, sua barba sempre mal tirada cobria uma cicatriz em seu queixo. Mas o que mais chamava atenção nele eram seus grades olhos castanhos, quase hipnotizantes. Foram eles que atraíram sua mãe quando eles se conheceram. Sempre conservava um ar sonhador e tinha uma paixão exacerbada por instrumentos de cordas, mesmo nunca tendo aprendido a tocar coisa alguma.
– Podemos parar com isso agora? – sugeriu ele
Sua mãe, como não tinha argumentos para contrapô-lo, continuou a limpar a casa, mas desta vez estava quieta e parecia distante em seus pensamentos. Olhou uma ou duas vezes para o marido talvez pensando em algo para dizer, mas preferiu não falar.
Jeremy continuava calado e sentado na poltrona tamborilando com os dedos na mesinha do telefone à sua direita. Ele prestava atenção a cada gesto que sua mãe fazia com o espanador. “De fato, – pensou ele. – se pudesse, faria meu pai engolir aquele espanador.”
...
Josh e Zac não tiveram muitos problemas em casa. Sua mãe que naquele momento acabara de acordar, não perguntou nada à eles, nem por que estavam tão machucados ou por que haviam chegado tão tarde na noite passada. Apenas tomou um pouco de leite que ainda havia na geladeira e jogou alguns dólares sobre a mesa.
– Comprem algo para comer. – foi o que ela disse antes de trocar de roupa e se despedir.
– Pra onde você está indo, mãe? – perguntou Zac ao mesmo tempo em que tentava acompanhá-la. Josh ficou sentado na cadeira junto à mesa.
– Não é da sua conta. Fique com seu irmão e diga a ele que leve a roupa suja pra lavanderia.
Quando ela saiu, Zac ficou parado atrás da porta de tela observando-a, em seguida voltou à cozinha e sentou em uma cadeira ao lado da que seu irmão estava.
– Ainda bem que tenho você. – disse ele.
26 de out. de 2008
Capitulo 48: Acidente de estrada (continuação)
Ao ver que se aproximava um automóvel, Hayley e Zac começaram a acenar desesperadamente e pediram para que o veículo parasse. Quando finalmente parou perto deles, viram que se tratava de um carro de fazenda, daqueles que tem uma caçamba atrás, o que foi bastante convencional, pois precisavam de um veículo grande para transportar todos os cinco. Mas o que os preocupava era que o veículo vinha do lado contrário ao destino, no caso, Franklin.
Um homem velho e barbudo que usava um macacão muito surrado baixou o vidro direito e, pelo menos pela sua expressão carrancuda, pareceu não ter gostado nem um pouco de ser interrompido em seu trajeto.
– Mas que diabo vocês estão fazendo?! – reclamou ele olhando por cima dos ombros deles, bastante desconfiado por ver dois adolescentes no meio do nada acenando como loucos.
– Senhor, nos ajude! – disse Hayley, agachando-se perto da janela. – A gente sofreu um acidente e nossa vã está no meio do matagal! Nossos amigos estão lá também...
– Calma garota. – disse ele colocando a mão sobre a cabeça dele, e sua expressão ranzinza em um instante deu lugar a um olhar de pena. – Vá chamar seus amigos.
– Vamos buscá-los.
– E eles estão bem? – perguntou ele.
– Eu não sei... – respondeu ela, segurando o choro. – Zac... só um segundo senhor.
Eles correram de volta para onde estava a vã e ao chegarem, tentaram tirar os garotos. Josh também os ajudou, visto que já tinha se recuperado da pancada que sofrera, mas Jeremy e Bob precisaram ser carregados, principalmente esse último que, apesar de ter parado de sangrar, ainda se encontrava desacordado. Levando-os, colocaram os dois na cabine, junto ao motorista e os outros foram na parte de trás.
– O senhor está indo pra onde? – perguntou Hayley ao velho assim que conseguiu terminar de acomodar seus amigos nos assentos.
– Para Brentwood. Vocês são de lá?
– Não. Nós somos de Franklin. – ela ainda pensou alguns segundos antes de dizer isso, pois não havia nascido lá, mas como estava morando lá permitiu-se não complicar mais as coisas e ser breve.
– Mas estavam indo para Brentwood, certo?
– Sim. O senhor poderia nos deixar em nossa cidade? Se não for muito incômodo.
– Creio que poderei fazer isso, mas seria melhor vocês irem logo para Brentwood. Os hospitais de lá são muito melhores e de onde nós estamos só restam cinco quilômetros, mais ou menos, para chegarmos lá.
– Está bem. – disse ela fechando a porta da cabine e caminhando para a capota.
Teve um pouco de dificuldade para subir, mas conseguiu. E logo estavam novamente na estrada seguindo para o mesmo destino de antes, só que agora a missão era outra. O vento frio da noite que jogava seus cabelos era inconveniente, mas todo desconforto do mundo em nada se comparava a terrível prova que passavam naquela noite. E o barulho soturno da noite aliado ao velho motor do carro era apenas o que escutavam, nenhum deles falou durante os poucos minutos de viajem que se seguiram. Só quando pararam em frente ao hospital para agradecer o senhor que os trouxera até lá.
E enquanto caminhavam para dentro do hospital, ainda em silêncio, sentiam-se tão abatidos e ao mesmo tempo agradecidos por terem conseguido sair dessa vivos. Jeremy caminhava apoiado no ombro de Zac enquanto Josh e Hayley tratavam de levar Bob e colocá-lo em uma maca.
– Eu... acho que temos que ligar para nossos pais. Por mais que isso traga conseqüências horríveis... mas é necessário avisar pelo menos aos pais do Jeremy.
– Tem razão, Hayley. Eu me responsabilizo disso, vocês podem ficar aqui sentados e descansar um pouco. Os dois já fizeram muito por hoje.
– E você maninho?
– Eu estou bem, não se preocupem comigo. Vão descansar. Também tenho que ligar pro Viny pra que ele mande um carro para nos levar pra casa.
Zac e Hayley ficaram no sofá, ele deitado no colo dela, e ela fazendo cafuné nele, tentando acalmá-lo e fazer ele esquecer o que se passara. Zac era muito jovem, noves anos de idade apenas e não deveria estar passando por tudo aquilo. Não que fosse tão mais velha do que ele, só dois anos de diferença praticamente.
– Está com fome, querido? – perguntou ela.
– Não... – ele pensou um pouco em silêncio e depois perguntou – Hayley, você acha que o Bob vai ficar bem?
– Claro que sim! Não só ele, como todos nós.
– Mas eu tava pensando também... será que nossos pais vão nos deixar tocar novamente se contar-mos a eles sobre esse acidente?
– Bom, sinceramente, eu não sei. Eu mesma vou ter de virar acrobata pra conseguir enrolar minha mãe de que não estive a beira da morte!
– Com licença crianças – interrompeu a enfermeira que já a algum tempo vinha olhando para eles. – Vocês não acham melhor fazer uns curativos nesses ferimentos?
Os dois se entreolharam, e resolveram que sim.
O tempo passara rápido. Já era meia noite quando o carro apareceu para levá-los para casa. Só Bob que não pôde ir, pois apesar de já estar consciente, precisou ficar de repouso, mas iria embora ainda no mesmo dia.
Durante a viajem de volta, ao passar pelo local do acidente, Josh conseguiu ver a vã jogada dentro do matagal e pensou consigo mesmo: “ela disse que eu sairia dessa... sem dúvida ela acertou nisso também”.
Um homem velho e barbudo que usava um macacão muito surrado baixou o vidro direito e, pelo menos pela sua expressão carrancuda, pareceu não ter gostado nem um pouco de ser interrompido em seu trajeto.
– Mas que diabo vocês estão fazendo?! – reclamou ele olhando por cima dos ombros deles, bastante desconfiado por ver dois adolescentes no meio do nada acenando como loucos.
– Senhor, nos ajude! – disse Hayley, agachando-se perto da janela. – A gente sofreu um acidente e nossa vã está no meio do matagal! Nossos amigos estão lá também...
– Calma garota. – disse ele colocando a mão sobre a cabeça dele, e sua expressão ranzinza em um instante deu lugar a um olhar de pena. – Vá chamar seus amigos.
– Vamos buscá-los.
– E eles estão bem? – perguntou ele.
– Eu não sei... – respondeu ela, segurando o choro. – Zac... só um segundo senhor.
Eles correram de volta para onde estava a vã e ao chegarem, tentaram tirar os garotos. Josh também os ajudou, visto que já tinha se recuperado da pancada que sofrera, mas Jeremy e Bob precisaram ser carregados, principalmente esse último que, apesar de ter parado de sangrar, ainda se encontrava desacordado. Levando-os, colocaram os dois na cabine, junto ao motorista e os outros foram na parte de trás.
– O senhor está indo pra onde? – perguntou Hayley ao velho assim que conseguiu terminar de acomodar seus amigos nos assentos.
– Para Brentwood. Vocês são de lá?
– Não. Nós somos de Franklin. – ela ainda pensou alguns segundos antes de dizer isso, pois não havia nascido lá, mas como estava morando lá permitiu-se não complicar mais as coisas e ser breve.
– Mas estavam indo para Brentwood, certo?
– Sim. O senhor poderia nos deixar em nossa cidade? Se não for muito incômodo.
– Creio que poderei fazer isso, mas seria melhor vocês irem logo para Brentwood. Os hospitais de lá são muito melhores e de onde nós estamos só restam cinco quilômetros, mais ou menos, para chegarmos lá.
– Está bem. – disse ela fechando a porta da cabine e caminhando para a capota.
Teve um pouco de dificuldade para subir, mas conseguiu. E logo estavam novamente na estrada seguindo para o mesmo destino de antes, só que agora a missão era outra. O vento frio da noite que jogava seus cabelos era inconveniente, mas todo desconforto do mundo em nada se comparava a terrível prova que passavam naquela noite. E o barulho soturno da noite aliado ao velho motor do carro era apenas o que escutavam, nenhum deles falou durante os poucos minutos de viajem que se seguiram. Só quando pararam em frente ao hospital para agradecer o senhor que os trouxera até lá.
E enquanto caminhavam para dentro do hospital, ainda em silêncio, sentiam-se tão abatidos e ao mesmo tempo agradecidos por terem conseguido sair dessa vivos. Jeremy caminhava apoiado no ombro de Zac enquanto Josh e Hayley tratavam de levar Bob e colocá-lo em uma maca.
– Eu... acho que temos que ligar para nossos pais. Por mais que isso traga conseqüências horríveis... mas é necessário avisar pelo menos aos pais do Jeremy.
– Tem razão, Hayley. Eu me responsabilizo disso, vocês podem ficar aqui sentados e descansar um pouco. Os dois já fizeram muito por hoje.
– E você maninho?
– Eu estou bem, não se preocupem comigo. Vão descansar. Também tenho que ligar pro Viny pra que ele mande um carro para nos levar pra casa.
Zac e Hayley ficaram no sofá, ele deitado no colo dela, e ela fazendo cafuné nele, tentando acalmá-lo e fazer ele esquecer o que se passara. Zac era muito jovem, noves anos de idade apenas e não deveria estar passando por tudo aquilo. Não que fosse tão mais velha do que ele, só dois anos de diferença praticamente.
– Está com fome, querido? – perguntou ela.
– Não... – ele pensou um pouco em silêncio e depois perguntou – Hayley, você acha que o Bob vai ficar bem?
– Claro que sim! Não só ele, como todos nós.
– Mas eu tava pensando também... será que nossos pais vão nos deixar tocar novamente se contar-mos a eles sobre esse acidente?
– Bom, sinceramente, eu não sei. Eu mesma vou ter de virar acrobata pra conseguir enrolar minha mãe de que não estive a beira da morte!
– Com licença crianças – interrompeu a enfermeira que já a algum tempo vinha olhando para eles. – Vocês não acham melhor fazer uns curativos nesses ferimentos?
Os dois se entreolharam, e resolveram que sim.
O tempo passara rápido. Já era meia noite quando o carro apareceu para levá-los para casa. Só Bob que não pôde ir, pois apesar de já estar consciente, precisou ficar de repouso, mas iria embora ainda no mesmo dia.
Durante a viajem de volta, ao passar pelo local do acidente, Josh conseguiu ver a vã jogada dentro do matagal e pensou consigo mesmo: “ela disse que eu sairia dessa... sem dúvida ela acertou nisso também”.
23 de out. de 2008
Capitulo 47: Acidente de estrada
Finalmente Hayley recobrou os sentidos e sua cabeça ainda doía muito. Ela passou os dedos sobre o local em que a dor parecia mais intensa e viu que estava sangrando. Como já era noite, tudo estava muito escuro e era impossível ver o que se passava lá fora. Ainda por cima, todas as janelas estavam totalmente trincadas. Ela estendeu braço direito e sentiu o corpo de Josh ao seu lado, aparentemente ele estava desacordado e começou a gritar desesperada pelos amigos enquanto tentava fazer com que o Josh acordasse dando tapinhas de leve em seu rosto. Lembrou-se de uma pequena lanterna que havia no teto da vã e conseguiu fazer com que ela acendesse.
– Meu Deus! Bob! – gritou ela com as mãos sobre a boca e os olhos arregalados ao ver o rosto de Bob totalmente cheio de sangue e o seu nariz parecia quebrado. A cabeça dele estava recostada no banco, “ele deve ter batido com a cabeça no volante”.
Hayley continuava tentando acordar Josh, ao mesmo instante que chamava pelo Zac e Jeremy. “Ai meu Deus, por favor, não deixe que nada de mal tenha acontecido com eles!”. Depois de muito esforço, ela conseguira abrir a porta à sua direita e saiu da vã. Quando caminhou alguns passos, percebeu que sua perna também estava machucada, mas nada muito sério, e seu busto doía pela pressão do cinto de segurança, “ainda bem que todos estavam usando cinto. Quem sabe o que poderia ter acontecido se não estivéssemos...”
Ela foi até a porta que dava para o compartimento de carga da mini-vã e bateu ferozmente.
– Meninos! Vocês estão bem?! Falem comigo! – sua voz tremia em meio ao choro desesperado e depois de bater forte umas cinco vezes, ela perdeu as esperanças. Encostou a cabeça na porta e ficou aos prantos. Ainda não conseguia acreditar como aquilo poderia estar acontecendo. Bateu ainda duas vezes chamando pelos garotos e conseguiu ouvir a voz de um deles.
– Zac?! Abra a porta! Ela está trancada por dentro!
Em poucos instantes a porta de trás se abriu e Hayley pode vê-lo sentado sobre algumas caixas de equipamentos, Jeremy estava deitado sobre elas.
– Você está bem, Zac? – perguntou ela, passando a mão delicadamente sobre o rosto dele.
– Estou... só meu joelho que dói muito. O Jeremy está desacordado... e o Josh?! Meu Deus, o meu irmão! Como ele está?!
– Ele bateu forte com a cabeça e também está desacordado. Vamos, me ajude a tirar o Jeremy daí.
Hayley entrou com muita dificuldade, jogando algumas pilhas de caixas e alguns instrumentos para fora. Com a ajuda de Zac, conseguiu tirar Jeremy e deixá-lo sentado perto da porta, com a cabeça recostada sobre os ombros do amigo.
– E o Bob?! O que aconteceu com ele?
– Eu acho que ele quebrou o nariz, mas espero que tenha sido só isso mesmo. O rosto dele estava cheio de sangue... segura aí o Jeremy que eu vou ver como eles estão.
Ao caminhar de volta até a cabine, Hayley sentiu-se um pouco tonta. O corte em sua cabeça ainda não havia estancado e continuava sangrando. Ela rasgou a manga da blusa que estava usando e colocou sobre sua testa. Depois abriu novamente a porta e continuou tentando acordar Josh, e dessa vez conseguiu. Os olhos dele foram se abrindo bem devagar.
– O que houve? – perguntou ele, ainda bastante zonzo.
– Nós saímos da estrada e batemos nessa árvore. Você está bem? Sente dor em algum lugar?
– Minha cabeça... – disse contraindo o rosto e pondo a sua mão esquerda sobre a testa, um pouco acima do olho, onde havia um galo enorme. – E meu irmão?
– Ele está bem. Ta lá fora com o Jeremy desacordado.
– Você parece que adivinhou que isso iria acontecer... eu devia ter te escutado... ela também me avisou, mas eu não dei ouvidos.
– Quem te avisou?
– Ninguém, deixe pra lá... meu Deus, o Bob!!
– Ele ainda está sangrando muito. Me dê a sua camisa, eu vou tentar estancar esse ferimento.
Ela dobrou a camisa de Josh e colocou sobre a testa de Bob, bem em cima do corte e pressionou forte. Em pouco tempo uma mancha vermelha cobriu quase todo o tecido.
–Alguém tem que ir até a estrada tentar achar ajuda. – disse Josh, já tentando se levantar, mas Hayley conseguiu impedi-lo a tempo.
– Você não pode sair daqui. Deixe que eu vou atrás de ajuda. Fique aqui segurando a camisa. Pressione forte até que pare de sangrar.
Durante alguns instantes, Josh a observou enquanto ela entrava destemidamente no matagal em direção à estrada. Sem dúvida, Hayley era uma garota metamófica. Aquele olhar de medo e apreensão que ela conservava no começo da viajem havia se dissipado completamente. Como se outra Hayley tivesse surgido, e ele sempre considerou isso como uma de suas maiores qualidades.
– Zac?! – gritou Josh, tentando chamar seu irmão, que respondeu logo depois.
– Você está bem, Josh?!
– Sim, estou! E o Jeremy como está?!
– Ele já acordou! Nós vamos até aí!
Eles vieram apoiando-se um no outro. Os dois mancavam devido alguns equipamentos terem caído sobre suas pernas. Josh abriu a porta e eles sentaram ao lado dele.
– Onde está Hayley?
– Ela foi pra estrada tentar conseguir ajuda.
– Eu vou também. – disse Zac, já saindo da vã e atravessando o matagal. Ao chegar lá, encontrou-a sentada em uma pedra grande, pero do acostamento.
– O Jeremy já acordou? – perguntou ela já o abraçando enquanto ele também sentava ao seu lado.
– Sim. Josh está com ele. – respondeu, e passou o braço sobre o ombro dela, recostando-a em seu peito.
Permaneceram assim em silêncio, até que viram uma luz forte aproximando-se do final da estrada.
– Meu Deus! Bob! – gritou ela com as mãos sobre a boca e os olhos arregalados ao ver o rosto de Bob totalmente cheio de sangue e o seu nariz parecia quebrado. A cabeça dele estava recostada no banco, “ele deve ter batido com a cabeça no volante”.
Hayley continuava tentando acordar Josh, ao mesmo instante que chamava pelo Zac e Jeremy. “Ai meu Deus, por favor, não deixe que nada de mal tenha acontecido com eles!”. Depois de muito esforço, ela conseguira abrir a porta à sua direita e saiu da vã. Quando caminhou alguns passos, percebeu que sua perna também estava machucada, mas nada muito sério, e seu busto doía pela pressão do cinto de segurança, “ainda bem que todos estavam usando cinto. Quem sabe o que poderia ter acontecido se não estivéssemos...”
Ela foi até a porta que dava para o compartimento de carga da mini-vã e bateu ferozmente.
– Meninos! Vocês estão bem?! Falem comigo! – sua voz tremia em meio ao choro desesperado e depois de bater forte umas cinco vezes, ela perdeu as esperanças. Encostou a cabeça na porta e ficou aos prantos. Ainda não conseguia acreditar como aquilo poderia estar acontecendo. Bateu ainda duas vezes chamando pelos garotos e conseguiu ouvir a voz de um deles.
– Zac?! Abra a porta! Ela está trancada por dentro!
Em poucos instantes a porta de trás se abriu e Hayley pode vê-lo sentado sobre algumas caixas de equipamentos, Jeremy estava deitado sobre elas.
– Você está bem, Zac? – perguntou ela, passando a mão delicadamente sobre o rosto dele.
– Estou... só meu joelho que dói muito. O Jeremy está desacordado... e o Josh?! Meu Deus, o meu irmão! Como ele está?!
– Ele bateu forte com a cabeça e também está desacordado. Vamos, me ajude a tirar o Jeremy daí.
Hayley entrou com muita dificuldade, jogando algumas pilhas de caixas e alguns instrumentos para fora. Com a ajuda de Zac, conseguiu tirar Jeremy e deixá-lo sentado perto da porta, com a cabeça recostada sobre os ombros do amigo.
– E o Bob?! O que aconteceu com ele?
– Eu acho que ele quebrou o nariz, mas espero que tenha sido só isso mesmo. O rosto dele estava cheio de sangue... segura aí o Jeremy que eu vou ver como eles estão.
Ao caminhar de volta até a cabine, Hayley sentiu-se um pouco tonta. O corte em sua cabeça ainda não havia estancado e continuava sangrando. Ela rasgou a manga da blusa que estava usando e colocou sobre sua testa. Depois abriu novamente a porta e continuou tentando acordar Josh, e dessa vez conseguiu. Os olhos dele foram se abrindo bem devagar.
– O que houve? – perguntou ele, ainda bastante zonzo.
– Nós saímos da estrada e batemos nessa árvore. Você está bem? Sente dor em algum lugar?
– Minha cabeça... – disse contraindo o rosto e pondo a sua mão esquerda sobre a testa, um pouco acima do olho, onde havia um galo enorme. – E meu irmão?
– Ele está bem. Ta lá fora com o Jeremy desacordado.
– Você parece que adivinhou que isso iria acontecer... eu devia ter te escutado... ela também me avisou, mas eu não dei ouvidos.
– Quem te avisou?
– Ninguém, deixe pra lá... meu Deus, o Bob!!
– Ele ainda está sangrando muito. Me dê a sua camisa, eu vou tentar estancar esse ferimento.
Ela dobrou a camisa de Josh e colocou sobre a testa de Bob, bem em cima do corte e pressionou forte. Em pouco tempo uma mancha vermelha cobriu quase todo o tecido.
–Alguém tem que ir até a estrada tentar achar ajuda. – disse Josh, já tentando se levantar, mas Hayley conseguiu impedi-lo a tempo.
– Você não pode sair daqui. Deixe que eu vou atrás de ajuda. Fique aqui segurando a camisa. Pressione forte até que pare de sangrar.
Durante alguns instantes, Josh a observou enquanto ela entrava destemidamente no matagal em direção à estrada. Sem dúvida, Hayley era uma garota metamófica. Aquele olhar de medo e apreensão que ela conservava no começo da viajem havia se dissipado completamente. Como se outra Hayley tivesse surgido, e ele sempre considerou isso como uma de suas maiores qualidades.
– Zac?! – gritou Josh, tentando chamar seu irmão, que respondeu logo depois.
– Você está bem, Josh?!
– Sim, estou! E o Jeremy como está?!
– Ele já acordou! Nós vamos até aí!
Eles vieram apoiando-se um no outro. Os dois mancavam devido alguns equipamentos terem caído sobre suas pernas. Josh abriu a porta e eles sentaram ao lado dele.
– Onde está Hayley?
– Ela foi pra estrada tentar conseguir ajuda.
– Eu vou também. – disse Zac, já saindo da vã e atravessando o matagal. Ao chegar lá, encontrou-a sentada em uma pedra grande, pero do acostamento.
– O Jeremy já acordou? – perguntou ela já o abraçando enquanto ele também sentava ao seu lado.
– Sim. Josh está com ele. – respondeu, e passou o braço sobre o ombro dela, recostando-a em seu peito.
Permaneceram assim em silêncio, até que viram uma luz forte aproximando-se do final da estrada.
22 de out. de 2008
Capitulo 46: Déjà vu
Ainda à tarde, quase noite, os quatro amigos esperavam juntos a chegada do carro que iria levá-los até Brentwood. Como a cidade não ficava muito longe, sabiam que mesmo que demorassem um pouco chegariam a tempo para o show. O equipamento já estava todo arrumado e os integrantes da banda também. Com um pouco mais de meia hora de espera, uma mini-vã preta estaciona bem em frente a garagem dos Farro, que era o local onde combinaram que estariam esperando. Rapidamente os garotos começaram a trazer os equipamentos para o lado de fora para colocá-los dentro da mini-vã e o motorista desceu também para ajudar. Quando viram quem estava dirigindo todos ficaram espantados! Era como se estivessem tendo um déjà vu.
– Bob?! – gritaram praticamente em coro.
– Sou eu mesmo. Como vão vocês?
– Não acredito! Qualquer um, meu Deus! Qualquer um, menos o Bob!
– Calma, garota! Vocês estão vendo que a vã é nova, então não tem perigo de quebrar no meio do caminho... eu acho. – disse ele, ainda ajudando a carregar as coisas para dentro do veículo.
– “Eu acho”?! – exclamaram todos.
– É, eu acho. Nada é impossível, então há uma possibilidade muito remota dela quebrar, como todos nós temos a chance de morrer a qualquer momento.
– Por que ele precisa usar sempre esse verbo pra exemplificar tudo?
– Vamos Hayley, sem frescura – disse Zac, que já estava dentro do automóvel. – Daqui a pouco a gente chega lá.
Enfim terminaram de arrumar tudo e todos entraram na vã. Bob deu a partida e acelerou. Quando estavam já quase saindo de Franklin, ao passar pela ponte da cidade, Hayley ficou admirada com a vista maravilhosa que contemplou pela janela. Quando o inverno acaba, tudo parece que fica muito mais verde e duas vezes mais vistoso. As árvores pareciam brilhar ao reflexo do sol, companheiro muito mais constante agora, e o céu com poucas nuvens completava o cenário digno de uma pintura.
– Que vista linda... – disse ela, sem tirar os olhos da janela.
– É muito linda mesmo. – concordou Josh, que vinha sentado ao seu lado no bancos da frente, próximo ao motorista. Zac e Jeremy iam no compartimento de trás, junto dos instrumentos.
– Pelo que vejo, você deve ter mudado de idéia quanto aquilo que disse, agora que já está aproveitando a viajem. – continuou ele, ainda olhando a paisagem ao seu redor.
– Acho que sim. – foi o que ela respondeu, mas a verdade era que seu sexto sentido ainda alarmava.
Eram quase seis horas quando finalmente caíram na estrada, subindo direto pela US 65. Apesar de ser uma viajem rápida, como já foi mencionado, não deixava de ser tediante, pelo menos durante uma boa parte do percurso. Quando estavam finalmente chegando ao seu destino final, eis que ocorre algo terrível. Um veículo acabara de entrar na contramão e ia colidir com a mini-vã! Todos entraram em estado de pânico! Bob que estava dirigindo não viu alternativas, se é que se pode escolher possibilidades em uma situação dessas, e por um impulso, atirou-os para fora da estrada, dentro do matagal, até que colidiram brutalmente com uma árvore e pararam.
– Bob?! – gritaram praticamente em coro.
– Sou eu mesmo. Como vão vocês?
– Não acredito! Qualquer um, meu Deus! Qualquer um, menos o Bob!
– Calma, garota! Vocês estão vendo que a vã é nova, então não tem perigo de quebrar no meio do caminho... eu acho. – disse ele, ainda ajudando a carregar as coisas para dentro do veículo.
– “Eu acho”?! – exclamaram todos.
– É, eu acho. Nada é impossível, então há uma possibilidade muito remota dela quebrar, como todos nós temos a chance de morrer a qualquer momento.
– Por que ele precisa usar sempre esse verbo pra exemplificar tudo?
– Vamos Hayley, sem frescura – disse Zac, que já estava dentro do automóvel. – Daqui a pouco a gente chega lá.
Enfim terminaram de arrumar tudo e todos entraram na vã. Bob deu a partida e acelerou. Quando estavam já quase saindo de Franklin, ao passar pela ponte da cidade, Hayley ficou admirada com a vista maravilhosa que contemplou pela janela. Quando o inverno acaba, tudo parece que fica muito mais verde e duas vezes mais vistoso. As árvores pareciam brilhar ao reflexo do sol, companheiro muito mais constante agora, e o céu com poucas nuvens completava o cenário digno de uma pintura.
– Que vista linda... – disse ela, sem tirar os olhos da janela.
– É muito linda mesmo. – concordou Josh, que vinha sentado ao seu lado no bancos da frente, próximo ao motorista. Zac e Jeremy iam no compartimento de trás, junto dos instrumentos.
– Pelo que vejo, você deve ter mudado de idéia quanto aquilo que disse, agora que já está aproveitando a viajem. – continuou ele, ainda olhando a paisagem ao seu redor.
– Acho que sim. – foi o que ela respondeu, mas a verdade era que seu sexto sentido ainda alarmava.
Eram quase seis horas quando finalmente caíram na estrada, subindo direto pela US 65. Apesar de ser uma viajem rápida, como já foi mencionado, não deixava de ser tediante, pelo menos durante uma boa parte do percurso. Quando estavam finalmente chegando ao seu destino final, eis que ocorre algo terrível. Um veículo acabara de entrar na contramão e ia colidir com a mini-vã! Todos entraram em estado de pânico! Bob que estava dirigindo não viu alternativas, se é que se pode escolher possibilidades em uma situação dessas, e por um impulso, atirou-os para fora da estrada, dentro do matagal, até que colidiram brutalmente com uma árvore e pararam.
21 de out. de 2008
Capitulo 45: Almoço em "família"
– Hayley, por que você está beliscando a comida? Não está boa?
– Desculpe, só não estou com fome. – respondeu ela, mas sua mãe percebeu que não era só por causa disso que ela estava daquele jeito. Conhecia sua filha mais do que ninguém pra saber que ela sempre adorou quando sua mãe fazia alguma coisa diferente para o almoço.
Na verdade, essa abstinência esquisita de Hayley deu-se ao fato de estar muito pensativa quanto ao visitante que naquele momento ocupava uma cadeira bem ao seu lado. Depois da história que Jeremy e Zac contaram na escola, seu comportamento quanto ao namorado de sua mãe havia mudado completamente. Seu rosto já não estava muito feliz e seu olhar exprimia um leve desagrado. Finalmente depois de um longo silêncio, sua mãe retomou o assunto.
– Então, Shad... conte-nos sobre você.
– O que querem saber? – respondeu ele tentando sorrir pras duas.
– Hayley, não gostaria de fazer uma pergunta? – disse sua mãe, olhando-a com aquele olhos apertados e o rosto levemente franzido, o que fez com que a frase parecesse mais uma ordem do que uma sugestão.
– Deixe-me ver... – essa era uma boa oportunidade para que ela esclarecer algumas dúvidas, então não perdeu tempo. – o senhor já foi casado?
– Sim, já fui casado, mas agora estou solteiro. Divorciei-me a alguns anos.
– E por que motivo se divorciou?
– Hayley! Não seja indelicada! – disse sua mãe franzindo ainda mais seu rosto em uma expressão de pura reprovação.
– Não tem problema, Myle, eu posso responder isso. Nos divorciamos por causa de ciúmes. Minha ex-esposa era muito possessiva e me tratava mais como um pertence do que como uma pessoa. Não agüentei muito tempo nisso, nosso casamento só durou dois anos e meio.
– E o que aconteceu com a sua esposa? – perguntou Hayley, com o braço direito apoiado na mesa e a mão sob a boca.
– Creio que esteja morando com a mãe agora.
– E vocês ainda se falam?
– Não, desde que nos divorciamos nunca mais nos vimos.
– Por quê?
– Hayley, já chega! O que está havendo com você hoje?
– Nada, mãe. Você me mandou perguntar e eu estou perguntado, qual o problema nisso? Deixe-me ver... e você Shad, tem passagem pela polícia?
– É o cúmulo, já pro seu quarto! E não quero que saia de lá até pensar muito bem no que disse a pouco!
– Mas, mãe...
– Nada de “mas”, suba, agora! – Myle falou isso apontando para as escadas e com um ar muito enfurecido.
Hayley não se arrependeu nem um pouco pelo que disse e nem ia fazer isso. Mas preferiu dar o braço a torcer naquele momento, senão estaria de castigo e seria muito mais difícil ir à apresentação sem a autorização da sua mãe. Não que nunca tivesse feito isso antes, pelo contrário! Já era quase uma expert em fugas de casa, mas o relacionamento entre as duas tinha melhorado tanto e ela não queria perder aquilo tudo assim.
– Tudo bem, me desculpe... eu ando muito estressada ultimamente com tantos problemas que venho enfrentando. Não deveria ter perguntado uma coisa dessas, foi muita falta de respeito da minha parte.
Myle surpreendeu-se por demais com a resposta da sua filha. Nunca tinha visto Hayley retroceder daquele jeito, nem quando estava errada.
– Eu acho que cabe ao Shad a resposta a isso.
Ele olhou para Hayley de uma maneira muito estranha. Um olhar frio e distante, como se nem estivesse vendo nada do que se passava ao seu redor, o que fez Hayley morder os lábios e contrair o rosto retrucando brutamente. Sua mãe não percebera nada daquilo, estava apenas esperando uma resposta do seu namorado.
– Bom, se é assim, não vejo porque deixa-la de castigo. – disse ele desviando o olhar para Myle e sorrindo. – Os adolescentes quando chegam nessa fase ficam um pouco rebeldes, é uma coisa natural. Todos nós passamos por isso.
– Tem razão querido. Hayley, depois nós conversamos sobre isso. Por enquanto vamos aproveitar este almoço delicioso que eu fiz com tanto carinho.
– Desculpe mãe, mas não estou com fome. Vou pro meu quarto.
– Mas querida...
– Deixa ela, Myle. – disse ele sussurrando e com um sorriso aberto em sua direção. – Ela tem passado por muita coisa, precisa de um tempo sozinha.
– Você tem toda razão... não vamos incomodá-la então.
– Desculpe, só não estou com fome. – respondeu ela, mas sua mãe percebeu que não era só por causa disso que ela estava daquele jeito. Conhecia sua filha mais do que ninguém pra saber que ela sempre adorou quando sua mãe fazia alguma coisa diferente para o almoço.
Na verdade, essa abstinência esquisita de Hayley deu-se ao fato de estar muito pensativa quanto ao visitante que naquele momento ocupava uma cadeira bem ao seu lado. Depois da história que Jeremy e Zac contaram na escola, seu comportamento quanto ao namorado de sua mãe havia mudado completamente. Seu rosto já não estava muito feliz e seu olhar exprimia um leve desagrado. Finalmente depois de um longo silêncio, sua mãe retomou o assunto.
– Então, Shad... conte-nos sobre você.
– O que querem saber? – respondeu ele tentando sorrir pras duas.
– Hayley, não gostaria de fazer uma pergunta? – disse sua mãe, olhando-a com aquele olhos apertados e o rosto levemente franzido, o que fez com que a frase parecesse mais uma ordem do que uma sugestão.
– Deixe-me ver... – essa era uma boa oportunidade para que ela esclarecer algumas dúvidas, então não perdeu tempo. – o senhor já foi casado?
– Sim, já fui casado, mas agora estou solteiro. Divorciei-me a alguns anos.
– E por que motivo se divorciou?
– Hayley! Não seja indelicada! – disse sua mãe franzindo ainda mais seu rosto em uma expressão de pura reprovação.
– Não tem problema, Myle, eu posso responder isso. Nos divorciamos por causa de ciúmes. Minha ex-esposa era muito possessiva e me tratava mais como um pertence do que como uma pessoa. Não agüentei muito tempo nisso, nosso casamento só durou dois anos e meio.
– E o que aconteceu com a sua esposa? – perguntou Hayley, com o braço direito apoiado na mesa e a mão sob a boca.
– Creio que esteja morando com a mãe agora.
– E vocês ainda se falam?
– Não, desde que nos divorciamos nunca mais nos vimos.
– Por quê?
– Hayley, já chega! O que está havendo com você hoje?
– Nada, mãe. Você me mandou perguntar e eu estou perguntado, qual o problema nisso? Deixe-me ver... e você Shad, tem passagem pela polícia?
– É o cúmulo, já pro seu quarto! E não quero que saia de lá até pensar muito bem no que disse a pouco!
– Mas, mãe...
– Nada de “mas”, suba, agora! – Myle falou isso apontando para as escadas e com um ar muito enfurecido.
Hayley não se arrependeu nem um pouco pelo que disse e nem ia fazer isso. Mas preferiu dar o braço a torcer naquele momento, senão estaria de castigo e seria muito mais difícil ir à apresentação sem a autorização da sua mãe. Não que nunca tivesse feito isso antes, pelo contrário! Já era quase uma expert em fugas de casa, mas o relacionamento entre as duas tinha melhorado tanto e ela não queria perder aquilo tudo assim.
– Tudo bem, me desculpe... eu ando muito estressada ultimamente com tantos problemas que venho enfrentando. Não deveria ter perguntado uma coisa dessas, foi muita falta de respeito da minha parte.
Myle surpreendeu-se por demais com a resposta da sua filha. Nunca tinha visto Hayley retroceder daquele jeito, nem quando estava errada.
– Eu acho que cabe ao Shad a resposta a isso.
Ele olhou para Hayley de uma maneira muito estranha. Um olhar frio e distante, como se nem estivesse vendo nada do que se passava ao seu redor, o que fez Hayley morder os lábios e contrair o rosto retrucando brutamente. Sua mãe não percebera nada daquilo, estava apenas esperando uma resposta do seu namorado.
– Bom, se é assim, não vejo porque deixa-la de castigo. – disse ele desviando o olhar para Myle e sorrindo. – Os adolescentes quando chegam nessa fase ficam um pouco rebeldes, é uma coisa natural. Todos nós passamos por isso.
– Tem razão querido. Hayley, depois nós conversamos sobre isso. Por enquanto vamos aproveitar este almoço delicioso que eu fiz com tanto carinho.
– Desculpe mãe, mas não estou com fome. Vou pro meu quarto.
– Mas querida...
– Deixa ela, Myle. – disse ele sussurrando e com um sorriso aberto em sua direção. – Ela tem passado por muita coisa, precisa de um tempo sozinha.
– Você tem toda razão... não vamos incomodá-la então.
19 de out. de 2008
Capitulo 44: Outros planos.
As férias tinham chegado, era tudo o que a banda mais precisava. Tempo era uma coisa rara, as ocupações do dia-a-dia sempre atrapalham muito a rotina de quem deseja trabalhar... isso mesmo, trabalhar! É muito fácil olhar para as pessoas que formam um grupo musical, seja de rock ou qualquer outro gênero, mas principalmente esse e pensar: “Nossa, que vida mais mansa essa deles. Ganhando dinheiro e reconhecimento com as caras, sem falar que tudo é rapidinho, um show dura poucas horas... muito melhor do que o tempo que eu passo catando migalhas do meu chefe”. Mas nada é mil maravilhas, tudo tem os dois lados e cada integrante que forma uma banda tem que trabalhar muito, muito mesmo se quiser ser reconhecido. Existe todo um processo antes de estar em palco. É necessário checar os instrumentos diversas vezes e garantir que eles não possam dar defeito no meio da apresentação. Existe também a montagem do equipamento, a checagem de som, as extensas horas de ensaio, os treinos em casa... tudo isso da muito trabalho. Mas é claro que antes de chegar nesse nível, uma banda de rock sempre começa por uma brincadeira de amigos, como foi o caso da banda formada por Joshua Neil Farro, Zachary Wayne Farro, Hayley Nichole Williams e Jeremy Davis.
Dois dias haviam se passado desde o último dia de aula, mas os amigos continuavam se encontrando todos os dias na garagem, que já consideravam como sua segunda casa. Um dia antes daquele, Josh tinha avisado a todos que tinha uma coisa muito importante pra dizer, mas que só se pronunciaria quando todos estivessem presentes. Como todos estavam lá não viu por que esperar em dar o comunicado.
– Meus caros amigos, tenho uma notícia péssima para todos nós. Infelizmente a nossa banda vai acabar. Sinto muito dizer isso assim, mas não posso fazer nada. É o fim.
Todos olharam boquiabertos para ele e os olhos não menos arregalados.
– Estou brincando pessoal! Vocês são muito fáceis de enganar mesmo, fala sério! Como é que eu ia acabar a banda assim do nada?
– Não gostei dessa brincadeira, Josh. Nem um pouco. Fala logo o que quer dizer pra gente, que tempo é dinheiro, meu bem, e eu ainda tenho muita coisa pra fazer.
– O.k. Então eu vou ser breve. Temos um show em Brentwood agendado pra essa semana ainda. E adivinhem onde a gente vai tocar?
– “Brentwood”... só de pensar nesse nome já sinto arrepios! – disse Hayley passando as mãos pelos braços. – Não me diga que vai ser naquela mesma boate que a gente foi “tocar” uma vez? Vocês lembram muito bem o que aconteceu, acho uma péssima idéia.
– É, mas isso não vai acontecer dessa vez. Eu liguei pra o Viny e acertei tudo com ele. O show vai ser só nosso. Vamos começar a tocar de 9:00 e terminar às 10:00, nada de mais.
– Se eu me lembro bem, você falou alguns dias atrás que não iríamos tocar em lugar nenhum durante esse período das férias para nos dedicarmos somente aos ensaios, não foi assim?
– É, Zac, foi assim que eu disse, mas depois eu pensei bem e vi que não adianta a gente ficar parado! Quanto mais a gente tocar, mais as pessoas vão nos conhecer e mais falarão da gente. É disso que precisamos agora. Claro que não vamos nos prender somente a isso, mas pensem também na experiência que vocês vão adquirir em cada apresentação. Isso soma muitos pontos para nós.
– Tudo bem. Então qual vai ser o dia exatamente? – perguntou Josh coçando a cabeça, ainda tentando entender porque um show na boate do Viny causava tanta intriga.
– Depois de amanhã.
– Nossa! Creio eu então que você já tenha tudo planejado com relação ao transporte.
– Sim, Hayley, já está tudo resolvido com relação isso. O próprio Viny vai mandar um carro pra vim pegar a gente e todo o equipamento.
– Ótimo! O repertório de sempre, ou vamos colocar alguma música nossa?
– Podemos incorporar Conspiracy dessa vez, é a única que está totalmente pronta. E não podemos bobear em escolher uma música que acabamos de pegar.
– Tem razão, Zac. Vamos arrebentar! – Exclamou Jeremy, mas depois se calou ao ver a cara de Hayley, que parecia nem um pouco contente com tudo aquilo.
– Eu não sei não gente, eu to com um mal pressentimento quanto a esse show. Eu acho melhor a gente não ir.
Zac virou-se para ela e segurou seu ombro de leve.
– Deixa de bobagem, garota. É só um show, o que pode acontecer conosco?
Dois dias haviam se passado desde o último dia de aula, mas os amigos continuavam se encontrando todos os dias na garagem, que já consideravam como sua segunda casa. Um dia antes daquele, Josh tinha avisado a todos que tinha uma coisa muito importante pra dizer, mas que só se pronunciaria quando todos estivessem presentes. Como todos estavam lá não viu por que esperar em dar o comunicado.
– Meus caros amigos, tenho uma notícia péssima para todos nós. Infelizmente a nossa banda vai acabar. Sinto muito dizer isso assim, mas não posso fazer nada. É o fim.
Todos olharam boquiabertos para ele e os olhos não menos arregalados.
– Estou brincando pessoal! Vocês são muito fáceis de enganar mesmo, fala sério! Como é que eu ia acabar a banda assim do nada?
– Não gostei dessa brincadeira, Josh. Nem um pouco. Fala logo o que quer dizer pra gente, que tempo é dinheiro, meu bem, e eu ainda tenho muita coisa pra fazer.
– O.k. Então eu vou ser breve. Temos um show em Brentwood agendado pra essa semana ainda. E adivinhem onde a gente vai tocar?
– “Brentwood”... só de pensar nesse nome já sinto arrepios! – disse Hayley passando as mãos pelos braços. – Não me diga que vai ser naquela mesma boate que a gente foi “tocar” uma vez? Vocês lembram muito bem o que aconteceu, acho uma péssima idéia.
– É, mas isso não vai acontecer dessa vez. Eu liguei pra o Viny e acertei tudo com ele. O show vai ser só nosso. Vamos começar a tocar de 9:00 e terminar às 10:00, nada de mais.
– Se eu me lembro bem, você falou alguns dias atrás que não iríamos tocar em lugar nenhum durante esse período das férias para nos dedicarmos somente aos ensaios, não foi assim?
– É, Zac, foi assim que eu disse, mas depois eu pensei bem e vi que não adianta a gente ficar parado! Quanto mais a gente tocar, mais as pessoas vão nos conhecer e mais falarão da gente. É disso que precisamos agora. Claro que não vamos nos prender somente a isso, mas pensem também na experiência que vocês vão adquirir em cada apresentação. Isso soma muitos pontos para nós.
– Tudo bem. Então qual vai ser o dia exatamente? – perguntou Josh coçando a cabeça, ainda tentando entender porque um show na boate do Viny causava tanta intriga.
– Depois de amanhã.
– Nossa! Creio eu então que você já tenha tudo planejado com relação ao transporte.
– Sim, Hayley, já está tudo resolvido com relação isso. O próprio Viny vai mandar um carro pra vim pegar a gente e todo o equipamento.
– Ótimo! O repertório de sempre, ou vamos colocar alguma música nossa?
– Podemos incorporar Conspiracy dessa vez, é a única que está totalmente pronta. E não podemos bobear em escolher uma música que acabamos de pegar.
– Tem razão, Zac. Vamos arrebentar! – Exclamou Jeremy, mas depois se calou ao ver a cara de Hayley, que parecia nem um pouco contente com tudo aquilo.
– Eu não sei não gente, eu to com um mal pressentimento quanto a esse show. Eu acho melhor a gente não ir.
Zac virou-se para ela e segurou seu ombro de leve.
– Deixa de bobagem, garota. É só um show, o que pode acontecer conosco?
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